O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

19 DE MAIO DE 2016

11

Determinámos ainda, na semana passada, como já tive oportunidade de referir, a proibição em todo o

território nacional do uso da taloamina em todos os produtos que contenham glifosato e iniciámos a preparação

de legislação para proibir a sua utilização em espaços públicos, em zonas de lazer, em áreas próximas de

escolas, lares e hospitais, mas não só o uso deste como de outros pesticidas nestes espaços. Gostaria de

sublinhar que é isto que nos separa um pouco do projeto de lei apresentado pelo Bloco de Esquerda. O Governo

quer ir um pouco mais além, ou seja, não proibir apenas o uso do glifosato, mas proibir, nestes espaços, todo o

tipo de pesticidas, apenas com algumas exceções a definir pela DGAV (Direção-Geral de Alimentação e

Veterinária), quando se trate de situações que imponham medidas sanitárias obrigatórias.

Dava apenas dois exemplos: o caso das palmeiras que, como sabem, estão afetadas por uma praga que a

não utilização de pesticidas implica a sua morte total, ou, ainda, a psila africana dos citrinos que, como sabem,

é um inseto que veicula a pior bactéria para os citrinos. Existem muitas laranjeiras e limoeiros em espaços

públicos que, se não forem tratados, podem pôr em causa todo o pomar nacional de citrinos e, portanto, é

necessário que estas exceções estejam contempladas.

Parece-nos, assim, que o projeto de lei em discussão que, como digo, o Governo apoia e subscreveria sem

dificuldade, deveria ainda ser melhorado tendo em conta estes aspetos.

Por outro lado, parece-me excessiva a proibição prevista na proposta de lei no que diz respeito às vias de

comunicação fora dos centros urbanos, porque os riscos são idênticos aos da agricultura, uma vez que o

pesticida é aplicado em campânula por profissionais habilitados e com máscara, e isso reduziria custos enormes,

quer à empresa Estradas de Portugal, quer aos municípios, quer às empresas ferroviárias.

Neste momento, como sabem, decorre em Bruxelas a reunião do Comité de Peritos, que tomará amanhã a

decisão sobre esta matéria. Não é possível antever qual vai ser o despacho final, uma vez que a quase totalidade

dos Estados-membros, apenas com duas exceções, se inclina para o voto favorável ou para a abstenção. Ainda

há pouco, estive em contacto com o representante português no Comité de Peritos, foram ouvidos todos os

representantes presentes e apenas dois países manifestaram disposição de votar contra; mas aqueles que se

manifestaram a favor não reúnem a maioria qualificada necessária.

Nos termos das regras de comitologia, que conhecem, certamente, compete a este Comité tomar a decisão

e a votação ocorrerá, em princípio, amanhã. Se não houver maioria qualificada, a proposta volta à Comissão.

Mas ontem mesmo, tive um encontro pessoal com o Sr. Comissário Andriukaitis, que me disse que, caso não

haja maioria qualificada, a Comissão não tenciona aprovar a proposta. Portanto, se não houver maioria

qualificada, o uso do glifosato acabará por ficar mesmo interdito na União Europeia, a partir de 30 de junho.

Aplausos do PS e do BE.

O Sr. Presidente: — Sr. Ministro, inscreveram-se seis Srs. Deputados para pedir esclarecimentos. Como

pretende responder?

O Sr. Ministro da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural: — Responderei a grupos de três, Sr.

Presidente.

O Sr. Presidente: — Muito bem.

Para formular o primeiro pedido de esclarecimento, tem a palavra o Sr. Deputado Pedro Soares.

O Sr. Pedro Soares (BE): — Sr. Presidente, Srs. Membros do Governo, Sr.as e Srs. Deputados, Sr. Ministro,

o argumento de que a defesa do uso do glifosato é no sentido da defesa dos agricultores é absolutamente falso.

Todas as melhores práticas modernas na agricultura, evoluídas tecnologicamente, são no sentido

precisamente de eliminar o uso de pesticidas e o uso de químicos.

Portanto, podemos ajudar os agricultores portugueses criando medidas para que as suas práticas agrícolas

estejam ao nível das melhores práticas da Europa, como, por exemplo, já acontece na Dinamarca, em que o

Governo dinamarquês perspetiva uma agricultura 100% orgânica dentro de alguns anos. É esse o futuro e é

para aí que a nossa agricultura também deve apontar. Medidas e atitudes que são retrógradas relativamente à

evolução da nossa agricultura não ajudam os nossos agricultores. Pelo contrário, prejudicam a evolução e a

modernização da nossa agricultura.

