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19 DE MAIO DE 2012

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A Sr.ª Presidente: — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado José Luís Ferreira.

O Sr. José Luís Ferreira (Os Verdes): — Sr.ª Presidente, Srs. Membros do Governo, Sr.as

e Srs.

Deputados: O desemprego em Portugal não para de crescer. A cada dia que passa, a cada estudo que é feito

e que é divulgado somam-se os números. Recorde atrás de recorde, números históricos atrás de números

históricos, as percentagens do desemprego vão galopando a um ritmo assustador.

Este cenário de verdadeiro drama social mostra-nos, de forma muito clara, que as políticas da troica e do

Governo PSD/CDS continuam a fazer estragos.

As políticas de austeridade impostas pelo Governo continuam a remeter cada vez mais famílias

portuguesas para uma situação verdadeiramente dramática.

Desde que o Governo começou a governar para a troica e virou as costas aos portugueses, mais de 200

000 pessoas perderam o emprego em Portugal.

Só num ano, o desemprego bateu à porta a mais 200 000 portugueses.

O número de casais inscritos nos centros de emprego aumenta todos os meses, de forma preocupante; os

jovens não conseguem entrar no mercado de trabalho e todas as atividades económicas estão a perder

emprego. O Governo está a provocar um verdadeiro drama social e o pior é constatar que, face ao que se está

a passar, face à gravidade da situação, o Governo assume uma postura, no mínimo, incompreensível. É o

deixa andar!

O Governo remete-se a uma chocante passividade, o Governo reduz-se a um mero observador e nada faz

no sentido de travar e inverter a tendência galopante do maior problema com que nos defrontamos em

Portugal, que é o problema do desemprego.

Não se conhecem, nem se vislumbram, quaisquer medidas que possam contribuir para contrariar este

fenómeno; não se conhecem, nem se vislumbram, quaisquer medidas para dinamizar o mercado de trabalho.

Pelo contrário, aquilo que o Governo tem vindo a fazer é exatamente contribuir para o aumento do

desemprego, de que são exemplo as alterações que o Governo apresentou a esta Assembleia para alterar a

legislação laboral e que o PSD e o CDS acabaram por aprovar, com a cumplicidade do Partido Socialista.

Ou seja, o Governo em vez de combater o desemprego, promove o despedimento.

E aqui seria agora oportuno perguntar: ao atribuir os critérios de justa causa de despedimento para as

entidades patronais, estará o Governo a promover o emprego ou a facilitar o despedimento?

Ao reduzir substancialmente as indemnizações em caso de despedimento, estará o Governo a combater o

desemprego ou a promover o despedimento?

A resposta é fácil: O Governo está a contribuir para agravar ainda mais o problema do desemprego em

Portugal!

Ao tornar o despedimento mais fácil e mais barato, o Governo está quase a pedir às entidades patronais

para despedir.

Por mais que o Governo fale em crescimento e emprego para justificar estas medidas, nós continuamos

sem perceber como é que se combate o desemprego, promovendo o despedimento.

E, de facto, não é fácil compreender!

Numa altura em que o desemprego atinge os 15%, era já altura para o Governo perceber que alguma coisa

é necessário fazer, mas o Governo limita-se a sugerir a emigração e agora até vem dizer que o desemprego

pode ser visto como uma nova oportunidade.

Isto é inqualificável! Isto é uma vergonha!

O Governo não dá sinais de pretender combater o desemprego, mesmo sabendo que o desemprego está a

deixar muitas famílias num verdadeiro desespero, mesmo sabendo que cada vez há mais casais em que

ambos estão desempregados e mesmo sabendo que o desemprego tem um impacto direto sobre a economia,

sobretudo através da quebra do consumo privado, mas também com impacto na execução orçamental.

Mesmo sabendo tudo isto, o Governo não faz literalmente nada!

Resta saber o que será ainda necessário para o Governo acordar para o problema que lhe está a passar

completamente ao lado.

E se o Governo vê no desemprego uma nova oportunidade, aquilo que Os Verdes têm a dizer ao Governo

é que os portugueses dispensam oportunidades desta natureza, aquilo que os portugueses pretendem, de

facto, é trabalhar, e trabalhar com direitos.

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