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I SÉRIE — NÚMERO 82

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Um País onde sucessivos governos se mostraram sempre menos interessados em defender o interesse

público e o dinheiro dos contribuintes do que em promover negócios privados, nos quais o dinheiro público

assume todo o risco e eventuais prejuízos.

O Sr. Luís Fazenda (BE): — Muito bem!

O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Sr.ª Presidente, Sr.as

e Srs. Deputados: Num País onde todos os

contratos, incluindo as normas que supostamente garantiam os rendimentos, são rasgados semanalmente,

chega a ser ultrajante ver como, da Lusoponte à REN, da EDP ao Europarque, há sempre tanto cuidado e zelo

na proteção dos interesses privados.

Já deu para perceber que existem dois países. Um onde, em nome do cumprimento do acordo com a

troica, tudo vale e não há contrato com os trabalhadores que se aguente de pé e, depois, um outro onde o

respeitinho para com meia dúzia de empresas é muito bonito e onde um contrato é mais sagrado do que as

Tábuas dos Dez Mandamentos.

Aplausos do BE.

Que na origem de mais este negócio ruinoso para os cofres do Estado esteja o responsável pelo Programa

Eleitoral do PSD não é uma nota de rodapé num caso muito mal contado. O mesmo Eduardo Catroga que

passou meses e meses ao lado de Passos Coelho a teimar, repetidamente, que o País está como está porque

os portugueses viveram acima das suas possibilidades, garantiu, quando era Ministro das Finanças, que a

AEP podia viver e gastar como se não existisse amanhã, que estaria sempre cá alguém para lhe pagar as

contas.

A Sr.ª Mariana Aiveca (BE): — Bem lembrado!

O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Cavaco Silva, que bem gosta de dizer, a cada medida de austeridade

que vai promulgando, que sempre avisou que o País não podia continuar num caminho de gastos

desnecessários, foi quem avalizou politicamente o «elefante-branco» que, agora, outro governo do PSD nos

faz pagar.

O Governo de Pedro Passos Coelho paga mas não gere; assume compromissos de outros mas não pede

responsabilidades; usa os dinheiros públicos, com leviandade, para pagar a dívida de privados mas impõe

sacrifícios aos portugueses.

Os privados fizeram um calote e o Estado foi chamado a pagar, mas tudo continua como se nada tivesse

acontecido. Passaram oito meses — oito meses, Sr.as

e Srs. Deputados! — desde que o Governo tomou

posse mas já deu para perceber que os sacrifícios não batem a todas as portas. A algumas calha sempre o

Euromilhões!

Aplausos do BE.

A Sr.ª Presidente: — Há duas inscrições para pedir esclarecimentos ao Sr. Deputado, da Sr.ª Deputada

Hortense Martins, do PS, e do Sr. Deputado Bernardino Soares, do PCP. Tenho a indicação de que o Sr.

Deputado responderá um a um.

Tem a palavra a Sr.ª Deputada Hortense Martins.

A Sr.ª Hortense Martins (PS): — Sr.ª Presidente, Sr.as

e Srs. Deputados, Sr. Deputado Pedro Filipe

Soares, foi com muita atenção que ouvimos a sua declaração política.

Aliás, o Bloco de Esquerda referiu aqui que há empresas que só sabem existir porque estão

constantemente à espera da mão amiga do Estado. Mas, Sr. Deputado, certamente não ignora o outro país,

essencialmente composto por pequenas e médias empresas que lutam diariamente para manterem a sua

existência e os seus postos de trabalho.

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