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I SÉRIE — NÚMERO 28

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O Sr. Primeiro-Ministro: — … e que prevaleça sobre o investimento reprodutivo na área da agricultura, como é aquele que advém do 2.º Pilar e menos dos pagamentos diretos aos agricultores.

E se for assim, estou convencido de que não teremos ainda o orçamento que desejamos para a Europa

que ambicionamos, mas também não teremos um orçamento que nos comprometa na estratégia dos próximos

sete anos.

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

A Sr.ª Presidente: — Srs. Deputados, Sr. Primeiro-Ministro, Srs. Membros do Governo, termina aqui o conjunto dos dois debates que tivemos esta manhã, um, o quinzenal, o outro, de preparação do Conselho

Europeu. Cumprimento o Sr. Primeiro-Ministro e os Srs. Membros do Governo.

Vamos continuar com os nossos trabalhos, desta vez, com as votações.

Antes de mais, vamos proceder à verificação do quórum, utilizando o sistema eletrónico. Peço aos Srs.

Deputados o favor de se registarem.

Pausa.

O quadro eletrónico regista 200 presenças, às quais se acrescentam 10 (dos Srs. Deputados Carla

Rodrigues, Emídio Guerreiro, Luís Menezes, Luís Leite Ramos, Maria Conceição Pereira, Nilza de Sena e

Paulo Cavaleiro, do PSD, Gabriela Canavilhas, do PS, Agostinho Lopes, do PCP, e Ana Drago, do BE, que

não puderam registar-se), perfazendo 210 Deputados, pelo que temos quórum para proceder às votações.

Começamos pelo voto n.º 87/XII (2.ª) — De pesar pelo falecimento do encenador e fundador da Companhia

de Teatro de Almada, Joaquim Benite (PSD, PS, CDS-PP, PCP, BE e Os Verdes), que vai ser lido pelo Sr.

Secretário Jorge Machado.

O Sr. Secretário (Jorge Machado): — Sr.ª Presidente e Srs. Deputados, o voto é do seguinte teor:

«Com o desaparecimento de Joaquim Benite, no passado dia 5 de dezembro, a cultura, em Portugal, vê

desaparecer um dos seus mais importantes construtores.

Cedo dedicou a sua inteligência e trabalho às artes e à cultura, passando por uma breve experiência como

ator, ainda com 17 anos, trabalhando depois como jornalista.

Homem da cultura e da arte, ele foi também um ativista político desde os tempos do fascismo, integrando,

em 1969, a Comissão Política da Comissão Democrática Eleitoral (CDE) e participando e escrevendo sobre o

II Congresso da Oposição Democrática, realizado, nesse mesmo ano, em Aveiro. Escreveu para jornais,

inclusive como crítico de teatro, numa carreira iniciada no Diário de Lisboa Juvenil, dirigido por Mário Castrim,

e prosseguida em vários outros jornais, entre eles O Diário, no qual foi responsável pelo Suplemento Cultural,

tendo sido ainda chefe de redação de O Diário e O Século.

Na história do teatro português, o percurso de Joaquim Benite ficará não apenas como referência

incontornável, mas também como marca inconfundível e de dimensão singular.

Quem fizer a história do nosso teatro, terá que se deter inevitavelmente, com paragem obrigatória, nessa

figura maior da cultura portuguesa, nesse homem de teatro carregado de talento, de alma lutadora e de

sensibilidade; terá que se deter, no nascimento do Grupo de Campolide, em 1970, no impacto por ele

causado, desde logo, no seu primeiro espetáculo e nas sementes de futuro que aí foram lançadas por uma

equipa na qual Joaquim Benite contava com a relevante participação de Virgílio Martinho, seu companheiro de

armas de muitos anos; terá que se deter na atividade da Companhia de Teatro de Almada, a partir de 1978 e

até à instalação no magnífico Teatro Azul, e na revolução por ela gerada em matéria de criação de um novo

público feito de gente que ali nasceu a amar o teatro e que passou a inscrever o teatro na sua agenda de

prioridades.

Trata-se de um percurso no qual ocupa posição de destaque a criação dessa notável realização que é o

Festival de Teatro de Almada, o maior realizado no nosso País e um dos mais importantes à escala da Europa

— um festival que, apresentando autores dos mais consagrados à escala nacional e internacional, é

igualmente um espaço aberto aos novos criadores.

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