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I SÉRIE — NÚMERO 20

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Santander, quando seria do interesse do País, dos trabalhadores e dos depositantes que esses ativos e esse

negócio fossem integrados no sistema público bancário.

A situação que está criada no Banif confirma a necessidade do controlo público da banca que o PCP tem

vindo a exigir há anos e, uma vez mais, é evidente a quem serve e a quem não serve a gestão privada da

banca.

A estabilidade do sistema financeiro é demasiado importante para que possa ficar dependente da voragem

dos grandes acionistas privados.

A situação demonstra que um efetivo controlo público da banca é absolutamente necessário, não apenas

por força deste processo, mas da instabilidade geral que não permite colocar agora de parte que este seja

apenas mais um episódio de uma crise patente no sistema bancário. Não sendo o controlo público, por si só, a

solução de todos os problemas da banca, é hoje mais evidente do que nunca que só este controlo público

permite que sejam iniciadas as soluções necessárias.

O PCP chama ainda a atenção para o facto de a situação do Banif, tal como já se tinha verificado com o

BES, ser mais um elemento que comprova o embuste propagandístico que significou a anunciada «saída

limpa» e o verdadeiro conteúdo da ação do Governo PSD/CDS e da troica. É, igualmente, mais um elemento

que comprova que PSD e CDS estiveram ao serviço dos senhores do dinheiro: fizeram questão de condicionar

as opções, tentaram vender a TAP já fora do prazo e tudo fizeram para que o Banif fosse entregue ao

Santander, por falta de outras opções. Com as suas opções, PSD e CDS limitaram duramente as de quem

viesse a seguir.

O voto contra do PCP é um voto contra a política que salva bancos enquanto sacrifica pessoas. É um voto

contra as imposições da União Europeia, que são contrárias aos interesses dos portugueses. É um voto contra

os privilégios dos banqueiros, que usam e desviam o dinheiro das pessoas e chamam o Estado para pagar os

seus crimes, enquanto circulam livremente pelo País, em vidas de luxo. É um voto contra a opção de cortar

nos salários, nas pensões, na segurança das populações, na justiça, na cultura, na educação, na saúde, para

pagar aventuras de banqueiros.

O sistema financeiro tem de estar ao serviço das pessoas.

O Sr. Presidente: — Peço-lhe que conclua, Sr. Deputado.

O Sr. Miguel Tiago (PCP): — Para isso, as pessoas têm de controlar o sistema financeiro. Só a banca nas

mãos do povo não rouba o País.

Aplausos do PCP.

O Sr. Presidente: — Para uma intervenção, tem a palavra a Sr.ª Deputada Mariana Mortágua.

A Sr.ª Mariana Mortágua (BE): — Sr. Presidente, Srs. Deputados: Penso que todos percebemos que este

duplo mortal encarpado, com meia pirueta e saída airosa, que o CDS aqui nos apresentou faz parte de um

ritual fúnebre da coligação de direita.

O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — Vocês são tão engraçados!

O Sr. Paulo Portas (CDS-PP): — Está obcecada!

A Sr.ª Mariana Mortágua (BE): — E nem ficaríamos admirados com este jogo do vale tudo, se o Sr.

Deputado João Pinho de Almeida nos viesse aqui dizer: «Mas nós estivemos no Governo?! Quem era o Vice-

Primeiro-Ministro?! Não conhecíamos o Vice-Primeiro-Ministro!». Não nos admiraríamos se isso viesse a

acontecer no curto prazo.

Nós compreendemos a situação difícil: o PSD quer voltar a ser um partido de centro-direita, quer recuperar

o seu eleitorado, que perdeu com a radicalização liberal nos últimos anos, e, se possível, quer que ninguém se

lembre de que a administração do Banif foi uma espécie de colónia de férias bancária para dirigentes do PSD-

Madeira, ao longo de todo o período, até à necessidade de injeção de capital público.

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