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15 DE FEVEREIRO DE 2013

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Dar voz a esta nossa gente é dizer, com o fôlego da resistência, que é preciso mudar de políticas. Políticas

que respeitem compromissos, sendo o primeiro dos quais, e que a todos se sobrepõe, o compromisso de

garantir aos portugueses a dignidade da condição humana, o que significa travar o desastre social em curso.

Aplausos do PS.

Mas, como fazer ver isto a quem foi entregue o mando há 604 dias, se estão impregnados pela

insensibilidade, pela teimosia, pelo preconceito ideológico?

Como fazer ver a esta maioria que o caminho que está a ser seguido está e continuará a dar maus

resultados?

Diz o povo que «o pior cego é aquele que não quer ver» e dizem uns escritos, por sinal sagrados, que «se

um cego guiar outro, ambos cairão na cova». Que premonitório para a maioria!

Como fazer entender a esta coligação que o povo português não escolheu cair com ela?

E não quer cair porque não escolheu ter dois Orçamentos do Estado consecutivos com normas lesivas da

Lei Fundamental, o último dos quais mais gravoso que o anterior, com penalizações inaceitáveis sobre as

pensões de quem, hoje indefeso, trabalhou uma vida inteira acreditando que o Estado, como pessoa de bem,

honraria os compromissos que assumiu.

E não quer cair porque não escolheu ver minguar…

A Sr.ª Presidente: — A Sr.ª Deputada, vai desculpar-me por ter de a interromper, mas há muito ruído na

Sala e a Sr.ª Deputada não pode ser ouvida em condições de ser escutada enquanto não pararmos um minuto

para que os Srs. Deputados se sentem.

Pausa.

Faça favor de continuar, Sr.ª Deputada.

A Sr.ª Eurídice Pereira (PS): — Perguntava eu, como fazer entender a esta coligação — que agora já se

sentou — que o povo português não escolheu cair com ela?

Aplausos do PS.

E não quer cair porque não escolheu ter dois Orçamentos do Estado consecutivos com normas lesivas da

Lei Fundamental, o último dos quais mais gravoso que o anterior, com penalizações inaceitáveis sobre as

pensões de quem, hoje indefeso, trabalhou uma vida inteira acreditando que o Estado, como pessoa de bem,

honraria os compromissos que assumiu.

E não quer cair porque não escolheu ver minguar as prestações sociais ao nível próximo da caridade e a

estabilidade do direito à habitação ser agora posta em causa.

E não quer cair porque não escolheu empurrar os portugueses para a emigração, ao nível dos anos 60,

como confirmou há duas semanas um membro do Governo, e fazer, em consequência, da pátria, madrasta.

E não quer cair porque não escolheu ter escolas transformadas em cantinas sociais, locais onde muitas

crianças tomam as únicas refeições diárias porque à família foi inviabilizada a assunção de responsabilidades

básicas.

O Sr. Mota Andrade (PS): — Bem lembrado!

A Sr.ª Eurídice Pereira (PS): — E não quer cair porque não escolheu criar mecanismos que põem em

causa os princípios que estão no ADN do Serviço Nacional de Saúde.

E não quer cair porque não escolheu que o aumento do desemprego seja instrumento de pressão para a

diminuição de salários, por alegadas razões de competitividade.

Aplausos do PS.

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