28 DE NOVEMBRO DE 2015
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A Sr.ª Nilza de Sena (PSD): — Sr. Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados: As iniciativas que agora discutimos
sobre a prova de avaliação de conhecimentos e capacidades mais não são do que um retrocesso em relação
à qualidade e exigência por que se deve pautar o nosso sistema de ensino. Vejo, com perplexidade, um PS
encurralado. Encurralado entre o PCP e o Bloco de Esquerda. Encurralado na falta de memória de quem não
se lembra que instituiu a prova em 2007.
A Sr.ª Ângela Guerra (PSD): — Ora bem!
A Sr.ª Nilza de Sena (PSD): — Recordo: esta prova foi criada pelo Partido Socialista.
O Sr. Duarte Filipe Marques (PSD): — Verdade ou mentira?
A Sr.ª Nilza de Sena (PSD): — Lembro palavras escritas no gabinete da Ministra Maria de Lurdes
Rodrigues, do Partido Socialista.
O Sr. Pedro Pimpão (PSD): — Isso chama-se uma pirueta!
O Sr. Duarte Filipe Marques (PSD): — Uma cambalhota!
A Sr.ª Nilza de Sena (PSD): — Dizia, então, o Partido Socialista que a prova constituía uma forma de
garantia de equidade para todos aqueles que ingressaram na carreira docente, uma forma de garantia de
qualidade do sistema de ensino, uma forma de garantia de transparência e adequação às características do
mercado de trabalho. Dizia isto o Partido Socialista pela mão de Maria de Lurdes Rodrigues.
Aplausosdo PSD.
O Sr. Pedro Pimpão (PSD): — Bem lembrado!
O Sr. Duarte Filipe Marques (PSD): — Ohh…!
A Sr.ª Nilza de Sena (PSD): — Gostaria de dizer que esta prova não é, nem nunca pretendeu ser, um
método de avaliação absoluto para aferir a qualidade dos professores.
O Sr. João Torres (PS): — Qualidade?!
A Sr.ª Nilza de Sena (PSD): — Não é, nem nunca pretendeu ser, um ataque à classe docente, é parte
fundamental de um conjunto de medidas para valorizar e, progressivamente, melhorar a qualidade da
docência, que é a componente central do sistema educativo.
O Sr. Duarte Filipe Marques (PSD): — O povo não esquece que a prova é do PS!
A Sr.ª Nilza de Sena (PSD): — E eu pergunto aos Srs. Deputados: será admissível que professores que
tenham feito o seu percurso escolar reprovando a Português ou a Matemática possam lecionar na escola
pública? Será legítimo que os sindicatos com os quais os senhores normalmente concordam venham dizer
que a prova é demasiado fácil, é demasiado simples e que, depois, chumbem um terço dos professores?
O Sr. Miguel Tiago (PCP): — O quê?! Nunca chumbou a uma cadeira na faculdade? A Sr.ª Deputada fez a
prova de acesso?!
A Sr.ª Nilza de Sena (PSD): — Será positivo que os professores que chumbam nessa prova demasiado
fácil e que dão erros ensinem as nossas crianças?!