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21 DE FEVEREIRO DE 2013

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anos consecutivos e que sejam correspondentes a horários completos são consideradas necessidades

permanentes das escolas.

Parece-nos que essa é a única forma de resolver um problema que, não sendo assim, tenderá sempre a

alastrar e a perpetuar-se, que é o problema da proliferação e generalização da precariedade entre o corpo

docente.

Mas, Srs. Deputados, se dúvidas há sobre o verdadeiro papel da precariedade e sobre a intenção do

Governo ao utilizá-la, pensamos que o Boletim Estatístico do Emprego Público, que acaba de ser divulgado,

demonstra bem qual é essa utilidade.

Quando o PCP conheceu o conteúdo da revisão da estrutura curricular, apresentada por este Governo,

denunciou os efeitos que iria ter no emprego público, nomeadamente no emprego de professores. O Governo,

o PSD e o CDS, uma vez mais, fizeram o número de que tudo isso era fantasia comunista, aquele alarme que

sempre atribuem aos comunistas, dizendo que os comunistas veem fantasmas em todo o lado.

Srs. Deputados, se os 14 000 professores que foram para a rua por causa da vossa revisão curricular são

fantasmas, falem com quem faz o Boletim Estatístico do Emprego Público, que dá nota de que, no Ministério

da Educação e Ciência, só neste último ano, se perderam 15 475 postos de trabalho, 14 000 dos quais de

professores.

Portanto, este é, de facto, o maior despedimento coletivo, aliás, o primeiro despedimento coletivo no setor

público e é logo um despedimento coletivo de 14 000 pessoas.

Temos de impedir que torne a suceder esta utilização dos professores como um elemento descartável no

ensino público. E não aceitamos que nos digam que há professores a mais enquanto há estudantes que não

chegam ao fim do percurso escolar; não aceitamos que nos digam que há professores a mais enquanto há

abandono, enquanto há insucesso, enquanto há uma prestação muito abaixo dos padrões que um Estado

como Portugal deveria conseguir cumprir. O que há é professores e recursos a menos nas escolas, pelo que

importa criar condições para vincular os professores necessários nas escolas.

Aplausos do PCP.

O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Para uma intervenção, tem, agora, a palavra a Sr.ª Deputada Maria

José Castelo Branco.

A Sr.ª Maria José Castelo Branco (PSD): — Sr. Presidente, Sr.as

e Srs. Deputados: Cabe-me hoje

analisar o teor dos projetos de lei n.os

338/XII (2.ª), do Bloco de Esquerda, e 289/XII (2.ª), do PCP, de

conteúdos muito idênticos, defendendo a vinculação de todos os professores contratados com, pelo menos,

três anos de docência.

O Sr. Miguel Tiago (PCP): — Muito bem! É isso mesmo!

A Sr.ª Maria José Castelo Branco (PSD): — Referem os subscritores que é imperativo o ingresso destes

docentes devido à existência de vagas de necessidade permanente no sistema educativo nacional, alegando

ainda que a situação de contratação sucessiva será ilegal.

O Sr. Miguel Tiago (PCP): — E a Sr.ª Deputada sabe que isso é tudo verdade!

A Sr.ª Maria José Castelo Branco (PSD): — Temos, então, de esclarecer alguns princípios errados em

que assenta esta argumentação.

Primeiro: convirá esclarecer, à partida, que o número de vagas para docentes está diretamente associado à

evolução demográfica do País. Logo, o número de vagas para docentes depende, forçosamente, do número

efetivo de alunos.

Segundo: o Ministério da Educação não tem a figura jurídica, referida pelo PCP, da «contratação

sucessiva», mas, sim, da «renovação de contratos», e a carreira docente não se rege pelas regras gerais do

Regime do Contrato de Trabalho em Funções Públicas (Lei n.º 59/2008), já que tem um estatuto próprio, o

Estatuto da Carreira Docente (Decreto-Lei n.º 75/2010).

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