O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

23 DE ABRIL DE 2015

35

O Sr. Vice-Primeiro-Ministro, numa outra encarnação, líder do partido do contribuinte e do partido do

pensionista, agora, tem, pelo menos, a possibilidade de explicar duas coisas: por um lado, como faz parte de

um Governo que apresentou um documento que diz que, em 2020, haverá mais impostos sobre o País do que

havia em 2010, quando, manifestamente, existia um confisco fiscal, e, por outro lado, como ressuscitou

medidas relativas à TSU que o mesmo Governo, há dois anos, disse que eram inaceitáveis, mais, que o Sr.

Vice-Primeiro-Ministro, há dois anos, disse que eram inaceitáveis. Por isso, estas perguntas são as essenciais.

Sabemos que este Programa de Estabilidade, que esqueceu o crescimento, é mais do mesmo: mais da

mesma austeridade, ainda que com outros nomes, ainda que com alguns outros modos.

Mas sabemos, principalmente, que este Programa de Estabilidade é feito com base numa normalidade que

é inaceitável: a normalidade do mal-estar na saúde, com os serviços públicos no descalabro; a normalidade do

mal-estar na educação, onde, cada vez mais, os jovens têm dificuldades em estudar; a normalidade no

desemprego e na destruição de emprego, já que, no final de 2019 — diz-nos o Governo —, não

recuperaremos, sequer, os empregos perdidos ao longo destes quatro anos de mandato ou, mais, em

pormenor, não chegaremos, sequer, a metade da recuperação daquilo que este Governo destruiu.

A somar a tudo isso, estaremos em cima do enorme aumento de impostos, garantindo que ele continua a

bater à porta de quem trabalha, e teremos, ainda, a insustentabilidade da segurança social, a ser

absolutamente reforçada não só pelo desemprego e pela falta de criação de emprego, mas também por uma

descapitalização deliberada que este Governo quer fazer com as alterações na TSU.

Ora, estas são as políticas que este Governo trouxe no Programa de Estabilidade, não porque não haja

alternativas, porque elas existem, mas, sim, porque o Governo não tem vontade de criar nenhuma alternativa.

Não quer mexer nos interesses dos grandes grupos económicos, até lhes baixa o IRC, não quer mexer nos

interesses dos milhões da EDP — aos milhões da EDP, veja-se bem, ainda é dada uma borla fiscal, com o

corte para metade da sobretaxa, enquanto os tostões das famílias continuam a pagar o enorme aumento de

impostos.

Esta é a escolha do Governo, os dois pesos e as duas medidas de um Governo que diz ter os cofres

cheios, quando é para cortar impostos aos grandes grupos económicos, àqueles que têm os milhões no nosso

País, mas tem os cofres vazios e tem de os encher à custa de quem trabalha, dos salários e das pensões.

De facto, até gostava de saber onde anda essa encarnação de Paulo Portas, o antigo líder do partido do

contribuinte e do partido do pensionista, porque nem o CDS, nem este Governo pensam, sequer, nos

contribuintes e nos pensionistas de outra forma que não seja cortar. Cortar, cortar, cortar! Sangrar, sangrar,

sangrar! Sacrificar, sacrificar, sacrificar!

Foi assim no passado, é assim hoje e, com este documento, dizem-nos que será assim no futuro. É isto

que não aceitamos!

Aplausos do BE.

O Sr. Presidente (Miranda Calha): — Também para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Vice-Primeiro-

Ministro.

O Sr. Vice-Primeiro-Ministro (Paulo Portas): — Sr. Presidente, Sr.as

e Srs. Deputados: O debate de hoje

decorre de um compromisso de os Estados europeus entregarem, até ao dia 30 de abril, os seus planos de

reforma e os seus programas de estabilidade. Não é, portanto, uma originalidade portuguesa, é um esforço de

maior coordenação económica de uma Europa que foi, há bem poucos anos, demasiado surpreendida pela

violenta crise financeira.

Original, mas não meritório, seria Portugal não apresentar os seus planos. Foi o que aconteceu enquanto

estávamos no regime da troica, porque disso ficavam dispensadas as nações sob constrangimento.

Este debate, por si só, é um sinal de que Portugal recuperou a sua liberdade…

O Sr. Paulo Sá (PCP): — Ah, é?!

O Sr. Vice-Primeiro-Ministro: — … e faz as suas opções no quadro das regras que partilhamos na União

Europeia.

