I SÉRIE — NÚMERO 45
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Profundamente empenhado na vida cívica, teve também intervenção política ao candidatar-se à Câmara
Municipal de Serpa pelo CDS-PP, demonstrando o seu apego às suas origens.
A morte de Nicolau Breyner é sentida como uma perda importante para a cultura portuguesa.
Foi um homem com uma imensa e inesgotável capacidade de gostar da vida e das pessoas, sendo sempre
autêntico, caloroso, generoso e despretensioso.
Afirmou que não tinha medo da morte, mas pena de não viver. Adorado pelos inúmeros amigos e pelo
público, quando questionado sobre como quereria ser lembrado quando morresse, respondeu que desejaria
que tivessem gostado dele e que o recordassem com um sorriso e com carinho.
Não era preciso dizer Nicolau!
A Assembleia da República presta um merecido tributo à sua memória e endereça à sua família um sentido
voto de pesar».
O Sr. Presidente: — Srs. Deputados, no final da leitura e votação dos vários votos de pesar iremos fazer 1
minuto de silêncio, mas agora quero associar-me particularmente a este voto e, visto que Nicolau Breyner foi
sempre um homem irrequieto e inconformado, penso que ele gostaria que lhe batêssemos uma salva de
palmas.
Aplausos gerais, de pé.
Srs. Deputados, vamos proceder à votação do voto n.º 43/XIII (1.ª).
Submetido à votação, foi aprovado por unanimidade.
Srs. Deputados, passamos à leitura do voto 45/XIII (1.ª) — De pesar pelo falecimento de Mário Machado
(PS e PSD).
Faça favor, Sr. Secretário.
O Sr. Secretário (Diogo Leão): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, o voto é do seguinte teor:
«Mário Jorge Rodrigues Machado faleceu no passado dia 13 de março, aos 61 anos de idade.
Um companheiro, de inteligência invulgar, de grande honestidade, solidário, com particular sentido de
humor, voluntarioso de muitas iniciativas cívicas e políticas.
Nasceu, a 5 de novembro de 1954, nos Açores, na cidade de Ponta Delgada, onde frequentou o seminário
Colégio do Santo Cristo, tendo concluído os seus estudos secundários no Liceu Nacional de Ponta Delgada.
Concluiu o curso superior de Organização e Gestão de Empresas na Escola Superior de Organização
Científica do Trabalho do Instituto Superior de Línguas e Administração.
Teve uma extensa vida profissional, quer no meio empresarial, como gestor de várias empresas nos
Açores e no continente português, quer como político. A sua atividade foi caracterizada pelo seu empenho
ilimitado, pela sua capacidade de trabalho, pelo seu sentido de dever. Sempre ao serviço da sua terra,
Portugal e os Açores.
Destacou-se, como dirigente da Câmara do Comércio e Indústria de Ponta Delgada, como diretor do
Instituto de Inovação e Tecnologia dos Açores, como autarca na qualidade de Presidente da Câmara Municipal
de Ponta Delgada e como Deputado do Partido Socialista na Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos
Açores. Em 1998, foi eleito pela revista Açores como gestor do ano na Região Autónoma dos Açores.
Nos últimos anos, mais distanciado da vida política ativa, nunca deixou de intervir na defesa de causas que
considerou relevantes, as quais sempre se sobrepuseram aos problemas de circunstância.
Mesmo quando lutava contra a doença continuou a participar civicamente na nossa sociedade, com atos e
palavras que nos merecem reflexão.
Mário Machado partiu. Deixou-nos o seu sentido de responsabilidade, a sua credibilidade e o seu
pensamento.
A Assembleia da República, reunida em sessão plenária, manifesta o seu pesar pelo falecimento de Mário
Machado e endereça à sua família sinceras condolências».