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I SÉRIE — NÚMERO 78

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Caixa possa, sem perda de capital, estar liberta para cumprir a sua função, que é a de financiar as empresas e

a economia em Portugal.

Aplausos do PS.

O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Tem a palavra, de novo, o Sr. Deputado Jerónimo de Sousa.

O Sr. JerónimodeSousa (PCP): — Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, a sua resposta suscita-me uma

reflexão e duas perguntas mais.

Sabemos que muitos dos problemas da Caixa, hoje, resultam das opções que foram feitas por sucessivas

administrações e por sucessivos Governos do PS, do PSD e do CDS; resultam do envolvimento da Caixa em

negócios ruinosos, como a concessão do crédito ao BPN, aos acionistas do BCP para adquirirem ações do

próprio Banco, à aquisição do empreendimento de Vale do Lobo e outras operações relativas à concessão de

crédito sem garantia ou avaliação de risco;…

Protestos do PSD e do CDS-PP.

… resultam da venda de ativos valiosos, como a Caixa Seguros, que foram entregues aos privados por

decisão do anterior Governo PSD/CDS.

O Sr. João Oliveira (PCP): — Exatamente!

O Sr. JerónimodeSousa (PCP): — Tudo isto tem de ser apurado em toda a sua extensão e

responsabilidade, mas não pode ser utilizado para pôr em causa a importância da Caixa como banco público.

Tal coloca uma questão decisiva que tem de ser assumida.

A recapitalização da Caixa tem de ter como objetivo o reforço do banco público e o seu papel no sistema

financeiro e na economia nacional.

A recapitalização da Caixa não pode servir para enfraquecer, para reduzir atividade, balcões e para despedir

trabalhadores.

A recapitalização não pode ser feita para satisfazer as imposições da Comissão Europeia ou do BCE.

Se a recapitalização tiver de ser acompanhada por uma reestruturação da Caixa, ela não deve ser orientada

por imposições europeias com a intenção de criar um espaço de negócio para a banca privada à custa do

enfraquecimento da Caixa; tem de ser feita com o objetivo de reforçar a Caixa como instrumento público de

política de investimento de concessão de crédito às empresas e às famílias.

Nesse sentido, pergunto, Sr. Primeiro-Ministro: qual é a perspetiva do Governo relativamente ao objetivo da

recapitalização da Caixa? Qual é a perspetiva que o Governo tem quanto ao reforço da atividade da Caixa, à

manutenção dos postos de trabalho, à valorização dos ativos do banco público?

Aplausos do PCP e de Os Verdes.

O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Para responder, tem a palavra o Sr. Primeiro-Ministro.

O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr. Presidente, Sr. Deputado Jerónimo de Sousa, em primeiro lugar,

relativamente à atividade passada da Caixa, o Governo confia que as autoridades de supervisão ou as

autoridades judiciárias tenham tomado as devidas providências que houvesse lugar a tomar porque não

compete, certamente, ao atual Governo tomar relativamente a factos passados.

De facto, como disse há pouco o Sr. Deputado, é absolutamente extraordinário verificar que aqueles que

durante os últimos quatro anos governaram o País, de repente, tenham tantas dúvidas sobre o Banco em relação

ao qual foram responsáveis durante esses quatro anos.

Aplausos do PS.