O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

I SÉRIE — NÚMERO 19

62

Não esquecemos os compromissos que assumimos nem viramos as costas aos trabalhadores, muito

menos cedemos à tentação de abandonar compromissos a troco daquilo que pode ser concretizado de forma

mais imediata.

O PCP não poupou esforços para que a solução deste debate e desta votação pudesse corresponder por

inteiro aos interesses e aos direitos dos trabalhadores.

Por isso trouxemos ao debate a proposta de reposição integral dos salários com a firme convicção de que

esta é a proposta que melhor corresponde às aspirações e aos anseios dos trabalhadores da Administração

Pública, fazendo justiça a esses trabalhadores que há cinco anos têm os seus salários cortados.

O PCP apresentou esta proposta com a convicção de que a reposição integral dos salários não só é justa

como é plenamente realizável. É possível devolver integralmente os salários e dar resposta às preocupações

de natureza orçamental que têm sido colocadas, encontrando, em sede de Orçamento do Estado, medidas de

obtenção de receita que assegurem o pagamento integral dos salários no ano de 2016, nomeadamente por

intermédio das contribuições dos sectores bancário e energético, da tributação do património mobiliário acima

de 1 milhão de euros ou do aumento das taxas adicionais de solidariedade aplicáveis aos rendimentos

superiores a 80 000 e 250 000 € líquidos anuais.

É justo e é possível repor integralmente os salários aos trabalhadores da Administração Pública e foi com

essa possibilidade que a proposta do PCP confrontou todos os partidos.

Não ignoramos que os compromissos assumidos pelos partidos representados na Assembleia da

República não são todos iguais e não ignoramos as diferenças de posicionamento de cada um.

A questão que se colocava neste debate era a de saber em que moldes se deveria proceder ao pagamento

dos salários durante o ano de 2016, considerando, designadamente, as dúvidas existentes quanto à

subsistência ou não dos cortes aplicados em 2015.

Havendo interpretações distintas quanto ao prolongamento dos cortes aplicados em 2015 e perante a

possibilidade de ser determinada à administração central a manutenção desses cortes por não existir uma lei

que clarificasse o regime a aplicar em 2016, apenas a aprovação de uma nova lei afastaria essa possibilidade.

Chumbada a proposta de alteração apresentada pelo PCP e inviabilizada a possibilidade de se aprovar

uma nova lei que assegurasse desde já a reposição integral dos salários, o PCP entendeu assumir o sentido

de voto que evitasse o prolongamento dos cortes aplicados em 2015.

Tal como nos batemos e continuaremos a bater pela reposição integral dos salários na Administração

Pública, não podíamos dar nenhum pretexto para que vingassem as interpretações que manteriam em vigor os

cortes tal como eles foram aplicados durante o ano de 2015.

O PCP não poupou esforços para que a solução fosse a reposição integral dos salários e não pode deixar

de constatar a insuficiência da proposta de reposição faseada apresentada pelo PS e as dúvidas que a mesma

suscita.

Insuficiência perante os interesses e direitos dos trabalhadores a que é necessário dar resposta, mas

também as dúvidas que se mantêm quanto à admissibilidade do faseamento do pagamento dos salários.

Sendo certo que a proposta aprovada assegura o pagamento integral dos salários a partir de outubro de

2016, a verdade é que até lá o pagamento não será feito por inteiro.

Na perspetiva do PCP, o desfecho do processo legislativo não condiciona a possibilidade de se encontrar

uma solução para este problema e o PCP continuará a intervir com esse objetivo.

Os Deputados do PCP, João Oliveira — Rita Rato.

——

Relativa ao projeto de lei n.º 35/XIII (1.ª)

O PCP apresentou, nesta discussão, uma proposta visando a extinção já em 2016 da contribuição

extraordinária de solidariedade (CES) sobre os pensionistas.

A apresentação desta proposta corresponde aos compromissos assumidos pelo PCP perante os

pensionistas que, fazendo os descontos nos seus salários, devem ter direito às suas pensões.

Páginas Relacionadas
Página 0063:
19 DE DEZEMBRO DE 2015 63 Esta proposta corresponde ainda à posição já assumida no
Pág.Página 63