O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

21 DE MAIO DE 2016

29

Na verdade, há muito que Portugal tinha iniciado uma estratégia de reforço do sector turístico afirmado como

estratégico.

De facto, foi em 2006 que surgiu o primeiro Simplex, mas também foi nessa altura que surgiu o Plano

Estratégico Nacional do Turismo (PENT), lançado pelo Governo do PS, com 10 produtos, 10 destinos, e que

apresentava um caminho e prioridades para o sector em torno do qual privados e públicos trabalhavam.

Depois disso, Sr.as e Srs. Deputados, foi o vazio. Surgiu a crise de 2008 e o Governo PSD/CDS entendeu

que o melhor seria não haver estratégia de turismo e mesmo políticas públicas, o que, aliás, foi afirmado

abundantemente.

Como os alicerces estavam lançados e os empresários esmagavam as suas margens, muitas vezes ao ponto

de colocarem em causa a viabilidade das suas unidades, o número de turistas foi aumentando e Portugal captou

mercado e quota, podendo mais tarde aumentar e começar a recuperar margens. É isso o que está a acontecer

neste momento.

Mas é necessário estarmos preparados para reverter a grande fragilidade em que muitas empresas ainda se

encontram e que, hoje, a Sr.ª Secretário de Estado do Turismo anunciou como sendo um objetivo deste Governo.

Há muito trabalho a fazer e o Governo do PS já apresentou uma estratégia, uma visão para o turismo, que

nós, naturalmente, saudamos.

Curiosamente, depois disto e passados alguns dias deste anúncio, o PSD agenda este debate e apresenta

um projeto de resolução que contempla um conjunto de recomendações ao Governo, sendo que a maioria das

quais está a ser implementada ou está em fase de implementação. Há, ainda, casos caricatos de propostas que

foram chumbadas neste Parlamento há alguns meses. Refiro-me ao projeto de resolução sobre a conta satélite

do turismo que apresentei aqui há alguns meses e — espantemo-nos! —, nessa altura, PSD e CDS chumbaram-

no.

Aplausos do PS.

De facto, a apresentação deste projetos de resolução e a atitude do PSD parecem mesmo um mea culpa e

um inequívoco reconhecimento de que nada fez no que respeita às políticas do turismo. Agora, é urgente termos

estratégia, é urgente porque foram incapazes de a implementar. Era o tempo do laissez faire laissez passer, o

mesmo é dizer que não era necessário estratégia, apenas era necessário deixar passar e deixar acontecer.

Percebemos: é melhor não fazerem nada do que fazerem mal…

O Sr. Paulo Neves (PSD): — É verdade!

A Sr.ª HortenseMartins (PS): — … e, para isso, já basta a intervenção que fizeram em termos fiscais.

Aplausos do PS e do PSD.

Naturalmente que nós concordamos que o plano estratégico nacional de turismo é necessário. Aliás,

andámos durante quatro anos a pedi-lo, os senhores e o vosso Governo é que disseram sempre que não era

necessário. Só depois de o Governo ter anunciado este projeto é que começaram com estas recomendações.

Para terminar, gostaria de dizer que nós saudamos aquilo que a Sr.ª Secretária de Estado aqui anunciou,

nomeadamente para a desconcentração da oferta, para a valorização do nosso território e de produtos para

valorização do turismo, como fator de desenvolvimento económico e que o interior, dois terços do nosso

território, tanto necessita.

É necessário que o RevPAR aumente, que formemos projetos-âncora para o turismo e que, naturalmente,

seja aproveitado o mercado ibérico de turismo que o Governo anterior tanto desprezou, porque sabemos que

desprezou o nosso mercado interno e que hoje o Governo do Primeiro-Ministro António Costa, com a

recuperação dos rendimentos, também está a dar um grande impulso a essa recuperação do rendimento e do

mercado interno. Há muito que se falou no «Vá para fora cá dentro» de Alexandre Relvas, mas, infelizmente,

esse slogan foi substituído por «Vá procurar lá fora o que não encontra cá dentro» de Passos Coelho, um convite

à emigração do qual não nos podemos esquecer.

Páginas Relacionadas
Página 0039:
21 DE MAIO DE 2016 39 A iniciativa já mereceu o reconhecimento de diversos responsá
Pág.Página 39
Página 0040:
I SÉRIE — NÚMERO 71 40 Submetido à votação, foi rejeitado, com votos
Pág.Página 40