Páginas Relacionadas
Página 0007:
23 DE ABRIL DE 2015 7 conseguiriam, nunca, fazer o seu trabalho sem os barcos da ma
Pág.Página 7
Página 0008:
I SÉRIE — NÚMERO 76 8 O Programa Nacional de Reformas define as polít
Pág.Página 8
Página 0009:
23 DE ABRIL DE 2015 9 As iniciativas de política orçamental propostas no Programa d
Pág.Página 9
Página 0010:
I SÉRIE — NÚMERO 76 10 um crescimento, não uma aceleração, mas uma qu
Pág.Página 10
Página 0011:
23 DE ABRIL DE 2015 11 financiamento, em resultado da melhoria do saldo externo de
Pág.Página 11
Página 0012:
I SÉRIE — NÚMERO 76 12 A Sr.ª Ministra de Estado e das Finanças: — Qu
Pág.Página 12
Página 0013:
23 DE ABRIL DE 2015 13 Afinal, o que é que devemos entender, Sr.ª Ministra? Há, ou
Pág.Página 13
Página 0014:
I SÉRIE — NÚMERO 76 14 A Sr.ª Ministra de Estado e das Finanças: — Sr
Pág.Página 14
Página 0015:
23 DE ABRIL DE 2015 15 Sr. Deputado António Filipe, percebo que a solução que os se
Pág.Página 15
Página 0016:
I SÉRIE — NÚMERO 76 16 provavelmente pode não ser uma bíblia mas é um
Pág.Página 16
Página 0017:
23 DE ABRIL DE 2015 17 Aplausos do PSD e do CDS-PP. Sr. Deputa
Pág.Página 17
Página 0018:
I SÉRIE — NÚMERO 76 18 as grandes empresas, pelo menos até às eleiçõe
Pág.Página 18
Página 0019:
23 DE ABRIL DE 2015 19 A Sr.ª Ministra tem de explicar esta opção, tem de explicar
Pág.Página 19
Página 0020:
I SÉRIE — NÚMERO 76 20 A Sr.ª Presidente: — Queira concluir, Sr. Depu
Pág.Página 20
Página 0021:
23 DE ABRIL DE 2015 21 muito mais simpático estar aqui a dizer que iríamos colocar
Pág.Página 21
Página 0022:
I SÉRIE — NÚMERO 76 22 partido ter estado no Governo grande parte des
Pág.Página 22
Página 0023:
23 DE ABRIL DE 2015 23 Onde o Governo propõe a continuação da submissão às exigênci
Pág.Página 23
Página 0024:
I SÉRIE — NÚMERO 76 24 ponto de partida para nos lançarmos numa verda
Pág.Página 24
Página 0025:
23 DE ABRIL DE 2015 25 Os funcionários públicos, os pensionistas, a generalidade da
Pág.Página 25
Página 0026:
I SÉRIE — NÚMERO 76 26 O Sr. Duarte Pacheco (PSD): — O futuro
Pág.Página 26
Página 0027:
23 DE ABRIL DE 2015 27 Repito: são menos 300 000 empregos! Esta é a dimensão
Pág.Página 27
Página 0028:
I SÉRIE — NÚMERO 76 28 Não se trata de coerência, mas de desespero po
Pág.Página 28
Página 0029:
23 DE ABRIL DE 2015 29 Aplausos do PS. Esse, o caminho de um enorme d
Pág.Página 29
Página 0030:
I SÉRIE — NÚMERO 76 30 O Sr. Adão Silva (PSD): — Para 2016, 2017 e 20
Pág.Página 30
Página 0031:
23 DE ABRIL DE 2015 31 Agradecia que os Srs. Deputados pudessem tomar a palavra no
Pág.Página 31
Página 0032:
I SÉRIE — NÚMERO 76 32 Gostaria de saber como é possível, agora que o
Pág.Página 32
Página 0033:
23 DE ABRIL DE 2015 33 O Sr. Fernando Virgílio Macedo (PSD): — Mas, Sr. Depu
Pág.Página 33
Página 0034:
I SÉRIE — NÚMERO 76 34 É que a Sr.ª Deputada não teve capacidade para
Pág.Página 34
Página 0036:
I SÉRIE — NÚMERO 76 36 Saúdo o facto de o Partido Socialista ter apre
Pág.Página 36
Página 0037:
23 DE ABRIL DE 2015 37 O Sr. João Galamba (PS): — Qual é o modelo do Governo?!
Pág.Página 37
Página 0038:
I SÉRIE — NÚMERO 76 38 António José Seguro percebeu a importância de
Pág.Página 38
Página 0039:
23 DE ABRIL DE 2015 39 Em quarto lugar, Sr. Vice-Primeiro-Ministro, falemos de cois
Pág.Página 39
Página 0040:
I SÉRIE — NÚMERO 76 40 Não temos medo de assumir a verdade. Não escon
Pág.Página 40