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I SÉRIE — NÚMERO 18

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A Sr.ª Cecília Meireles (CDS-PP): — São estas certezas absolutas que às vezes nos levam aos

arrependimentos.

Protestos do PS.

E eu creio que a bancada do PS, estando eu a fazer uma citação de um digníssimo Deputado da vossa

bancada, deveria ter aqui uma rara oportunidade de aplaudir e não de gritar em protesto.

Mas dizia também o Sr. Deputado João Galamba, em 31 de outubro de 2013, à Sr.ª Ministra das Finanças:

«Portanto, este Orçamento não tem credibilidade. Infelizmente, as medidas que lá estão vão realizar-se, mas

que credibilidade é que tem? Vão outra vez cortar salários, vão outra vez fazer aumentar o desemprego, vão

outra vez fazer aumentar as falências e vão outra vez degradar o balanço dos bancos. A Sr.ª Ministra das

Finanças diz que não. Porquê? Porque acredita».

E mais dizia à Sr.ª Ministra das Finanças o Sr. Deputado João Galamba: «Isto só demonstra que a Sr.ª

Ministra das Finanças não faz a mais pequena ideia do que se passa na economia».

Pergunto ao Sr. Primeiro-Ministro se não será o caso de ser o Partido Socialista que não faz a mais

pequena ideia do que se passa na economia em Portugal.

Aplausos do CDS-PP e do PSD.

Mas mais, porque também reparei que o Sr. Primeiro-Ministro, na sua primeira intervenção, falou do

segundo resgate, que foi uma novela a que assistimos durante vários meses. A oposição, por razões que,

creio eu, não serão particularmente misteriosas, em todo o caso, «fez ouvidos de mercador» e não falou mais

do tema, mas acho que vale a pena lembrarmos o que se dizia na altura.

Tenho aqui um artigo de opinião do Sr. Deputado Pedro Nuno Santos, também digníssimo Deputado da

bancada do Partido Socialista, que, em 2 de outubro de 2013, no jornal i, sobre resgate sem austeridade, que

era, na altura, a grande bandeira do Partido Socialista, dizia o seguinte: «A menos de nove meses do fim do

Programa de Assistência Económica e Financeira, com taxas de juro implícitas da dívida portuguesa a rondar

níveis insustentáveis, é cada vez mais óbvio que Portugal não conseguirá regressar aos mercados. O segundo

resgate está por pouco tempo, está para perto e nem sequer precisávamos de ter sido previamente

informados, como fomos, em on, pelo Sr. Primeiro-Ministro e, em off, por responsáveis da Comissão

Europeia».

E mais dizia, e peço desculpa, Sr. Primeiro-Ministro, porque creio que esta expressão não será

particularmente adequada a este debate, mas, em todo o caso, é uma citação: «É incompreensível que,

perante o fracasso avassalador do primeiro resgate, se queira responder com repetição do erro, mas,

infelizmente, são a irracionalidade e a estupidez que comandam atualmente Portugal e Europa».

Pergunto, Sr. Primeiro-Ministro, se, por acaso, já ouviu o Partido Socialista reconhecer que se enganou

redondamente, ao dizer que Portugal teria um segundo resgate…

Aplausos do CDS-PP e do PSD.

… e se já reconheceu, não perante o Governo, mas perante os portugueses, que, não contente em falir

Portugal uma vez, estava preparadíssimo para abonar e falir Portugal uma segunda vez.

Aplausos do CDS-PP e do PSD.

A Sr.ª Presidente: — A próxima pergunta cabe ao Bloco de Esquerda.

Sr.ª Deputada Mariana Aiveca, faça favor.

A Sr.ª Mariana Aiveca (BE): — Sr.ª Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, ficámos a perceber, pela sua

resposta, que, se, em 2016, fosse Primeiro-Ministro, não cumpriria a decisão do Tribunal Constitucional

relativamente aos salários da função pública.

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