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I SÉRIE — NÚMERO 18

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O Sr. JoséRibeiro e Castro (CDS-PP): — Pergunto-lhe isto porque, há dias, a Comissão Europeia pôs

sob aviso cinco governos — cinco governos: da Eslovénia, de Malta, da Áustria, da Itália e da França. Estão

sob aviso e observação.

Vamos ver: a Eslovénia tem um Primeiro-Ministro liberal, de centro-esquerda, Miro Cerar, em coligação

dominante com os socialistas. Em Malta está Joseph Muscat. De que partido é? Trabalhista, da área do PS.

Na Áustria, está Faymann, o Chanceler do SPO, socialista. Em Itália está também um socialista e em França

não é um, mas são dois socialistas, Manuel Valls e François Hollande.

Portanto, se hoje, no Orçamento, seguíssemos também a linha do PS, haveria não cinco, mas seis países

sob observação estrita da Comissão Europeia.

Aplausos do CDS-PP e do PSD.

E o que é que isso significa? Significa, Sr. Deputado, o descrédito em Portugal de novo a aumentar;

significa o rating a cair; significa os juros a subir; significa as condições de financiamento externo a Portugal a

apertar; e significa chamar a troica outra vez.

Os senhores têm saudades da troica!

Significa o segundo resgate, ou melhor, o quarto, porque nesta República, graças a governos do PS, já

tivemos três resgates e não queremos o quarto.

Aplausos do CDS-PP e do PSD.

A Sr.ª Presidente: — Sr. Deputado Vieira da Silva, tem a palavra para responder.

O Sr. Vieira da Silva (PS): — Sr.ª Presidente, Sr. Deputado Ribeiro e Castro, em primeiro lugar, gostaria

de lhe dizer que fico muito satisfeito que a minha intervenção lhe tenha dado a oportunidade para fazer esta

longa intervenção que, provavelmente, teria dificuldade em fazer noutras circunstâncias.

Risos do PS.

Mas, na sua intervenção, não identifiquei muito bem perguntas, apenas um conjunto mais ou menos

desarticulado de afirmações.

Começo, Sr. Deputado, por lhe lembrar — e, em si, parece-me particularmente grave — que a sua

memória recente, ou um pouco mais distante, da História portuguesa está um pouco menos precisa. Quem

chamou o Fundo Monetário Internacional, quem provocou uma crise séria de equilíbrio nas relações externas

de Portugal — é um facto conhecido e indesmentível — foi um governo participado pelo partido que o senhor

aqui representa,…

Protestos do PSD e do CDS-PP.

Vozes do PSD: — Pelo Teixeira dos Santos!

O Sr. Vieira da Silva (PS): — … aquando do segundo acordo com o Fundo Monetário Internacional.

Portanto, essa história dos três acordos está um bocadinho mal contada.

Mas, Sr. Deputado, se bem entendi a pergunta que me fez, se eu estava satisfeito com a política europeia,

tenho de lhe dizer que não estou. A política europeia que tem sido seguida, desde a eclosão, em primeiro

lugar, da grande recessão e, depois, da crise das dívidas soberanas, tem sido uma política errática, em que a

União Europeia tem, infelizmente, chegado sempre atrasada aos problemas e não tem tido a capacidade de

defender um bem supremo do projeto europeu, que, creio, o Sr. Deputado muito valoriza, que é a coesão

dentro da União Europeia. Nunca, como nos últimos anos, foi tão profunda a divergência cavada e agravada

entre países da União Europeia e entre países da zona euro.

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