O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

12 DE SETEMBRO DE 2013

7

Tribunal Constitucional, os portugueses têm de ser tratados com equidade, quer trabalhem na função pública,

quer trabalhem no setor privado, e, em último lugar, naturalmente, adaptar à interpretação do Tribunal

Constitucional essa solução. É esse respeito que lhe devemos num Estado de direito, com a convicção de que

estamos a trabalhar para salvar o País e nunca para afrontar a Constituição ou os Srs. Juízes do Tribunal

Constitucional.

Aplausos do CDS-PP.

A Sr.ª Presidente: — O PCP indicou à Mesa que pode intervir de imediato. Se a ordem que foi mais ou

menos indicada não for assim perturbada, dou a palavra ao Sr. Deputado João Oliveira.

Faça favor, Sr. Deputado.

O Sr. João Oliveira (PCP): — Sr.ª Presidente, Sr.as

e Srs. Deputados: Esta declaração de

inconstitucionalidade confirma alguns dos argumentos e das preocupações que o PCP tinha manifestado ao

longo do debate na Assembleia da República e vem confirmar uma vez mais a natureza da política do

Governo, que, visando o pacto de agressão, confirma também os interesses que estão por detrás desta

política.

Esta é uma política contrária à Constituição e contrária à democracia, mas é também uma política que

impõe aos trabalhadores e ao povo todos os sacrifícios para proteger o grande capital económico e financeiro.

E é uma política que só com chantagem é que pode ser imposta.

Sr.as

e Srs. Deputados, ouvimos ao longo destas semanas, da parte do Primeiro-Ministro e da parte de

outros responsáveis governamentais e dos partidos políticos que suportam a maioria, a recuperação política

da chantagem sobre tudo e todos para continuar a prosseguir a mesma política.

Foi a chantagem sobre o Tribunal Constitucional, ameaçando-o e pressionando-o em relação ao impacto

que podia ter a decisão, e foi, uma vez mais, a chantagem sobre os portugueses, ameaçando-os com a

necessidade de um segundo resgate, porque, afinal de contas, o Governo não vai poder poupar os 900

milhões de euros que queria poupar com o despedimento arbitrário na função pública.

Perguntamos, Sr.as

e Srs. Deputados da maioria, se esses 900 milhões podem justificar um segundo

resgate, o que justifica os 1100 milhões que os senhores entregaram ao Banif em dezembro passado? O que

justifica os mais de 3000 milhões de euros de perdas potenciais dos swaps que os senhores continuam a

proteger em benefício da banca, em benefício dos interesses financeiros? Então, essas perdas, esse dinheiro

público que é gasto em benefício dos grupos económicos, em benefício da banca, em benefício do capital

financeiro, esse prejuízo, esse desperdício de dinheiro público já não significa nada de perdas para o Estado e

de imposições sobre a nossa economia e a nossa situação orçamental?

Sr.ª Presidente, Sr.as

e Srs. Deputados, a pergunta que temos hoje de fazer é até quando. Até quando é

que vamos ter um Governo a governar contra a Constituição e a democracia, até quando é que vamos ter um

Governo a governar chantageando e pressionando o Tribunal Constitucional, os órgãos de soberania, mas

chantageando também os portugueses, o próprio povo que o Governo devia governar e que, afinal de contas,

apenas arruína?

E, Sr.ª Presidente, Sr.as

e Srs. Deputados, até quando é que vamos ter um Presidente da República que

sustenta um Governo que governa à margem da Constituição e que, em nome da Constituição, já devia ter

sido demitido há muito tempo?

Aplausos do PCP e de Os Verdes.

A Sr.ª Presidente: — Segundo a ordem indicada à Mesa, segue-se o Bloco de Esquerda.

Tem a palavra o Sr. Deputado Pedro Filipe Soares.

O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Sr.ª Presidente, Sr.as

e Srs. Deputados: Poderíamos analisar todo este

processo como algo ocasional que decorre de um erro de governação que pudesse ter acontecido por alguma

falha de alerta ou de aviso que não chegou, mas nada disso justifica o ocorrido: o Governo sabia o que estava

a fazer.

Páginas Relacionadas