I SÉRIE — NÚMERO 75
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Portanto, Sr.ª Deputada, gostava que — tendo esse número, e, pelos vistos, tem — nos dissesse se faz ideia
de qual é o universo das pessoas com mais de 55 anos que hoje estão desempregadas e que acabaram por
cair no desemprego em virtude das políticas do anterior Governo PSD/CDS.
Aplausos do PCP e de Deputados do BE.
O Sr. Presidente: — Tem a palavra a Sr.ª Deputada Margarida Balseiro Lopes.
A Sr.ª MargaridaBalseiroLopes (PSD): — Sr. Presidente, Sr.ª Deputada Isabel Galriça Neto, ao longo dos
últimos anos, tem sido reconhecida a importância do envelhecimento ativo para o aumento da qualidade de vida,
para o reforço da saúde, da segurança e da participação dos mais velhos, como reconheceu a própria
Organização Mundial da Saúde.
Os idosos são muitas vezes sujeitos ao isolamento, à depressão, à doença, bem como a muitas outras formas
de exclusão social. À exclusão social acrescem os maus tratos, o abandono, a marginalização, a que são sujeitos
os nossos idosos, vítimas que ficam com consequências devastadoras para a sua saúde, autoestima e
realização pessoal.
É, por isso, fundamental que se aposte em políticas de promoção do envelhecimento ativo. Se queremos
uma sociedade mais solidária, mais justa, mais inclusiva e mais desenvolvida, tem de haver um objetivo coletivo,
o de procurar aumentar a esperança média de vida, com saúde, com autonomia e com independência.
O Sr. Marco António Costa (PSD): — Muito bem!
A Sr.ª MargaridaBalseiroLopes (PSD): — Em Portugal — o quinto País da União Europeia com o mais
elevado índice de envelhecimento —, este é um problema central.
O envelhecimento com qualidade constitui um dos maiores desafios para o nosso País e exige às pessoas e
às instituições que invistam no bem-estar físico, social e mental ao longo da vida.
Há instituições que são fundamentais: as IPSS (instituições particulares de solidariedade social) e as
universidades seniores. Em Portugal, as universidades seniores têm um papel de reconhecido mérito na
promoção deste bem-estar, desenvolvendo inúmeras iniciativas físicas, intelectuais e sociais que chegam
regularmente a mais de 50 000 pessoas.
O valor que temos como sociedade mede-se na forma como tratamos os mais vulneráveis e os mais
desprotegidos e as universidades seniores, pela forma como desenvolvem o seu trabalho em rede com os
parceiros locais, com as autarquias, com diversas entidades, conquistaram o espaço próprio na sociedade
portuguesa, que merece reconhecimento e regulamentação formal.
Por estas razões, o PSD apresentará, muito brevemente, uma iniciativa legislativa com vista à valorização e
reforço do papel das universidades seniores na promoção de políticas de envelhecimento ativo e no combate à
exclusão social.
Uma das faces mais visíveis do contributo que estas organizações tem dado à sociedade é o reforço do
voluntariado sénior. E, ao contrário do que afirma o Bloco de Esquerda, trabalho voluntário não é uma treta,…
Vozes do PSD: — Muito bem!
A Sr.ª MargaridaBalseiroLopes (PSD): — … porque, tal como é referido numa das iniciativas hoje em
discussão, o voluntariado sénior apresenta-se como uma excelente alternativa para a ocupação do tempo,
utilizando conhecimentos e experiência ao serviço dos outros, devendo, pois, privilegiar-se os projetos
intergeracionais e evitar a segregação baseada na idade.
O que gostaria de perguntar à Sr.ª Deputada Isabel Galriça Neto é o seguinte: qual é o papel que estas
instituições, sejam as IPSS, sejam as universidades seniores, deverão ter na promoção e na valorização do
voluntariado sénior, atendendo à larga experiência que têm mas, sobretudo, ao contributo que têm dado, ao
longo dos últimos naos, em Portugal?
Aplausos do PSD.