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24 DE FEVEREIRO DE 2016

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Sabemos por que o fizeram! Não foi por sadismo, como costumam dizer, mas foi por uma fixação

ideológica que impõe o empobrecimento como estratégia e a redução do papel do Estado na organização da

economia como fundamento da vossa ação política.

Protestos do CDS-PP.

Aliás, Pedro Passos Coelho disse logo ao que vinha em outubro de 2011 — vejam lá!: «Não vale a pena

fazer demagogia sobre isto, nós sabemos que só vamos sair desta situação empobrecendo – em termos

relativos, em termos absolutos, até, na medida em que o nosso PIB está a cair».

O Sr. João Oliveira (PCP): — Bem lembrado!

O Sr. Tiago Barbosa Ribeiro (PS): — Srs. Deputados, façamos justiça: realmente, essa foi a única

promessa que o PSD cumpriu escrupulosamente ao longo da última Legislatura.

Aplausos do PS.

Contrariamente àquilo que os senhores fizeram, com este Orçamento não dizemos «empobreçam», não

apresentamos a porta da rua e dizemos «emigrem»,…

Protestos do PSD.

… não apontamos o dedo e dizemos «não sejam piegas, saiam da vossa zona de conforto», não

sentenciamos «vivam com menos, porque viveram acima das vossas possibilidades; tiveram desmesuradas

ambições, como ter casa, ter trabalho digno, ter uma vida decente para as vossas famílias, ter uma pensão na

velhice ou ter apoio na doença».

De facto, há uma diferença de fundo, porque, ao contrário da direita, com este Orçamento não dizemos,

não pensamos e, sobretudo, não agimos nesse sentido.

Aplausos do PS.

Este é um Orçamento em nome de um País decente, que dá um duplo sinal: uma viragem em relação às

políticas dos últimos anos e às propostas que a direita já tinha apresentado em Bruxelas para cortar mais

rendimentos, mas, por outro lado, é também um Orçamento de realidade, que se distingue do País alternativo

em que PSD e CDS-PP continuam a viver.

Nesse País, existe um Primeiro-Ministro imaginário que anda por lá a inaugurar escolas; nesse País, um

certo banco até dava lucro; e o melhor de tudo é que se consegue ver um Governo ajoelhar-se a Bruxelas.

Aliás, a Deputada Assunção Cristas, em entrevista publicada na passada sexta-feira, dizia que o Deputado

Passos Coelho tinha certamente necessidade de pedir desculpas.

Srs. Deputados, obviamente que tem de pedir desculpa pela grande firmeza com que se bateu pelos

interesses nacionais ao longo dos últimos quatro anos e meio junto de Bruxelas.

Aplausos do PS.

Aliás, com isto e com estas contradições, percebemos finalmente por que é que a sigla dos partidos da

oposição é compósita: o PPD diz e o PSD desdiz; o CDS afirma e o PP contraria. Assim podem dizer tudo e o

seu contrário.

Protestos do PSD.

Mas nós não entramos no campeonato da direita pela expiação das culpas do passado.

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