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I SÉRIE — NÚMERO 41

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O Partido Socialista anda aqui numa dança, mais ou menos subtil, em que vem um Deputado e diz que é

preciso eleições, depois vem outro e diz que o Governo não tem legitimidade, mas não assume claramente

qualquer posição. Assim, Sr. Deputado Carlos Zorrinho, pergunto-lhe: o Partido Socialista defende que seja

demitido o Governo e sejam convocadas eleições ou continua à espera que o descrédito do Governo lhe

permita a credibilização que não obtém pela apresentação de uma proposta alternativa?

Aplausos do PCP.

A Sr.ª Presidente: — Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado Duarte Pacheco.

O Sr. Duarte Pacheco (PSD): — Sr.ª Presidente, Sr. Deputado Bernardino Soares, a sua intervenção traz-

nos o relatório do Banco de Portugal. Mas o Partido Comunista só viu um dos lados desse relatório. Como é

óbvio, não viu aquilo que não quis ver, porque se os números que aqui citou são verdade, é igualmente

verdade que, face às previsões anteriores, o decréscimo do produto que o Banco de Portugal aqui nos

apresenta decorre, pura e simplesmente, de uma alteração e de uma degradação do contexto externo que faz

baixar as exportações.

O Sr. João Oliveira (PCP): — Antes fosse!

O Sr. Duarte Pacheco (PSD): — O senhor, se leu o relatório, sabe isso, mas não o quis aqui citar,

mostrando que não foi sério no modo como abordou a questão.

Vozes do PSD: — Muito bem!

O Sr. Duarte Pacheco (PSD): — Sr. Deputado, esperava que hoje nos viesse falar de algo positivo para o

País e que viesse trazer uma notícia positiva para os portugueses, que é, essencialmente, aquela que decorre

da baixa sistemática das taxas de juro nos mercados da dívida portuguesa: o sucesso, hoje, da colocação das

várias obrigações de curto e médio prazo pelo Estado português. Já na passada semana recuámos a valores

de novembro de 2010 para termos valores no mercado secundário.

Os portugueses sabem que quando os juros da dívida pública começaram a subir tiveram de vir medidas

difíceis e, consequentemente, a sua vida começou a piorar. Este foi o primeiro sinal de que a credibilidade está

a ser restaurada e que a partir do momento em que as empresas e o Estado se financiem em valores

aceitáveis também os efeitos serão sentidos na economia e na vida de cada família.

Vozes do PSD: — Muito bem!

O Sr. Duarte Pacheco (PSD): — Os senhores sabem isso. Mas aquilo que é positivo para os portugueses

os senhores não querem trazer para o debate. E porquê? Porque a partir do momento em que há boas

notícias para os portugueses a oposição fica nervosa e só pensa em eleições, porque sabe que a partir do

momento em que os portugueses sintam que as medidas difíceis que o Governo teve de tomar, em

consequência do estado de bancarrota que o Partido Socialista nos deixou,…

O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Muito bem!

O Sr. Duarte Pacheco (PSD): — … tenham efeitos sensíveis em cada família e em cada empresa, isso vai

ter um impacto positivo em todos nós.

Mas os senhores querem fugir disso como o Diabo foge da cruz, nomeadamente o Partido Socialista, que

nos deixou neste buraco, mas que agora, quando pensa que os resultados podem ser sentidos por todos, a

toda a pressa só pensa em eleições para que, eventualmente, possa regressar ao poder, deixando que este

Governo tomasse as medidas difíceis para restaurar a credibilidade do País, e assim poder retirar os louros de

um regresso aos mercados.

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