O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

27 DE JUNHO DE 2014

21

exploração». Não estamos a falar só da regulamentação das que já existem mas a falar de ser pela mão do

Estado que novas formas de jogo vão entrar no País.

Mas o conteúdo da proposta diz mais: passa a permitir a publicidade não só ao jogo online mas também

aos casinos físicos, que, até agora, não tinham publicidade, em benefício dos próprios casinos, dos clubes de

futebol que vão beneficiar com as casas de jogo desportivo.

O Sr. Luís Menezes (PSD): — E qual é o problema?

A Sr.ª Mariana Mortágua (BE): — É uma análise factual, é em benefício dos clubes de futebol, mas

também em benefício da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, que, quem sabe se para compensar o fim do

monopólio com os jogos, leva, além disto, uma nova área de negócio, que são as apostas desportivas de base

territorial, vulgo as apostas em cavalos.

Ora, apostas em cavalos, por exemplo, é um tipo de jogo que não existe em Portugal.

O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — É verdade!

A Sr.ª Mariana Mortágua (BE): — Não é que seja uma chaga ilegal, que tenhamos que regularizar, não

existe! É o Estado a promover um novo tipo de jogo em Portugal e esta é a questão de fundo, Sr. Secretário

de Estado. Falamos de regularizar uma atividade que existe ilegalmente ou o Governo quer promover novos

hábitos de jogo? Que cultura é esta?! Isto é que é preocupante: que cultura é esta que o Estado está a

promover, que vai da fatura da sorte até às apostas de cavalos? Esta é a questão de fundo. E, já agora, temos

de saber quais são as consequências.

Estamos aqui num debate sobre o jogo online, sobre apostas, sobre póquer, sobre casinos, e não ouvi um

membro do Governo ou da maioria falar da chaga social que é o vício do jogo. Por que é que o moralismo e as

preocupações vêm tanto ao de cima quando falamos de umas características ou de umas atividades e quando

falamos do jogo os Srs. Deputados só se preocupam com o lucro, com o negócio, com a atividade económica,

e não se preocupam em prevenir consequências sociais que advêm do vício do jogo e que está patente nesta

proposta?

A Sr.ª Teresa Caeiro (CDS-PP): — O vício das drogas não tem mal nenhum!…

A Sr.ª Mariana Mortágua (BE): — Vamos diferenciar o que é regulamentar o que já existe, o que é pôr as

empresas a pagar impostos, o que é prevenir a fraude e o branqueamento, daquilo que é promover o jogo.

Vamos diferenciar estas duas atividades.

Em segundo lugar, a tributação, que é também um ponto importante da proposta. É instituído um novo

imposto especial do jogo online. Bem sei que é equiparável ao que já existe, mas, se calhar, temos de rever o

que já existe, porque não me parece razoável que um jogo de fortuna ou azar, como o póquer, pague 15%

com um volume de apostas até 5 milhões de euros e, depois, pague 30%, a partir do 5 milhões de euros, ou

que apostas desportivas paguem 8% até 30 milhões de euros e 16% a partir de 30 milhões de euros, estando

isentos de IRC e de imposto de selo.

O que estamos a dizer é que as casas de apostas pagam menos imposto do que qualquer um de nós paga

por um pacote de leite, que paga um IVA muito superior a estes 8% ou a estes 16%.

Se calhar, também está na altura de o Governo, se tem tanta vontade de desenvolver esta atividade

económica, impor uma tributação justa a esta atividade económica, e que seja justa perante o resto dos

impostos que os cidadãos pagam pela eletricidade, pelo trabalho e até mesmo pelos lucros dos pequenos

negócios ou comércio que possam ter.

Em terceiro lugar, e última questão, a fiscalização. Parece-nos importante — e esse é um ponto positivo —

que estas empresas tenham de ter sede em Portugal, pois isso parece-nos crucial para a fiscalização. É

indispensável que se controle as contas bancárias através das quais as transferências são feitas, para garantir

que não são feitas em offshore ou em regimes bastante mais benéficos do que o português. Mas também é

preciso perceber que meios, que valências e que reforços é que as instituições e autoridades de fiscalização

vão ter, porque estamos a falar de uma fiscalização completamente nova. Vão ter mais profissionais, mais

