I SÉRIE — NÚMERO 26
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Havia uma coisa que o senhor sabia e que nós não sabíamos. É que, para além do fracasso da venda do
Novo Banco, o Estado, até final de 2015, ainda teria de injetar capital, relativamente ao Banif, fruto do
adiamento que tinham feito em relação à resolução da situação do Banif.
Aplausos do PS.
Aquilo que exige a reprogramação da antecipação da amortização da dívida ao FMI não é nenhuma
mudança de visão quanto a uma gestão normal da dívida, é simplesmente o facto de, ao contrário do que os
senhores tinham previsto e conforme nós receávamos nas nossas projeções, o Novo Banco não ter sido
vendido pelos 3900 milhões de euros e de, ainda por cima, termos tido necessidade de aumentar esses
encargos com a injeção que fizemos no Banif. Esta é a razão pela qual estamos na situação em que estamos
e temos as consequências que temos.
Sr. Deputado Pedro Passos Coelho, em matéria de dívida, devo dizer-lhe que aquilo que devemos relevar
é que, ao contrário do que procurou antever ao longo das últimas semanas, os tão por si admirados mercados
se mantêm serenos relativamente à República.
Aplausos do PS.
E, ainda ontem, pudemos ter uma colocação de dívida, que foi aquela que teve maior procura desde o
início da crise e que fechou com uma procura quatro vezes superior à dívida que havia para colocar. Esta, sim,
é a boa notícia que há para registar.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente: — Para prosseguir as perguntas, tem a palavra o Sr. Deputado Pedro Passos Coelho.
O Sr. Pedro Passos Coelho (PSD): — Sr. Presidente, quero só pedir ao Sr. Primeiro-Ministro que
responda à pergunta clara que eu lhe fiz: o défice de 2,8%, em 2016, corresponderá a que esforço de redução
estrutural do nosso défice?
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
O Sr. Presidente: — Para responder, tem a palavra o Sr. Primeiro-Ministro.
O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr. Presidente, Sr. Deputado Pedro Passos Coelho, percebo que não queira
discutir o que aconteceu e o dia de hoje.
Protestos e risos do PSD.
Mas, Sr. Deputado Pedro Passos Coelho, a partir da próxima semana, quando apresentarmos o
Orçamento, não lhe faltará ocasião de proceder à análise e à discussão do Orçamento para 2016.
Vozes do PSD: — Responda à pergunta!
O Sr. Primeiro-Ministro: — Há uma coisa que lhe posso dizer: vamos ter certamente uma redução do
nosso défice estrutural superior àquela que o senhor teve ao longo do exercício de 2015.
Aplausos do PS.
Protestos do PSD.
O Sr. Presidente: — Tem a palavra o Sr. Deputado Pedro Passos Coelho.