13 DE ABRIL DE 2012
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O Sr. Paulo Mota Pinto (PSD): — Sr.ª Presidente, Sr. Primeiro-Ministro e Srs. Membros do Governo, Srs.
Deputados: O Tratado sobre a Estabilidade, a Coordenação e a Governação na União Económica e
Monetária, objeto dos projetos de resolução que hoje debatemos, foi negociado e objeto de consenso entre
todos os Estados-membros da União Europeia, salvo o Reino Unido e a República Checa, num contexto de
grave crise.
O Tratado foi uma resposta consensualmente encontrada à crise financeira que alastrava na área do euro e
à necessidade comummente sentida de reforma da governação económica europeia, no sentido de uma maior
coordenação e integração.
O Tratado é, além disso, uma contrapartida europeia complementar, e mesmo indispensável, ao programa
de ajustamento económico nacional, que não modifica mas cujo sucesso pleno pode em muito influenciar.
Vozes do PSD: — Muito bem!
O Sr. Paulo Mota Pinto (PSD): — Para promover condições favoráveis a um crescimento económico mais
forte na União Europeia é, com efeito, imprescindível uma coordenação mais estreita das políticas económicas
e salvaguardar a estabilidade financeira. Não haverá crescimento económico sem estabilização financeira,
sem finanças públicas sãs.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
O Tratado arranca, assim, da necessidade de os governos manterem finanças públicas sãs e sustentáveis
e de evitarem défices orçamentais excessivos, para preservar a estabilidade de toda a área do euro.
Consequentemente, na linha da gestão da política orçamental segundo regras normativas (ou, pelo menos,
dentro de certos limites normativos), e não segundo a discricionariedade, a conveniência ou a
irresponsabilidade dos políticos do momento, em prejuízo de quem vem a seguir, exige a introdução de regras
específicas, incluindo uma regra de equilíbrio orçamental e um mecanismo automático para a adoção de
medidas corretivas, em caso de desvio.
Vozes do PSD: — Muito bem!
O Sr. Paulo Mota Pinto (PSD): — Esta é uma regra que, como já foi dito, não é de esquerda nem de
direita, só impõe que os governantes assumam as consequências financeiras das suas políticas — por
exemplo, aumentando os impostos ou impedindo a sua descida, se querem gastar mais.
Foi por isso que, por exemplo, na Alemanha, um partido como o SPD, ou, na Espanha, um partido como o
PSOE aprovaram tal regra.
Aplausos do PSD.
No atual contexto de grande reajustamento económico à escala global, a Europa precisa deste Tratado.
Como foi consensualmente visado pelos 25 Estados que o aceitaram, o Tratado quer lançar e deixar bem
amarrada uma âncora de longo prazo, no sentido da estabilidade financeira dos Estado signatários, que tão
necessária é para se poder recuperar credibilidade no futuro da zona euro com a sua atual configuração e
obter alguma flexibilidade no curto prazo.
Só o sucesso de uma tal âncora de longo prazo, com coesão entre os Estados-membros, permitirá àqueles
que mais dificuldade têm em financiar-se hoje recuperar alguma margem de manobra.
Este objetivo do Tratado não deve ser ignorado por quem tanto tem clamado por alguma flexibilização das
políticas de ajustamento financeiro — sem confiança no longo prazo, não conseguiremos ter flexibilidade no
curto prazo e o Tratado é um instrumento para recuperar essa confiança e credibilidade.
Mas não é só a Europa, também Portugal precisa deste Tratado. Independentemente da análise sobre as
causas da situação em que nos encontramos, é certo que basta um olhar frio e objetivo sobre as nossas
finanças públicas, nesta nossa República, desde o 25 de Abril, para verificar a incapacidade crónica de
controlar défices orçamentais ou de gerar finanças públicas equilibradas.
Resultados do mesmo Diário
: — A regra de ouro que devemos transpor para a ordem interna, de um modo desejavelmente tão consensual
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. No contexto da democracia europeia a regra de ouro reflete a consideração que é devida aos cidadãos
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, a chamada «regra de ouro». Só que, Sr. Primeiro-Ministro, isto é o que nos une. Gostava, no entanto
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a isso, numa enorme operação da falsificação política, a regra de ouro. Não é uma regra de ouro, Sr. Primeiro
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, de uma forma clara e legítima, assumir as nossas responsabilidades. Felizmente, a regra de ouro que é
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o pacto orçamental e a regra de ouro dos 0,5% do défice estrutural, se for avante, significa
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Novo (PCP): — O pacto orçamental quer impor regras (ditas de ouro) que transportam
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, essa, sim, de ouro, a regra da unanimidade para a entrada em vigor de tratados europeus
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amanhã. O Sr. Deputado deixou-me uma pergunta em relação à concretização da chamada regra de ouro
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e introduzimos no debate constitucional a possibilidade da existência desta chamada regra de ouro
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13 DE ABRIL DE 2012 35 e o destino da chamada «regra de ouro» pela primeira vez
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