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I SÉRIE — NÚMERO 18

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de conta de não é nada com ela e foge como o diabo da cruz dessas responsabilidades. E é de

responsabilidades que eu queria falar.

Aplausos do CDS-PP e do PSD.

A Sr.ª Presidente: — A próxima pergunta cabe ao Bloco de Esquerda.

Tem a palavra a Sr.ª Deputada Mariana Mortágua.

A Sr.ª Mariana Mortágua (BE): — Sr.ª Presidente, Sr. Ministro Pires de Lima, há um ano o Sr. Ministro só

queria falar de exportações e ouvimo-lo várias vezes falar sobre esse tema, mas qual não é a nossa surpresa

quando, passado um ano, ouvimo-lo iniciar o seu discurso falando da procura interna.

Aliás, também não se percebe por que é que inicia o seu discurso falando da procura interna e tenta tão

insistentemente castigá-la, mantendo o IVA da restauração e mantendo este novo imposto sobre os

combustíveis — e, já agora, gostava de saber qual é sua opinião sobre a fiscalidade verde e mais este imposto

sobre a produção em Portugal.

Mas não gostaria de deixar de lhe dar o prazer de falar sobre exportações e produção industrial. É que há

um país onde o índice de produção industrial teve a maior queda desde setembro de 2013 — bens duradouros

e não duradouros. Esse país é Portugal, esse país, que teve uma queda na produção industrial, é também um

país que está com problemas em exportar, que tem exportado menos, que tem conseguido perder quotas de

mercado e essa dinâmica vai ser agravada pela quebra da procura externa, que está à vista de toda a gente

menos do Governo.

Mas, mais, sabemos também que, segundo um relatório da própria Comissão Europeia que analisa a

qualidade das exportações, há um País em que as exportações perderam qualidade e têm hoje menos valor

acrescentado, menos tecnologias e são mais baseadas em baixos salários. Esse país é Portugal.

É este relatório da Comissão Europeia que diz que Portugal perdeu qualidade nas exportações desde

2007, portanto durante a altura em que estaríamos a melhorar a nossa posição de competitividade. Então,

Portugal debate-se exatamente com os mesmos problemas, ou piores, do que os que tinha antes: falta de

qualificações e menos salários.

Face a estes problemas claros e objetivos da economia portuguesa, o Sr. Ministro da Economia vê um

grupo económico como a PT a desmantelar-se à frente dos seus olhos, pondo em risco um centro de

investigação e desenvolvimento crucial para a economia do País, e nada diz.

Perante isto, o Sr. Ministro da Economia está disposto a vender o maior exportador nacional, que é a TAP,

um centro, também ele, de excelência e de desenvolvimento económico e tecnológico.

Perante isto, o Sr. Ministro da Economia está disposto a vender a EMEF.

Perante isto, o Sr. Ministro da Economia está disposto a fazer concessões — sabe-se lá a quem e em que

modos? —, de todos os transportes.

Portanto, Sr. Ministro, tenho de lhe perguntar: qual é o seu papel? A estratégia que tinha para a economia

falhou, recusa intervir onde deve intervir… Bom, parece-nos que o seu papel é distribuir empresas a grupos

privados.

Aplausos do BE.

A Sr.ª Presidente: — A próxima pergunta cabe ao PSD.

Tem a palavra o Sr. Deputado Luís Leite Ramos.

O Sr. Luís Leite Ramos (PSD): — Sr.ª Presidente, Sr. Ministro da Economia, falemos, então, do

Orçamento do Estado para 2015, de investimento e de fundos comunitários.

O Dr. António Costa, muito recentemente, do seu varandim da Praça do Município, criticou o Governo e a

proposta de Orçamento do Estado com as seguintes frases, que passo a citar: «O País terá menos de 50% de

fundos em execução, o que significa uma redução brutal do investimento com os fundos comunitários.»

Mas, embalado pelas réplicas da espuma mediática e pela oportunidade de, finalmente, ter alguma coisa a

dizer ao País, o Dr. António Costa foi mais longe na sua crítica, afirmando que há «um enorme atraso na

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