Páginas Relacionadas
Página 0002:
I SÉRIE — NÚMERO 100 2 A Sr.ª Presidente: — Srs. Deputados, Sr.ª Secr
Pág.Página 2
Página 0003:
27 DE JUNHO DE 2014 3 E, quanto ao jogo ilegal, há que fazer uma opção: ou o Estado
Pág.Página 3
Página 0004:
I SÉRIE — NÚMERO 100 4 fraude e a preservação da ordem pública, integ
Pág.Página 4
Página 0005:
27 DE JUNHO DE 2014 5 A Sr.ª Presidente: — Srs. Deputados, inscreveram-se, p
Pág.Página 5
Página 0006:
I SÉRIE — NÚMERO 100 6 do Partido Social Democrata para debate em Ple
Pág.Página 6
Página 0007:
27 DE JUNHO DE 2014 7 A Sr.ª Presidente: — Tem a palavra, Sr. Deputado.
Pág.Página 7
Página 0008:
I SÉRIE — NÚMERO 100 8 a questão que gostaria de ver esclarecida: qua
Pág.Página 8
Página 0009:
27 DE JUNHO DE 2014 9 O Sr. Laurentino Dias (PS): — Se há, Sr. Secretário de
Pág.Página 9
Página 0010:
I SÉRIE — NÚMERO 100 10 O Sr. Secretário de Estado do Turismo: — O in
Pág.Página 10
Página 0011:
27 DE JUNHO DE 2014 11 O Sr. Secretário de Estado do Turismo: — De facto, há estima
Pág.Página 11
Página 0012:
I SÉRIE — NÚMERO 100 12 Aplausos do PSD e do CDS-PP.
Pág.Página 12
Página 0013:
27 DE JUNHO DE 2014 13 Mas também gostávamos que ficasse claro, e estas são as perg
Pág.Página 13
Página 0014:
I SÉRIE — NÚMERO 100 14 O Sr. João Ramos (PCP): — É que, no regime do
Pág.Página 14
Página 0015:
27 DE JUNHO DE 2014 15 sem dar oportunidade a quem trabalha na fileira dos equídeos
Pág.Página 15
Página 0016:
I SÉRIE — NÚMERO 100 16 limitado a um número específico de concessões
Pág.Página 16
Página 0017:
27 DE JUNHO DE 2014 17 certeza, uma coisa: perderam-se muitos milhões de euros; dei
Pág.Página 17
Página 0018:
I SÉRIE — NÚMERO 100 18 Neste sentido, as entidades que vão estar aut
Pág.Página 18
Página 0019:
27 DE JUNHO DE 2014 19 Sr.ª Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, hoje damos m
Pág.Página 19
Página 0020:
I SÉRIE — NÚMERO 100 20 Hoje, todos sabemos que em Portugal, como nou
Pág.Página 20
Página 0022:
I SÉRIE — NÚMERO 100 22 verba, mais orçamento e formação? Está o Gove
Pág.Página 22
Página 0023:
27 DE JUNHO DE 2014 23 O Sr. José Magalhães (PS): — Muito bem! O Sr.
Pág.Página 23
Página 0024:
I SÉRIE — NÚMERO 100 24 Só que, agora, ao ouvir o Sr. Secretário de E
Pág.Página 24
Página 0025:
27 DE JUNHO DE 2014 25 justiça — não foi um pacote feito em cima do joelho, nem com
Pág.Página 25
Página 0026:
I SÉRIE — NÚMERO 100 26 «sim», «sim», exceto na parte em que disse «e
Pág.Página 26
Página 0027:
27 DE JUNHO DE 2014 27 Aplausos do CDS-PP e do PSD. O Sr. Presidente
Pág.Página 27
Página 0028:
I SÉRIE — NÚMERO 100 28 Julgo que o Governo não manifestou indisponib
Pág.Página 28
Página 0029:
27 DE JUNHO DE 2014 29 O Sr. Luís Menezes (PSD): — Sr. Presidente, dá-me licença qu
Pág.Página 29
Página 0030:
I SÉRIE — NÚMERO 100 30 O jogo online tem tido uma evolução assinaláv
Pág.Página 30
Página 0031:
27 DE JUNHO DE 2014 31 propostas deste Governo, mas não há apreciação técnica, não
Pág.Página 31
Página 0032:
I SÉRIE — NÚMERO 100 32 Qual é o impacto esperado do aumento da recei
Pág.Página 32
Página 0033:
27 DE JUNHO DE 2014 33 Sr. Deputado, que pergunte qual é a pressa, acho legítimo; q
Pág.Página 33
Página 0034:
I SÉRIE — NÚMERO 100 34 O Sr. Secretário de Estado do Turismo: — … nu
Pág.Página 34