O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

2 DE NOVEMBRO DE 2012

85

A primeira, uma reforma articulada de toda a administração territorial, tanto a desconcentrada, como a

descentralizada e autárquica no horizonte final de 2017, reavaliando a regionalização, desencravando as

áreas metropolitanas, finalizando a extinção dos distritos, reformando municípios e administração municipal e

concluindo o processo encetado com as freguesias;

A segunda, um movimento geral de verticalização da Administração Pública, começando no

emagrecimento drástico dos gabinetes governamentais e na reconstrução da capacidade técnica dos

Ministérios, levando os membros do Governo a trabalharem direta e permanentemente com os corpos

superiores da administração central, eliminando a dependência crónica de serviços externos e operando uma

eliminação significativa de institutos públicos, entidades reguladoras e outros corpos autónomos, substituídos,

como regra, por direções-gerais ou equivalentes, em ordem a: tornar a Administração mais económica, ágil e

eficiente; fortalecer o exercício da legítima autoridade democrática e efetiva responsabilidade política; reduzir o

emprego político e fortalecer as carreiras técnicas; em suma, gerar uma rede estatal que custe menos,

responda mais e faça melhor.

Do lado da receita, as minhas objeções centram-se sobretudo na reestruturação tributária que está em

curso e que é injusta, gravosa e totalmente inoportuna.

Os períodos de emergência financeira não são conjuntura adequada para empreender reformas tributárias,

com exceção das que se dirijam a prevenir e combater a fraude e evasão fiscal ou das que, ensaiando novas

vias transitórias de tributação, permitam aliviar outras já demasiado sobrecarregadas. Nesta última perspetiva,

melhor seria, por exemplo, reponderar a reintrodução do imposto sucessório em lugar de carregar de maneira

brutal nos impostos sobre o património, ou introduzir, como sucedeu durante um período recente no Brasil, a

Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) e usar quer o seu produto, quer o saldo

eventual do imposto sucessório para aliviar a asfixia exercida pelo IRS.

O que se passa no quadro do IMI e do IRS é, a meu ver, profundamente errado, crítico e negativo e deve

ser substituído por outros mecanismos com absoluta neutralidade fiscal, isto é, assegurando exatamente a

mesma receita e não pondo em crise o Orçamento de Estado.

A avaliação forçada para efeitos de IMI que está a ser feita sobre os prédios urbanos é, em inúmeros

casos, uma violência desproporcionada com consequências pessoais e sociais dramáticas.

Pelos dados disponíveis, abrange cerca de 5 milhões de prédios, aos quais, sem irem ao mercado nem

mudarem de titular, é atribuído um novo valor patrimonial tributário (VPT), guiado por um «valor de mercado»

completamente artificial e, em geral, muito gravoso e inteiramente fora da realidade.

O Estado é desmesuradamente «generoso» na avaliação desses patrimónios, não porque os queira

comprar, mas porque os quer tributar ainda mais, como rentista parasitário. O agravamento brutal dos VPT de

patrimónios que não mudaram de mãos, conjugado com o aumento das taxas de tributação já incluído no OE

2012 e o agravamento de alguns fatores de base como os coeficientes de localização, aparenta enquadrar-se

numa perversa e desfocada ideologia geracional, que tem tido outras manifestações e pode afetar e

comprometer a coesão social. Penaliza a poupança e agrava inesperadamente os encargos patrimoniais de

quem sempre cumpriu e nada fez de censurável, sendo de molde a induzir transferências massivas e forçadas

de propriedade (dos velhos para os novos e de pobres e remediados para os ricos e muito ricos) e a gerar

ruturas abruptas da solvabilidade de muitos contribuintes.

As chamadas «cláusulas de salvaguarda», que foram introduzidas no OE 2012, atenuam o choque, mas

não são resposta nem adequada nem suficiente: afiguram-se mais como cláusulas de salvaguarda dos

políticos, iludindo o problema, do que cláusulas de salvaguarda dos contribuintes.

Defendo o congelamento e suspensão de toda a atualização forçada para efeitos de IMI dos prédios

urbanos que não mudaram de dono, mantendo-se inalterado o seu enquadramento tributário. Em contrapartida

e para garantir a neutralidade orçamental deste congelamento, a tributação em IMI dos prédios abrangidos

seria objeto de uma sobretaxa extraordinária que garantisse a receita fiscal pretendida.

Pelos dados disponíveis quanto à receita atual e projetada do IMI, estimo grosseiramente que essa

sobretaxa pudesse ser da ordem média de 10 a 15%, e a sobretaxa poderia ser aplicada ou de maneira

uniforme ou de modo graduado e progressivo, consoante a forma mais justa que a administração tributária

apurasse em simulações sobre a base real dos 5 milhões de prédios.

Por outro lado, no mesmo espírito, o congelamento das atualizações forçadas seria excecionado em todos

aqueles casos em que o novo VPT dos prédios urbanos não resulte em aumentos superiores a 10 a 15% do

IMI a pagar.