Páginas Relacionadas
Página 0002:
I SÉRIE — NÚMERO 69 2 O Sr. Presidente: — Sr.as e Srs. Deputados, Sr.
Pág.Página 2
Página 0003:
19 DE MAIO DE 2016 3 O Sr. Jorge Duarte Costa (BE): — Nos últimos anos, o glifosato
Pág.Página 3
Página 0004:
I SÉRIE — NÚMERO 69 4 aquelas que são utilizadas pelo público em gera
Pág.Página 4
Página 0005:
19 DE MAIO DE 2016 5 Portugal é um recordista no consumo e parece ser, ao que tudo
Pág.Página 5
Página 0006:
I SÉRIE — NÚMERO 69 6 Protestos do BE. Sr. Deputado, te
Pág.Página 6
Página 0007:
19 DE MAIO DE 2016 7 dos dias, porque, efetivamente, essa espuma dos dias não aprov
Pág.Página 7
Página 0008:
I SÉRIE — NÚMERO 69 8 O que não se pode é fazer aquilo que o Bloco de
Pág.Página 8
Página 0009:
19 DE MAIO DE 2016 9 O Sr. Jorge Duarte Costa (BE): — É pública, sim, e o voto da E
Pág.Página 9
Página 0010:
I SÉRIE — NÚMERO 69 10 económico, pelas pessoas que têm a sua vida se
Pág.Página 10
Página 0012:
I SÉRIE — NÚMERO 69 12 Protestos do Deputado do PSD Pedro do Ó
Pág.Página 12
Página 0013:
19 DE MAIO DE 2016 13 que se pretende que seja gradual e acompanhada. Transição gra
Pág.Página 13
Página 0014:
I SÉRIE — NÚMERO 69 14 este assobiar para o lado, sabendo que o cancr
Pág.Página 14
Página 0015:
19 DE MAIO DE 2016 15 morreriam, portanto, é nas ervas que se aplica, pelo que o ún
Pág.Página 15
Página 0016:
I SÉRIE — NÚMERO 69 16 Uma das coisas que nos divide é o facto de a n
Pág.Página 16
Página 0017:
19 DE MAIO DE 2016 17 Cada vez mais, os consumidores valorizam este tipo de produçã
Pág.Página 17
Página 0018:
I SÉRIE — NÚMERO 69 18 Já respondi por antecipação à outra questão qu
Pág.Página 18
Página 0019:
19 DE MAIO DE 2016 19 O Sr. Alexandre Quintanilha (PS): — O nível de aceitação do r
Pág.Página 19
Página 0020:
I SÉRIE — NÚMERO 69 20 Primeiro, identifica-se o perigo de uma substâ
Pág.Página 20
Página 0021:
19 DE MAIO DE 2016 21 Se este projeto de lei for aprovado, Srs. Deputados do PS (e
Pág.Página 21
Página 0022:
I SÉRIE — NÚMERO 69 22 Posto isto, consideramos, Sr. Ministro, que, p
Pág.Página 22
Página 0023:
19 DE MAIO DE 2016 23 —, é também mais cautelosa na aplicação de fatores de produçã
Pág.Página 23
Página 0024:
I SÉRIE — NÚMERO 69 24 O Sr. Álvaro Batista (PSD): — É que par
Pág.Página 24
Página 0025:
19 DE MAIO DE 2016 25 Aplausos do PSD. O Sr. Pedro Filipe Soare
Pág.Página 25
Página 0026:
I SÉRIE — NÚMERO 69 26 O Sr. João Ramos (PCP): — Termino, dizendo que
Pág.Página 26
Página 0027:
19 DE MAIO DE 2016 27 Para nós, para o PS, defender a qualidade de vida dos cidadão
Pág.Página 27
Página 0028:
I SÉRIE — NÚMERO 69 28 O Sr. Presidente: — Para responder tem
Pág.Página 28
Página 0029:
19 DE MAIO DE 2016 29 A Sr.ª Heloísa Apolónia (Os Verdes): — Concluo, Sr. President
Pág.Página 29
Página 0030:
I SÉRIE — NÚMERO 69 30 Mais: sobre a votação da Eurodeputada Marisa M
Pág.Página 30
Página 0031:
19 DE MAIO DE 2016 31 O Sr. Nuno Serra (PSD): — Não embarcamos em demagogias como o
Pág.Página 31
Página 0032:
I SÉRIE — NÚMERO 69 32 O Sr. Presidente: — Para pedir esclarecimentos
Pág.Página 32
Página 0033:
19 DE MAIO DE 2016 33 O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Sr. Presidente, peço a pala
Pág.Página 33
Página 0034:
I SÉRIE — NÚMERO 69 34 O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Sr. Presiden
Pág.Página 34
Página 0035:
19 DE MAIO DE 2016 35 que este composto é omnipresente no espaço público mas também
Pág.Página 35