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3 DE JUNHO DE 2016

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frequentemente muito restritivos e, muitas vezes, são dados poucos incentivos às pessoas que lá estão e que,

por isso, ficam sentadas num cadeirão com uma televisão ligada que, frequentemente, só está ligada por estar,

mesmo quando ninguém olha para lá — é um ruído de fundo.

É preciso acabar com realidades que são prejudiciais ao nosso bem-estar e à nossa saúde física e mental.

Entendo que deveria existir um manual de boas práticas, de aplicação obrigatória, nos lares de idosos.

É necessária uma estratégia de combate ao abandono dos idosos e que se encontrem alternativas à

institucionalização. É urgente resolver o problema das listas de espera nos lares e acabar com negócios

vergonhosos em lares da segurança social.

Além disso, os idosos devem ter acesso à cultura e deve ser reconhecida a sua participação política.

Sobre todas estas questões, o Bloco de Esquerda tem apresentado propostas.

O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Só que hoje não apresentou!

A Sr.ª Domicília Costa (BE): — Independentemente de cada uma das propostas concretas que aqui estão

em debate e que teremos oportunidade de discutir na especialidade, em conjunto com muitas outras propostas

de outros partidos, o que o CDS propôs neste debate foi uma operação de lavagem da sua imagem.

Quem transformou a nossa vida num inferno, quem nos enganou e maltratou durante os quatro anos em que

esteve no poder vem agora apresentar-se como nosso defensor.

O Sr. José Manuel Pureza (BE): — Muito bem!

A Sr.ª Domicília Costa (BE): — A nova maioria de que o Bloco de Esquerda faz parte tem feito um caminho

importante na recuperação de rendimentos.

Está tudo feito? Não, não está!

Falta o caminho da convergência das pensões com o salário mínimo. Falta o direito de todos à reforma por

inteiro depois de 40 anos de trabalho e de descontos. Falta rede de serviços públicos e apoios sociais capazes.

Não faltámos a este caminho no passado nem faltaremos no futuro, quer na discussão de propostas

legislativas, quer no debate sobre o próximo Orçamento.

Como sempre, não desistimos de tudo o que falta fazer.

Aplausos do BE.

O Sr. Presidente: — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado António Sales, do Grupo

Parlamentar do PS.

O Sr. António Sales (PS): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Envelhecer ativamente é um direito das

sociedades modernas. Diria mais: é um dever do poder legitimado promover a saúde e a qualidade de vida da

idade sénior.

O desafio já não é vivermos mais, é vivermos com melhor qualidade de vida. A nossa cultura hospitalar e

vivência ao nível das instituições sociais permitem-nos observar todos os dias milhares de idosos abandonados

pelas famílias, outros tantos em estado de solidão absoluta e em condições físicas e psíquicas precárias.

É necessário perceber que doenças como demência, depressões, perturbações do sono, transtornos

urinários e articulares não são fatalidades, nem impedimentos para uma vida quase normal, mas uma

oportunidade para uma readequação, para uma vida diferente.

É necessário retirar o rótulo socialmente estigmatizante de «dispensável» a todo o cidadão sénior, dando-

lhe a oportunidade de transmitir aos mais jovens toda a experiência e sabedoria de uma vida social e

profissionalmente ativa.

É necessário estimular hábitos e atitudes comportamentais durante a vida, evitando assim os elevados custos

socioeconómicos quer pela elevada prevalência, quer pela elevada morbilidade que muitas das doenças da

idade sénior podem provocar.

Sr.as e Srs. Deputados, haverá melhor modo de avaliar a qualidade e a saúde de uma democracia do que

olhar para o modo como esta trata os seus seres mais vulneráveis? Haverá melhor maneira de avaliar a

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