O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

28 DE JUNHO DE 2014

33

Aplausos do PS.

Mas quero dizer ao Sr. Ministro que ainda bem que há pouco falámos da questão da contratação coletiva,

porque é o espelho do que vai acontecer. Se não fosse a contratação coletiva vinham mais cortes no trabalho

suplementar para os trabalhadores portugueses. Então, ainda bem que há contratação coletiva para

salvaguardar alguns!

Mas, para além do enredo da moeda de troca… Grande favor, repito, que o Governo faz aos trabalhadores

portugueses em não lhes reduzir os seus direitos e as suas compensações por despedimentos ilegais…

Obrigado, Sr. Ministro! Os trabalhadores portugueses agradecem!

Para além disso, o que é que justifica também toda esta pressa, este engarrafamento da discussão

pública? A troica não saiu? Não prescindiram do último cheque? Portanto, esta é uma decisão deste Governo,

é o caminho deste Governo e nada tem de ver com a troica, porque foram VV. Ex.as

que prescindiram do

cheque e que disseram que a troica já saiu.

Queria ainda dizer-lhe, Sr. Ministro, que nada disto bate certo. O corte do pagamento do trabalho

extraordinário para todo o ano de 2014 seria justificado no setor público pela redução da despesa — foi assim

que foi justificado pelo Governo — e seria uma medida temporária e extraordinária. Então, Sr. Ministro, como é

que justifica, do ponto de vista de racionalidade financeira e económica, que se faça esse corte, o não

pagamento do trabalho extraordinário, no setor privado?

Sr. Ministro, isso não vai implicar a redução de receitas para os cofres do Estado, ao cortar rendimento aos

trabalhadores do setor privado? Isso não vai, Sr. Ministro, provocar uma queda na procura e no consumo

interno, tão importante para a recuperação económica? Aliás, o Governo até tem assumido esse discurso.

Isto não bate certo, Sr. Ministro, e não há nenhuma justificação do ponto de vista da racionalidade

financeira e económica.

Termino, Sr. Ministro, dizendo-lhe o seguinte: a vossa conceção daquilo que é temporário ou extraordinário

não faz nenhum sentido do ponto de vista do que estas palavras significam.

O Governo é, por natureza democrática, transitório e temporário e, ainda bem, Sr. Ministro, que a vossa

transitoriedade e o vosso tempo está a chegar ao fim. Ainda bem que este Governo é temporário e se

aproxima do fim!

Aplausos do PS.

O Sr. Presidente (António Filipe): — Para uma intervenção, tem a palavra a Sr.ª Deputada Mariana Aiveca.

A Sr.ª Mariana Aiveca (BE): — Sr. Presidente, Sr.as

e Srs. Deputados: Sr. Ministro, é preciso ter, permita-

me a expressão, muita lata para vir aqui dizer que paga o trabalho extraordinário e o trabalho complementar,

ou seja, aquele trabalho que é feito em dias de descanso compensatório e feriados, a metade e que está a

fazer um grande favor aos trabalhadores, ou seja, o Sr. Ministro veio aqui dizer-nos: «Calma aí que ainda

podia ser pior…!» Aliás, é por essa sua afirmação que se compreende a excitação da bancada do CDS-PP e a

invocação de uma série de ideólogos e de ideologias.

Eu diria à bancada do CDS que as vossas leis, esta e a que anteriormente discutimos, porque, de facto,

está tudo ligado, assemelham-se muito às leis do Estado Novo em que o supremo interesse da empresa, ou

seja, o supremo interesse do capital, se sobrepunha sempre aos direitos dos trabalhadores. Era assim no

horário de trabalho, era assim no trabalho extraordinário, era assim na contratação coletiva e, portanto, é essa

invocação que temos aqui que fazer. As vossas leis, as dos senhores, são muito parecidas às leis do Estado

Novo. É nesse plano que estão.

Os senhores dizem-nos que isto não é uma luta. É uma luta, sim senhor! Sempre foi uma luta! O valor do

trabalho, os direitos do trabalho, a justa compensação por se trabalhar mais para além do horário de trabalho é

uma luta e continuará a ser uma luta. É uma luta de direitos, é uma luta de modernidade, é uma luta pela justa

repartição dos rendimentos num país e os senhores, nessa luta, tomaram partido, porque acham que quem

tem mais direitos são os capitalistas, são os bancos, são os patrões.

E o Sr. Ministro também tem a distinta lata — permita-me que lhe refira isto outra vez — de nos dizer que

só toma esta medida para nos igualar a alguns países europeus.

Páginas Relacionadas
Página 0028:
I SÉRIE — NÚMERO 101 28 O Sr. Nuno Sá (PS): — … reduzir a mass
Pág.Página 28
Página 0029:
28 DE JUNHO DE 2014 29 Sabemos que as entidades patronais, para honrar o espírito i
Pág.Página 29
Página 0030:
I SÉRIE — NÚMERO 101 30 Sr. Ministro, a bota não bate com a perdigota
Pág.Página 30
Página 0031:
28 DE JUNHO DE 2014 31 Governo diz que quer dinamizar a contratação coletiva. Como
Pág.Página 31
Página 0032:
I SÉRIE — NÚMERO 101 32 atuais condições não só do País como da econo
Pág.Página 32
Página 0034:
I SÉRIE — NÚMERO 101 34 Mas, Sr. Ministro, não faz isso quando de tra
Pág.Página 34
Página 0035:
28 DE JUNHO DE 2014 35 Importa ainda lembrar que tudo isto se prende com a importân
Pág.Página 35