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18 DE ABRIL DE 2013

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Percebemos que é um Governo também em desagregação.

Olhemos, por exemplo, para a atitude de um dos parceiros da coligação. O CDS, sempre que tem um fim

de semana de Conselho Nacional, finge que está na oposição, parece mostrar-se aqui com um pé na oposição

e vai criticando, dizendo que tem para criticar. E, com isso, foge às suas responsabilidades. Afinal, o CDS, ao

querer mostrar que tem um pé na oposição, fica é sem pé nas promessas que fez aos portugueses. Essa é a

realidade concreta, porque se esqueceu de tudo o que prometeu e porque não quer assumir as

responsabilidades na política que está a destruir o País e da qual é um dos principais protagonistas.

Mas o Governo procura manter-se à tona. Já todos percebemos que o Governo quer salvar-se a si próprio

para poder destruir o País. E, agora, um dos últimos episódios dessa novela é a carta enviada ao Partido

Socialista.

O Governo, agora, procura chorar no ombro do Partido Socialista e pedir ajuda para se salvar a si próprio.

Ora, nós percebemos esta carta ao PS, que parece querer ser entendida como uma acalmia para a troica.

Quem salvar o Governo está a virar as costas ao País! Quem dá as mãos ao Governo vira as costas às

dificuldades que as pessoas estão a sentir! Por isso, se a aliança política que o Governo quer é uma

«mãozinha» para acalmar a troica, essa é a «mãozinha» que vai ser também culpada da destruição do País!

Não é aceitável, porque esta é a política que o Governo está a seguir, esta é a política que vai conduzir

Portugal ao segundo resgate.

Vejamos o que nos dizia o Eurogrupo naquele documento que, afinal, se tornou público, mas que era para

ser discutido na reunião em privado. Dizia-nos o Eurogrupo que Portugal tem pela frente dois anos muito

difíceis na gestão da dívida pública, que em 2014 e 2015, entre pagamento de juros, amortizações e

suprimento do défice público, a dívida pública chegará aos 20 000 milhões de euros em cada ano. Por isso, o

que está à vista, ao virar da esquina, é cada vez mais o segundo resgate, uma inevitabilidade desta política.

No fundo, percebemos: quem pediu mais tempo para mais austeridade agora está a ter mais tempo para mais

sacrificar o País. Afinal, é mais tempo para mais depressa nos atirar para o segundo resgate.

Nós não precisamos de mais tempo com mais austeridade. Precisamos de mais tempo para sair desta

crise e, por isso, precisamos de renegociar a dívida. Essa é que e á saída!

A nossa preocupação são mesmo os portugueses!

Por isso, em nome deles e para eles, a única solução que é plausível e aceitável é renegociar a dívida.

Deste lado está a esquerda que não vira as costas a esta responsabilidade e que sabe que a urgência é

defender o País e não especuladores.

Aplausos do BE.

A Sr.ª Presidente: — A Mesa regista a inscrição, para pedir esclarecimentos, dos seguintes Srs.

Deputados: João Oliveira, do PCP, Hugo Soares, do PSD, Cecília Meireles, do CDS-PP, e José Junqueiro, do

PS.

Entretanto, o Sr. Deputado Pedro Filipe Soares informou a Mesa que responderá individualmente a cada

pedido de esclarecimento.

Tem, pois, a palavra, para pedir esclarecimentos, o Sr. Deputado João Oliveira.

O Sr. João Oliveira (PCP): — Sr.ª Presidente, Sr.as

e Srs. Deputados, Sr. Deputado Pedro Filipe Soares,

queria saudá-lo pela declaração política que aqui nos trouxe e colocar-lhe duas questões.

A primeira questão prende-se com a perspetiva de funil discursivo com que a maioria do PSD e do CDS

procura condicionar a atitude dos portugueses, procurando impor alguma resignação e algum conformismo,

dizendo que só há três alternativas: ou corta-se na despesa; ou aumentam-se os impostos; ou aumenta-se a

dívida. Para a maioria, não há alternativas para além destas!

Portanto, estamos mais ou menos conformados com aquilo que, afinal de contas, não é a verdadeira

alternativa, porque este Governo, apoiado por esta maioria do PSD e do CDS, não tem feito outra coisa senão

juntar as três alternativas numa só,…

A Sr.ª Rita Rato (PCP): — Exatamente!

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