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9 DE JULHO DE 2015

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Vivemos dias que exigem coragem e, em Portugal, se dos socialistas ouvimos silêncio e ambiguidade a

mais, da direita encontramos um egoísmo nacional destrutivo.

Cavaco Silva, que quando era Primeiro-Ministro dirigiu o Governo que mais fundos europeus recebeu,

insurge-se agora contra a possibilidade de qualquer solidariedade europeia. Olhem se a França nos tivesse

feito o mesmo que estamos a fazer agora à Grécia!

Vozes do BE: — Muito bem!

A Sr.ª Catarina Martins (BE): — Felizmente, o povo grego mostra bem que a dignidade não cede à

chantagem. Tomáramos nós que o nosso Governo soubesse o significado disto!

Aplausos do BE.

Ter vistas curtas num dos momentos mais duros para a Europa e serem focadas exclusivamente nos

interesses eleitorais da direita no poder é uma irresponsabilidade sem nome. Se o euro se provar uma moeda

impossível, e de geometria variável, não se enganem: 19 menos 1 não são 18. É zero! E Portugal será dos

países a sofrer mais e mais depressa os efeitos recessivos de tamanha leviandade.

Sr.as

e Srs. Deputados, o que a direita diz hoje a quem vive em Portugal é que viverá num País de cofres

cheios de dívidas e de gente sem dinheiro nos bolsos.

O que o Partido Socialista nos diz é que podemos ter menos austeridade se os trabalhadores de hoje

aceitarem pedir dinheiro emprestado às suas pensões do futuro, uma ideia que tem tanto de confuso como de

perigoso de quem se mostra incapaz de mudar o que conta.

Temos de ser bem mais exigentes! Tirar tudo a quem menos tem para servir o sistema financeiro não é ter

coragem, é ser indigno de qualquer confiança. Ser subalterno à finança pode dar belas fotografias em

Bruxelas ou Estrasburgo mas só afunda a Europa e Portugal.

Este é o tempo da solidariedade entre os povos e de ter a coragem para defender o País e as pessoas, em

nome da democracia e da dignidade!

Aplausos do BE.

A Sr.ª Presidente: — Para uma intervenção, tem a palavra a Sr.ª Deputada Heloísa Apolónia.

A Sr.ª Heloísa Apolónia (Os Verdes): — Sr.ª Presidente, Sr.as

e Srs. Membros do Governo, Sr.as

e Srs.

Deputados: Se há palavras que podem caracterizar a política de ambiente nesta Legislatura são a cedência a

grandes interesses — isto é, negociata no setor do ambiente —, o autoritarismo e o desinvestimento.

Relativamente à cedência a grandes interesses instalados, aquilo a que chamei de negociata, é importante

relembrar que este Governo teve na sua mão a possibilidade absoluta de parar com o crime económico, social

e ambiental que representa a construção da barragem do Tua, que tem impactos fortíssimos sobre o litoral e

em relação à qual o Governo diz que está a investir. Não é verdade, Sr. Ministro do Ambiente? Estão a

cometer erros desta natureza, com impactos relevantes sobre o litoral, que vão custar muito caro aos

portugueses quando repuserem a asneira que aquela barragem representa. Para quê esta barragem? Para

favorecer a EDP!

Também sobre a cedência a interesses instalados: este Governo tem na sua mão a possibilidade de parar

com o cultivo de organismos geneticamente modificados em Portugal. O que é que faz? Rigorosamente nada,

cedendo aos interesses das multinacionais do setor agroalimentar, designadamente da Monsanto.

Ainda sobre a cedência a interesses instalados: o que é que o Governo fez na área dos resíduos?

Privatizou a EGF, uma empresa que dava lucro.

Sr. Ministro do Ambiente, já agora, gostava que reagisse, se eventualmente vier a fazer uma intervenção, à

seguinte questão: no primeiro anúncio da privatização da EGF, afirmaram que tinham 25% de trabalhadores a

mais. Ou seja, é a lógica que aqui temos sempre denunciado: privatização é igual a despedimento. Isto é

absolutamente inacreditável, Sr. Ministro!

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