31 DE JANEIRO DE 2013
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a qualidade dos seus serviços. Sim, Sr.as
e Srs. Deputados, sim, Srs. Membros do Governo, qual é a pressa
do Governo?
Nós respondemos: a pressa do Governo é tapar o desvio orçamental criado por Vítor Gaspar.
Aplausos do BE.
O Sr. Presidente (Ferro Rodrigues): — Ainda na abertura do debate, tem a palavra o Sr. Ministro da
Solidariedade e da Segurança Social, em nome do Governo.
O Sr. Ministro da Solidariedade e da Segurança Social (Pedro Mota Soares): — Ex.mo
Sr. Presidente,
Sr.as
e Srs. Deputados: O Bloco de Esquerda faz hoje um exercício sobre o Estado social. Mas o exercício, o
exercício verdadeiro tem de ser feito pelo Governo, pois propostas concretas e exequíveis para a reforma do
Estado social do Bloco de Esquerda nem uma!
Para proteger o Estado social, temos de reformar o Estado em si mesmo — a administração central, a
administração local e a administração regional, e o próprio setor empresarial do Estado, e aí sem nenhuma
concessão aos interesses instalados.
Só para dar um exemplo, na renegociação dos contratos das PPP, estamos a falar de poupanças para o
Estado de cerca de 1300 milhões de euros no pagamento de encargos entre o ano de 2013 e o ano de 2018.
Mas é claro que a mundividência do Bloco é outra. O BE não é, nem pretende ser, um partido do arco da
governabilidade, nem tem uma ideia possível, viável e consequente para governar Portugal neste momento
dificílimo. O BE continua a agir, parecendo ignorar que Portugal chegou a uma situação, em abril de 2011, em
que estava na iminência da bancarrota, da rutura de todo o sistema financeiro e a poucas semanas de não
poder pagar os seus compromissos mais elementares. Mais: fazem de conta que não há um Memorando de
Entendimento e que Portugal não tem, neste momento, credores.
Para o BE não há um défice a corrigir nem uma dívida a solver e só assim se entendem as propostas que
apresentam, pois em nenhuma delas vemos a preocupação de controlo ou de diminuição da despesa. É por
isso que apresentar alternativas viáveis e consequentes não consta na sua linha de ideias. É mais fácil
recusar, esquecendo que, ao apelar sempre ao incumprimento, o destino de Portugal seria um: mais dívida,
mais austeridade por mais tempo, com a consequência de retirar Portugal da zona euro.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
Nesse aspeto, a consequência das propostas do BE é aquela que é verbalizada pelo Deputado do PCP
Agostinho Lopes, que diz que um Governo de esquerda deve preparar a saída do euro. Ora, esse é um
caminho que os portugueses, em eleições, já rejeitaram.
O Sr. Jorge Machado (PCP): — Já estão quase a baixar o nível! É o costume!
O Sr. Ministro da Solidariedade e da Segurança Social: — Os portugueses querem defender a
reputação internacional de Portugal, sabem que há um tempo difícil e doloroso para recuperarmos a nossa
liberdade como País e têm o bom senso de querer Portugal na zona euro. A prova mais recente é a ida de
Portugal aos mercados e o cumprimento do limite do défice em 2012. E registe-se que nestas importantes
conquistas o BE não deu qualquer contributo.
Vozes do CDS-PP: — Muito bem!
O Sr. Ministro da Solidariedade e da Segurança Social: — Sr. Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados: Se
queremos falar do futuro, temos de perceber qual é o nosso ponto de partida para, nesse sentido,
percebermos e definirmos um caminho a percorrer. Portugal parte hoje sob o jugo da assistência externa.
Como sabemos, as exigências têm imposto um enorme esforço aos portugueses, mas o incumprimento do
Memorando é uma opção que não temos. Significaria terminar com o pouco crédito disponível, desperdiçar o
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e o nosso poder de escolha está profundamente limitado. O Memorando de Entendimento já previa, de 2013
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, contrariando aquilo que estava inscrito no n.º 1.19 do Memorando de Entendimento, que foi negociado
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estabelecidos pelo Estado português no Memorando de Entendimento. E, entre cortes e impostos, convém aqui
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do Governo! O Sr. Artur Rêgo (CDS-PP): — No Memorando de Entendimento, que foi negociado
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honrar os seus compromissos, a vossa resposta é sempre: «rasgue-se o Memorando de Entendimento
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Socialista que assinou com a troica um Memorando de Entendimento que prevê inúmeras reduções
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no Memorando de Entendimento relativamente à taxação das instituições sociais em sede de IRC
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, que aquilo que o País tem de fazer neste momento é rasgar o acordo com os seus credores, é ignorar o Memorando
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a matriz constitucional às condicionalidades económicas estabelecidas no Memorando de Entendimento
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, chamado, eufemisticamente, de Memorando de Entendimento sobre as Condicionalidades de Política
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verdadeiramente dramático é que este é o objetivo político deste Memorando de Entendimento, deste pacto
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