Páginas Relacionadas
Página 0002:
I SÉRIE — NÚMERO 19 2 A Sr.ª Presidente: — Srs. Deputados, Sr. Primei
Pág.Página 2
Página 0003:
2 DE NOVEMBRO DE 2012 3 O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Sr.ª Presidente, re
Pág.Página 3
Página 0004:
I SÉRIE — NÚMERO 19 4 Vozes do CDS-PP e do PSD: — É verdade! <
Pág.Página 4
Página 0005:
2 DE NOVEMBRO DE 2012 5 Submetido à votação, foi rejeitado, com votos contra do PSD
Pág.Página 5
Página 0006:
I SÉRIE — NÚMERO 19 6 défices externos cada vez maiores e insustentáv
Pág.Página 6
Página 0007:
2 DE NOVEMBRO DE 2012 7 Vozes do PSD: — Bem lembrado! Protesto
Pág.Página 7
Página 0008:
I SÉRIE — NÚMERO 19 8 O Sr. Miguel Frasquilho (PSD): — Mesmo s
Pág.Página 8
Página 0009:
2 DE NOVEMBRO DE 2012 9 A Sr.ª Presidente: — Sr. Deputado Miguel Frasquilho,
Pág.Página 9
Página 0010:
I SÉRIE — NÚMERO 19 10 Risos do PS. O Sr. Bernardino Soa
Pág.Página 10
Página 0011:
2 DE NOVEMBRO DE 2012 11 O Sr. João Galamba (PS): — A «festa» socialista que o Depu
Pág.Página 11
Página 0012:
I SÉRIE — NÚMERO 19 12 Sr. Deputado Miguel Frasquilho, queria fazer-l
Pág.Página 12
Página 0013:
2 DE NOVEMBRO DE 2012 13 O Sr. Miguel Frasquilho (PSD): — … dizendo que, sim, Srs.
Pág.Página 13
Página 0014:
I SÉRIE — NÚMERO 19 14 Aplausos do PSD e do CDS-PP. A Sr
Pág.Página 14
Página 0015:
2 DE NOVEMBRO DE 2012 15 Orçamento do Estado para 2013 tudo agravará, exceto, esper
Pág.Página 15
Página 0016:
I SÉRIE — NÚMERO 19 16 O Sr. Mendes Bota (PSD): — Sr.ª Presidente, Sr
Pág.Página 16
Página 0017:
2 DE NOVEMBRO DE 2012 17 Protestos do PS. Sr. Deputado Carlos Zorrinh
Pág.Página 17
Página 0018:
I SÉRIE — NÚMERO 19 18 não teria feito esse discurso, que foi um disc
Pág.Página 18
Página 0019:
2 DE NOVEMBRO DE 2012 19 O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — … sobre a medida que tudo
Pág.Página 19
Página 0020:
I SÉRIE — NÚMERO 19 20 Vozes do CDS-PP: — Muito bem!
Pág.Página 20
Página 0021:
2 DE NOVEMBRO DE 2012 21 Aplausos do PS. Protestos do CDS-PP.
Pág.Página 21
Página 0022:
I SÉRIE — NÚMERO 19 22 Apesar deste percurso que tem sido apoiado por
Pág.Página 22
Página 0023:
2 DE NOVEMBRO DE 2012 23 e para os utentes, logrando o objetivo de garantir mais mé
Pág.Página 23
Página 0024:
I SÉRIE — NÚMERO 19 24 A política do medicamento estimula a utilizaçã
Pág.Página 24
Página 0025:
2 DE NOVEMBRO DE 2012 25 A Sr.ª Presidente: — Estão inscritos, para perguntas, os S
Pág.Página 25
Página 0026:
I SÉRIE — NÚMERO 19 26 Aplausos do BE. A Sr.ª President
Pág.Página 26
Página 0027:
2 DE NOVEMBRO DE 2012 27 Serviço Nacional de Saúde com uma maior redução orçamental
Pág.Página 27
Página 0028:
I SÉRIE — NÚMERO 19 28 notar, aliás, que não existe uma declaração pú
Pág.Página 28
Página 0029:
2 DE NOVEMBRO DE 2012 29 que muito poucas vezes se liga, que é a quebra da cadeia d
Pág.Página 29
Página 0030:
I SÉRIE — NÚMERO 19 30 O Sr. Manuel Pizarro (PS): — Mas quem é que de
Pág.Página 30
Página 0031:
2 DE NOVEMBRO DE 2012 31 médico para os nossos cidadãos. Vamos contratar médicos, e
Pág.Página 31
Página 0032:
I SÉRIE — NÚMERO 19 32 Vozes do CDS-PP: — Muito bem! A
Pág.Página 32
Página 0033:
2 DE NOVEMBRO DE 2012 33 A Sr.ª Paula Santos (PCP): — Certamente, não é esse
Pág.Página 33
Página 0034:
I SÉRIE — NÚMERO 19 34 A Sr.ª Paula Santos (PCP): — … para rac
Pág.Página 34
Página 0035:
2 DE NOVEMBRO DE 2012 35 São reformas, diria eu, que visam o aumento da eficiência,
Pág.Página 35
Página 0036:
I SÉRIE — NÚMERO 19 36 Aplausos do PSD e do CDS-PP.
