I SÉRIE — NÚMERO 10
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A Sr.ª Cecília Meireles (CDS-PP): — Parece-me que, às vezes, estaremos a complicar uma coisa que é
simples.
Os senhores dizem: «Nós assumimos as nossas divergências!» A questão aqui não está em assumir as
divergências, está em perceber que consequências é que retiram das divergências, porque assumi-las por si
só pode ser muito interessante do ponto de vista do debate entre os vários grupos parlamentares, mas, do
ponto de vista dos portugueses, acho que o que importa saber é como é que vão estar as reduções
remuneratórias em janeiro, como é que vai estar a sobretaxa em janeiro e como é que vão estar as medidas
extraordinárias em janeiro.
O Sr. António Filipe (PCP): — Tiramos consequências das divergências!
A Sr.ª Cecília Meireles (CDS-PP): — E é precisamente…
O Sr. Paulo Sá (PCP): — Tenha calma!
A Sr.ª Cecília Meireles (CDS-PP): — Sr. Deputado, calma, tenho, mas acho que os dois grupos
parlamentares que estiveram a gritar e a berrar, dizendo que o Sr. Presidente da República fazia o País perder
tempo, podiam ter aproveitado, se calhar, o tempo nessa questãozinha. Não lhe parece?!
Aplausos do CDS-PP e do PSD.
Protestos do BE e do PCP.
Mas, mais, dizia a Sr.ª Deputada Mariana Mortágua que «o que tira a estabilidade é o ruído». Sr.ª
Deputada, já se lembrou que pode também ser a opacidade? A Sr.ª Deputada diz «há clareza». Mas, se há
clareza, os senhores importam-se de responder a esta pergunta tão simples: afinal, o que é que vai acontecer
à sobretaxa em janeiro de 2016?
Importam-se, por favor, de responder? Isto porque, se votarem a favor dos projetos do PS tal como estão,
vai acontecer aquilo que os senhores qualificam como, e cito, «um roubo».
Aplausos do CDS-PP e do PSD.
E de duas, uma: ou os senhores andam para trás ou não!
A Sr.ª Mariana Mortágua (BE): — Metade do roubo que vocês fizeram!
A Sr.ª Cecília Meireles (CDS-PP): — A questão aqui é muito simples e é evidente.
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Ora!
A Sr.ª Cecília Meireles (CDS-PP): — Em relação ao Partido Socialista, dizia o Sr. Deputado João Galamba
que, apesar de parecer que estes três partidos defendem o gradualismo, não; na realidade, os senhores
defendem o gradualismo mas, lá bem no fundo, não o querem e estes senhores não defendem o gradualismo
mas, lá bem no fundo, é isso que querem.
O Sr. Jorge Duarte Costa (BE): — Isto está a ficar confuso!
O Sr. Paulo Sá (PCP): — Olhe o tempo! Guarde tempo para explicar!
A Sr.ª Cecília Meireles (CDS-PP): — Portanto, basicamente, estamos todos aqui, à exceção do PS, a dizer
que queremos o contrário daquilo que escrevemos.