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I SÉRIE — NÚMERO 19

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primeira linha da sua Crónica e que, certamente, o irrevogável Ministro aqui vislumbrou politicamente, já a

pensar na data das próximas eleições.

O Sr. Bruno Dias (PCP): — Muito bem!

O Sr. João Oliveira (PCP): — Mas que não haja ilusões: aqueles que têm acumulado fortuna à custa da

crise de quem trabalha não vão querer abrir mão do que amassaram e, se não for com este Governo, hão de

querer encontrar outro que sirva os seus interesses.

Os especuladores hão de querer um Governo que rejeite a renegociação da dívida e pague todos os juros

até ao último cêntimo.

Os banqueiros hão de querer um Governo que não conteste as orientações da União Europeia e que

obrigue os povos a pagar os prejuízos dos bancos.

Os grupos económicos hão de querer um Governo que lhes garanta mais exploração dos trabalhadores,

novas reduções da taxa do IRC ou lhes permita que deixem de pagar impostos em Portugal, para que também

não os paguem num qualquer paraíso fiscal para onde transfiram as suas sedes.

A tudo isto é preciso que se oponha a força do povo, de todos os democratas e patriotas, para que Portugal

tenha futuro.

Aqueles que, com o seu trabalho, criam a riqueza deste País terão de encontrar as formas e as forças para

impedir que tal aconteça e para inverter o rumo de afundamento a que nos querem condenar.

Sr.ª Presidente, Sr.as

e Srs. Deputados, Sr.as

e Srs. Membros do Governo: Não se iludam porque a roda da

História não para e os portugueses hão de construir a política patriótica e de esquerda que se impõe para a

solução dos problemas nacionais.

Os salários que os senhores hoje confiscam hão de ser recuperados; as pensões que hoje cortam hão de

ser repostas; o apoio à maternidade e às crianças, o abono de família hão de ser restabelecidos e ampliados;

o desemprego e a doença hão de voltar a ser circunstâncias enfrentadas com dignidade e com a solidariedade

coletiva de um sistema da segurança social que reponha as prestações e os apoios sociais que os senhores

hoje negam.

As empresas públicas que hoje os senhores entregam aos interesses de que continuam a ser meros

serventuários, hão de, amanhã, voltar às mãos de um Estado nas mãos do povo e ao serviço do povo.

Os micro, pequenos e médios empresários, os pequenos e médios agricultores, os pescadores, vítimas da

voragem do grande capital que os senhores apoiam, hão de ter o apoio e estímulo à sua atividade.

É a luta do povo por essa política alternativa que o PCP propõe que há de derrotar este Orçamento, este

Governo, a política de direita e abrir caminho a um futuro de progresso, desenvolvimento e justiça social.

É essa política alternativa que também no Orçamento do Estado afirmaremos, com as propostas que

havemos de apresentar.

Aplausos do PCP e de Os Verdes.

A Sr.ª Presidente: — A próxima intervenção é do CDS-PP.

Tem a palavra o Sr. Deputado Telmo Correia.

O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): — Sr.ª Presidente, Sr. Primeiro-Ministro e Srs. Membros do Governo, Sr.as

e Srs. Deputados: No momento em que chegamos à fase final da discussão do Orçamento do Estado, que

dentro de momentos o Parlamento votará e aprovará, convém sublinhar que este é, de facto, o último

Orçamento desta Legislatura, mas também o primeiro Orçamento em que estamos livres da tutela da troica.

Vozes do CDS-PP: — Muito bem!

O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): — E talvez faça por isso sentido que esta reflexão que fazemos aqui hoje

seja mais do que a análise deste Orçamento. Deve ser uma reflexão sobre o caminho político, financeiro e

orçamental que percorremos nestes três anos, com este Governo e com esta maioria.

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