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7 DE MAIO DE 2016

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Na sequência desta via, dá inicio a uma prática da cerâmica e azulejaria cuja tradição irá renovar de forma

radical e profunda, a par de uma atividade de docência na Escola de Artes Decorativas António Arroio.

Paralelamente, inicia uma prolífica colaboração com a Fábrica de Cerâmica Viúva Lamego, onde desenvolve

painéis como os do Centro Comercial do Restelo (1957) ou dos Armazéns do Minho, em Moçamedes, numa

estreita colaboração com os desenvolvimentos da arquitetura moderna. Seguem-se algumas das suas obras de

referência: a decoração cerâmica do Hotel Ritz, em Lisboa (1959), o painel revolucionário A Cultura, na Reitoria

da Universidade de Lisboa (1961), o baixo-relevo Sol Ardente e Figurado, na Pastelaria Mexicana, em Lisboa

(1962), ou o grande relevo do Casino do Estoril (1967).

Apesar de ceramista reconhecido, afirmava que a sua «(…) paixão era a pintura», reclamando ser «(…) um

pintor escondido atrás da cerâmica». Foi, com efeito, um «pintor de intervenção», sobretudo nos anos de 1974

a 1980, sempre atento à conflitualidade global do mundo contemporâneo.

Depois de participações em exposições coletivas — como as de 1978, no Museu Nacional do Azulejo, ou de

1981, na Fundação Calouste Gulbenkian — e do reconhecimento vivido em 1986, com o Prémio de Azulejaria

da Câmara Municipal de Lisboa (com um painel na sede do Banco de Portugal), é organizada a sua primeira

grande retrospetiva, no Museu Nacional do Azulejo, em 1994, por ocasião da Lisboa, Capital Europeia da

Cultura.

Justamente agraciado com a Grande-Oficial da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada, em 10 de junho de

2015, Querubim Lapa, pelos seus traços inigualáveis, pela autenticidade da sua obra, ficará inscrito na história

da arte portuguesa como uma figura-chave da azulejaria e da cerâmica nacionais.

A Assembleia da República, reunida em sessão plenária, assinala o seu falecimento, e transmite à sua família

e amigos o mais sentido pesar.»

O Sr. Presidente: — Srs. Deputados, vamos votar o voto n.º 72/XIII (1.ª), que acabou de ser lido.

Submetido à votação, foi aprovado por unanimidade.

A Mesa foi informada de que o Governo se associa a este voto de pesar.

Srs. Deputados, passamos ao voto n.º 73/XIII (1.ª) — De pesar pela morte do sociólogo Rui d’Espiney (BE),

que vai ser lido pelo Sr. Secretário Moisés Ferreira.

O Sr. Secretário (Moisés Ferreira): — Sr. Presidente e Srs. Deputados, o voto é do seguinte teor:

«Rui D’Espiney foi um destacado lutador antifascista. Nasceu em Moçambique e o seu percurso político

começou como militante do Partido Comunista Português, até 1962. Dois anos mais tarde, fundou, com

Francisco Martins Rodrigues e com João Pulido Valente, o Comité Marxista-Leninista Português/Frente de Ação

Popular (CMLP/FAP).

O sociólogo esteve exilado em França e na Argélia e regressou a Portugal em junho de 1965. Pouco depois,

foi preso pela PIDE, que o torturou e espancou barbaramente. Como contou o próprio Rui D’Espiney, em dada

altura do cativeiro, fizeram entrar a sua mulher e ela foi incapaz de o reconhecer, tais eram as nódoas negras e

o sangue na cara. A exclamação dela «Enganaram-se na pessoa, este não é o meu marido!» deu conta da

brutalidade com que foi tratado. O cativeiro só terminou com a Revolução de 25 de abril de 1974.

Em 1974/75, Rui d'Espiney participou na formação da UDP e, nesse período, foi seu dirigente.

Depois de 1974, Rui d’Espiney vivia em Setúbal, coordenou vários projetos de desenvolvimento comunitário

e educativo, fundou e foi diretor do Instituto das Comunidades Educativas e da ADELE (Associação para o

Desenvolvimento Educativo Local na Europa).

A Assembleia da República, reunida em sessão plenária, expressa o seu profundo pesar pela morte de Rui

D’Espiney e presta homenagem à sua família pela sua perda.»

O Sr. Presidente: — Srs. Deputados, vamos votar o voto n.º 73/XIII (1.ª), que acabou de ser lido.

Submetido à votação, foi aprovado por unanimidade.

A Mesa foi informada de que o Governo também se associa a este voto de pesar.

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