O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

18 DE ABRIL DE 2013

47

O Sr. Bruno Dias (PCP): — É que demagogia é aquilo que os senhores fazem quando dizem que o

problema das empresas e os seus prejuízos resultam essencialmente das greves e das lutas dos

trabalhadores.

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Ora, bem! Isso é que é demagogia!

O Sr. Bruno Dias (PCP): — É o CDS, o PSD e o Governo que assumem esta posição de atribuir aos

trabalhadores das empresas a culpa e a origem do problema económico que elas estão a atravessar, são

estes partidos, estas bancadas, este Governo, que assumem essa posição, quando sabemos que aquilo que

uma empresa do setor entrega aos bancos, em juros e em perdas de swap, num ano, dava para pagar 10

anos de salários, aquilo que temos aqui é exatamente a última das bancadas e o último dos partidos que podia

falar em demagogia e populismo.

Vozes do PCP: — Ora, bem! Exatamente!

O Sr. Bruno Dias (PCP): — Demagogia é impor aos trabalhadores sacrifícios absolutamente brutais,

desumanos, uma sobre-exploração como nunca foi vista, em que as empresas têm salários dos trabalhadores,

numa quantidade inaudita, penhorados pelas dificuldades económicas que atravessam e dizer — como dizia

ainda há pouco o Sr. Deputado do PSD — que isso serve para estancar a espiral de dívida e o caos financeiro.

Não serve para nada disso, Srs. Deputados!

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Exatamente!

O Sr. Bruno Dias (PCP): — Serve para entregar esse dinheiro, que é «poupado» na carne e nos ossos

dos trabalhadores e das suas famílias, e entregá-lo à Morgan Stanley,…

A Sr.ª Rita Rato (PCP): — Exatamente!

O Sr. Bruno Dias (PCP): — … à Goldman Sachs, como está a acontecer.

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Exatamente!

O Sr. Paulo Batista Santos (PSD): — Não seja demagogo!

O Sr. Bruno Dias (PCP): — É para aí que vai o dinheiro! É tão simples como isto, Sr. Deputado!

Protestos do Deputado do CDS-PP João Pinho de Almeida.

E quando nos diz que as coisas aconteceram como tinham que acontecer, porque não havia alternativa e

foi nessas condições que os empréstimos foram impostos, é preciso dizer que, mesmo em relação ao que está

agora a passar — e não vou falar daquilo que já dissemos sobre a recondução do presidente da Carris,

responsável por estes contratos que há na empresa, com 30% de aumento no salário —, está em causa a

própria atuação do Governo juntos dos bancos e dos megabancos.

O Sr. Deputado ignora que, na Grã-Bretanha, a entidade supervisora e de regulação conseguiu que os

bancos alterassem os contratos e compensassem as empresas pelos prejuízos que causaram com «soluções

financeiras deste tipo»?! Aquilo que está a acontecer na Grã-Bretanha não pode acontecer no resto do

mundo?! Os bancos não podem alterar estes contratos e compensar as empresas pelo autêntico roubo, pela

operação de transferência de milhares de milhões de euros que está a acontecer?!

Os senhores são tão rápidos a penalizar os trabalhadores, a cortar-lhes nos salários, a cortar-lhes nos

direitos, e ficam «a ver passar navios», enquanto os milhões vão sendo escoados do erário público e do setor

público para o setor financeiro internacional?!

Páginas Relacionadas
Página 0050:
I SÉRIE — NÚMERO 79 50 O Sr. Bruno Dias (PCP): — … vemos que há realm
Pág.Página 50
Página 0051:
18 DE ABRIL DE 2013 51 Face a esta iniciativa, apraz-nos dizer que o Decreto-Lei n.
Pág.Página 51
Página 0052:
I SÉRIE — NÚMERO 79 52 O Sr. Jacinto Serrão (PS): — Sr. Presidente, S
Pág.Página 52
Página 0053:
18 DE ABRIL DE 2013 53 alterações importantes nesta matéria, que o PCP ignora e apr
Pág.Página 53
Página 0054:
I SÉRIE — NÚMERO 79 54 se procura aparentar a situações de dificuldad
Pág.Página 54
Página 0055:
18 DE ABRIL DE 2013 55 A Sr.ª Rita Rato (PCP): — Hoje, como há menos dinheir
Pág.Página 55