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I SÉRIE — NÚMERO 101

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O Sr. Jerónimo de Sousa (PCP): — não há garantias de que estes cerca de meio milhão de portugueses,

muitos deles formados aqui, com os custos inerentes, e que os outros países recebem a custo zero, podem

regressar à sua pátria.

Diga, Sr. Primeiro-Ministro, se é ou não verdade que estes emigrantes resultam fundamentalmente do facto

de não encontrarem no seu País a forma de organizar a sua vida.

Aplausos do PCP.

O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Para responder, tem a palavra o Sr. Primeiro-Ministro.

O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr. Presidente, Sr. Deputado Jerónimo de Sousa, o acesso à saúde, bem

como, de um modo geral, o poder de aquisição que os portugueses tiveram durante os tempos de crise foi

afetado pela crise. Isso parece-me evidente. Não é preciso citar estudos de um observatório de um ex-Diretor-

Geral do Partido Socialista para chegar a essa conclusão, Sr. Deputado.

O Sr. João Oliveira (PCP): — O quê?!

O Sr. Primeiro-Ministro: — Sabemos que a crise existiu em Portugal e, para muitas famílias, essa

situação ainda é dramática, hoje.

Uma família que tenha pessoas que estão desempregadas e que, entretanto, deixou de ter a cobertura do

seguro de desemprego, evidentemente que vive uma situação difícil. E é algo que ainda abrange muitas

famílias em Portugal, Sr. Deputado.

O Governo não oculta nada, nem faz propaganda com uma coisa e com a outra. O Governo tem a

obrigação de ver a situação que existe no País e essa ainda é, para muitas famílias, uma situação difícil. Claro

que a crise se refletiu nas perspetivas de vida dos portugueses, mas não nos termos em que, muitas vezes, a

oposição tem chamado a atenção.

Por exemplo, Sr. Deputado, relativamente a medicamentos, sabemos que foram vendidos, dispensados,

mais medicamentos nos últimos anos do que nos anos anteriores. Com a crise, mais medicamentos, Sr.

Deputado!

O Sr. Luís Montenegro (PSD): — Gastando menos!

O Sr. Primeiro-Ministro: — Foram, portanto, medicamentos que, quando genéricos, tinham um preço mais

acessível — os preços caíram quase 50% na área dos genéricos —, sendo que se registaram também, de um

modo geral, preços mais favoráveis nos medicamentos. Estimamos que, em média, os preços tenham caído

cerca de 27%.

O Sr. João Oliveira (PCP): — E o poder de compra das pessoas?

O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr. Deputado, não tivemos inflação nestes anos, as pessoas de rendimentos

mais baixos não foram afetadas por cortes nenhuns.

O Sr. João Oliveira (PCP): — Essa é boa!

Risos do BE.

O Sr. Primeiro-Ministro: — As pessoas de rendimentos mais baixos não foram afetadas por cortes. É

verdade!

Protestos do PS, do PCP e do BE.

O quê? Os Srs. Deputados também acham que é um mito urbano?

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