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I SÉRIE — NÚMERO 89

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Porém, esta moção tem um segundo grande objetivo que também é muito claro, que é o de sufragar —

repito, sufragar — uma alternativa política no Parlamento.

Sr. Primeiro-Ministro, consideramos que o primeiro objetivo é completamente inoportuno, numa altura em

que o País terminou a execução do Programa de Assistência Económica e Financeira, tem equilíbrio

orçamental, tem o défice controlado, regressou aos mercados e com taxas de juro baixas, tem a sua economia

a crescer, tem vindo a assistir à diminuição do desemprego e, mais do que isto, tem um governo coeso e uma

maioria estável.

Sr. Primeiro-Ministro, nesta situação, aquilo que a oposição deseja é deitar tudo a perder, é desperdiçar

todo o esforço de recuperação, só à conta da gula do regresso ao poder o mais depressa que for possível.

Aplausos do PSD.

A instabilidade não serve o interesse nacional e, por isso, esta moção é, de facto, inoportuna.

Há um segundo objetivo nesta moção que é ainda mais trágico, porque é, como disse há pouco, o de

sufragar uma política, uma estratégia nacional alternativa àquela que tem sido seguida pelo Governo. Não

reconhecer desde logo o ajustamento, não cumprir o tratado orçamental, renegociar a dívida e preparar

Portugal para a saída do euro, é o programa político que consta desta moção que o Parlamento vai sufragar,

vai votar quando chegarmos ao fim deste debate.

Numa palavra, este programa visa colocar Portugal isolado na Europa, tirar a Portugal a capacidade de se

financiar porque, se não for nos mercados, se não for com a ajuda e a solidariedade dos nossos parceiros

europeus, …

O Sr. Jerónimo de Sousa (PCP): — Os «amigalhaços»…!

O Sr. Luís Montenegro (PSD): — … é preciso que se diga onde é que o Estado português se financia. De

onde é que vem o dinheiro para financiar o Estado português? Vem de Moscovo? Vem de outra paragem? De

onde vem o dinheiro subjacente à alternativa política hoje colocada em cima da mesa?

Esta moção quer colocar Portugal no isolamento, no «orgulhosamente sós». É isto que se visa

politicamente nesta moção. Perante isto, os Deputados no Parlamento têm de dizer o que é que pensam, se

estão a favor ou se estão contra este caminho.

O Sr. António Braga (PS): — Ainda não acabou o debate…

O Sr. Luís Montenegro (PSD): — Sabemos o que é que vão fazer os partidos mais à esquerda, o PCP, o

Bloco de Esquerda, Os Verdes, e também sabemos o que é que vai fazer o Partido Socialista. Aliás, o que é

que fez o Partido Socialista? Disse ao País que esta moção de censura era um frete, «logo, se há um frete nós

votamos a favor do frete, nós participamos no frete» — é esta a resposta do Partido Socialista.

Vozes do PSD: — Muito bem!

O Sr. Luís Montenegro (PSD) — Bem sabemos, contudo, que o Partido Socialista não concorda com todo

o teor dos considerandos deste programa político.

Também sabemos que têm questões internas que estão a tentar dirimir, mas que nesta questão em

concreto, mais uma vez, os dois candidatos a líder do Partido Socialista têm um perfeito alinhamento

estratégico, porque ambos defendem o voto a favor desta moção de censura.

Vozes do PSD: — Bem lembrado!

O Sr. Luís Montenegro (PSD): — Por isso, Sr. Primeiro-Ministro, aquilo que podemos concluir

relativamente ao posicionamento político da oposição neste debate é que, perante esta questão

iminentemente política de optar entre dois caminhos, há uma decisão política dos partidos da esquerda e há

uma decisão administrativa do Partido Socialista.

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