Pág.Página 36
Página 0037:
2 DE NOVEMBRO DE 2012 37 farmacêutica — na parte do ambulatório já está conseguida,
Pág.Página 37
Página 0038:
I SÉRIE — NÚMERO 19 38 O Sr. João Semedo (BE): — Não é nisso q
Pág.Página 38
Página 0039:
2 DE NOVEMBRO DE 2012 39 Aplausos do PS. Quando se fala na ref
Pág.Página 39
Página 0040:
I SÉRIE — NÚMERO 19 40 Em 2013, afastada a hipocrisia dos falsos cort
Pág.Página 40
Página 0041:
2 DE NOVEMBRO DE 2012 41 O Sr. Honório Novo (PCP): — Sr.ª Presidente, Sr.as
Pág.Página 41
Página 0042:
I SÉRIE — NÚMERO 19 42 Terceiro exemplo: está a pensar despedir mais
Pág.Página 42
Página 0043:
2 DE NOVEMBRO DE 2012 43 minha afirmação, nem do Sr. Ministro Adjunto e dos Assunto
Pág.Página 43
Página 0044:
I SÉRIE — NÚMERO 19 44 A Sr.ª Presidente: — Faça favor, Sr. Deputado.
Pág.Página 44
Página 0045:
2 DE NOVEMBRO DE 2012 45 troica. Se o propósito da refundação significa a desrespon
Pág.Página 45
Página 0046:
I SÉRIE — NÚMERO 19 46 Grécia e, também, em outros países realiza-se
Pág.Página 46
Página 0047:
2 DE NOVEMBRO DE 2012 47 Sr. Primeiro-Ministro, as PPP, que são dois ou três BPN, a
Pág.Página 47
Página 0048:
I SÉRIE — NÚMERO 19 48 aqui esta semana, uma verdadeira máquina de fa
Pág.Página 48
Página 0049:
2 DE NOVEMBRO DE 2012 49 O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Acabou-se a propaganda e
Pág.Página 49
Página 0050:
I SÉRIE — NÚMERO 19 50 A questão da refundação do chamado Estado soci
Pág.Página 50
Página 0051:
2 DE NOVEMBRO DE 2012 51 Podem ter a certeza de que esta história não acaba aqui. E
Pág.Página 51
Página 0052:
I SÉRIE — NÚMERO 19 52 Protestos do Deputado do PS José Junque
Pág.Página 52
Página 0053:
2 DE NOVEMBRO DE 2012 53 São esses os pais do Estado social, não é nem o Partido So
Pág.Página 53
Página 0054:
I SÉRIE — NÚMERO 19 54 O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): — … e de
Pág.Página 54
Página 0055:
2 DE NOVEMBRO DE 2012 55 avaliar como evoluiu o País, após quase um ano e meio dest
Pág.Página 55
Página 0056:
I SÉRIE — NÚMERO 19 56 perspetivas para os juros do financiamento, a
Pág.Página 56
Página 0057:
2 DE NOVEMBRO DE 2012 57 impossível de cumprir, porque assentou, desde o primeiro d
Pág.Página 57
Página 0058:
I SÉRIE — NÚMERO 19 58 ainda mais o contrato em que os portugueses vo
Pág.Página 58
Página 0059:
2 DE NOVEMBRO DE 2012 59 O Sr. Carlos Abreu Amorim (PSD): — Sr.ª Presidente da Asse
Pág.Página 59
Página 0060:
I SÉRIE — NÚMERO 19 60 O Sr. Carlos Abreu Amorim (PSD): — Sr.ª Presid
Pág.Página 60
Página 0061:
2 DE NOVEMBRO DE 2012 61 de o País descambar na bancarrota. Em nome da bondade e da
Pág.Página 61
Página 0062:
I SÉRIE — NÚMERO 19 62 detém nas suas mãos as responsabilidades socia
Pág.Página 62
Página 0063:
2 DE NOVEMBRO DE 2012 63 O Sr. Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiro
Pág.Página 63
Página 0064:
I SÉRIE — NÚMERO 19 64 Aplausos do PSD e do CDS-PP.
Pág.Página 64
Página 0065:
2 DE NOVEMBRO DE 2012 65 Aplausos do PSD e do CDS-PP. Por que
Pág.Página 65
Página 0066:
I SÉRIE — NÚMERO 19 66 Vozes do PSD: — Muito bem! <
Pág.Página 66
Página 0067:
2 DE NOVEMBRO DE 2012 67 evolução do crescimento, da demografia, da esperança de vi
Pág.Página 67
Página 0068:
I SÉRIE — NÚMERO 19 68 preconceito antigo, é um preconceito perigoso
Pág.Página 68
Página 0069:
2 DE NOVEMBRO DE 2012 69 O Sr. Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros: — Po
Pág.Página 69
Página 0070:
I SÉRIE — NÚMERO 19 70 Aplausos do PSD e do CDS-PP. Srs
Pág.Página 70