I SÉRIE — NÚMERO 56
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Terceiro: o Ministério da Educação, consciente da necessidade de integrar professores contratados na
carreira docente, para dar resposta às reais necessidades do sistema educativo, abriu, em janeiro, um
concurso extraordinário para cerca de 600 docentes que tenham desempenhado funções, pelo menos por 365
dias nos últimos 3 anos, sendo que, ainda este ano, terá lugar o concurso regular, que ocorre de 4 em 4 anos.
O somatório de vagas destes dois concursos (do extraordinário e do regular) será o número de vagas
calculado como sendo o das necessidades reais do sistema educativo, de acordo com a perspetiva de
evolução demográfica portuguesa.
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Menos 14 000 num ano!
A Sr.ª Maria José Castelo Branco (PSD): — Por fim, não posso deixar de notar a referência que o PCP
faz à necessidade de se proceder à alteração das áreas de abrangência das zonas pedagógicas para efeitos
de afetação de professores.
Essa situação já foi sinalizada pelo Ministério da Educação e está efetivamente em estudo.
Agora, por favor, não vão mudar de ideias só para perpetuarem o lado de lá da barricada!…
Por tudo o que referi, parece-me estar perfeitamente justificada a nossa posição contra o teor destes
projetos de lei.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Também para uma intervenção, tem a palavra a Sr.ª Deputada Ana
Catarina Mendonça.
A Sr.ª Ana Catarina Mendonça (PS): — Sr. Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados: Obviamente, esta
discussão decorre da apreciação parlamentar anterior e quero dizer aos proponentes destes projetos de lei
que, pese embora a nossa sensibilidade para com os professores contratados, entendemos que a solução não
pode passar pelo número de anos que os professores estão no exercício das suas funções; devemos, antes,
indo, aliás, ao encontro de iniciativas que o Partido Socialista aqui apresentou, na anterior Legislatura, e já
nesta, proceder a um levantamento rigoroso e exaustivo das reais necessidades das escolas.
E volto ao tema que referi, há pouco, ao Sr. Secretário de Estado. Pode o CDS vir aqui invocar, novamente,
o fantasma da Parque Escolar, que aquilo que é preciso é ir ao terreno e ouvir os professores que estão à
frente das escolas — e ainda esta manhã tive oportunidade de estar na escola de Azeitão —, para perceber
quais são as reais dificuldades que as escolas enfrentam, neste momento, por falta de estratégia do Ministério
da Educação, em termos de investimento. E, quando falamos de investimento, não é apenas a requalificação
do parque escolar, que entendemos como necessária para a qualidade do ensino, que está em causa, são
também as condições para os nossos professores e para os nossos alunos.
O que está a acontecer neste momento é que a política do Ministério da Educação decidiu acabar com um
conjunto de valências das escolas, tornando a escola, atrever-me-ia a dizer, uma escola do século XIX,
livresca, como se isso fizesse dos alunos melhores alunos. Eles não são melhores alunos porque aprendem
só a matemática, o português, a história, a geografia ou o inglês, eles são melhores alunos se puderem ser
cidadãos de pleno direito e se, para isso, tiverem outras valências e outras componentes que, muitas vezes,
em casa, não lhes podem dar.
A nossa posição nesta matéria é, como sempre, olhar para a política de educação como uma tarefa
essencial do Estado na formação dos seus professores e dos seus estudantes. Por isso, a nossa divergência
com os projetos de lei em apreciação tem a ver com os fundamentos usados para a vinculação destes
professores, porque todos queremos a vinculação do maior número possível de professores contratados, mas
ela deve ser feita em função das necessidades e das realidades de cada uma das escolas e do nosso meio
escolar.
É verdade, Sr.ª Deputada, que há neste momento, em Portugal, um problema demográfico que nos deve
suscitar um conjunto de reflexões. Mas ele não pode ser argumento para acabar com um conjunto de
situações nas nossas escolas e não pode ser o único argumento para dizer que estes professores não vão ter
Resultados do mesmo Diário
! A Sr.ª Inês Teotónio Pereira (CDS-PP): — … razão pela qual aqui se aplica a lei-travão. Aliás, o Grupo
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, o projeto de lei do Bloco de Esquerda não colide com a «lei-travão». Garanto que tem «embraiagem
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sempre à carga! Então, não me vai falar de qualquer circunstância sobre a lei-travão, nem sobre
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