I SÉRIE — NÚMERO 78
6
de pobreza em que se encontram. Consideramos que isso é inaceitável tanto no setor público como no privado,
porque o que está em causa é uma questão de justiça social e não da natureza do setor económico.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Exatamente!
O Sr. Jerónimo de Sousa (PCP): — Apesar de a composição da nova administração nos suscitar as maiores
reservas, continuaremos a intervir no sentido de assegurar que as opções de gestão da Caixa…
O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Atenção ao tempo, Sr. Deputado.
O Sr. Jerónimo de Sousa (PCP): — Vou terminar, Sr. Presidente. Peço uma tolerância devido à interrupção
inicial.
O Sr. Presidente: — Faça favor.
O Sr. Jerónimo de Sousa (PCP): — Passo à última questão.
Em dezembro de 2012, foi imposto pelo anterior Governo o pagamento das portagens nas chamadas «ex-
SCUT».
Passados quase quatro anos, a conclusão é só uma: um bom negócio para as concessionárias, um pesadelo
para as populações que foram atingidas.
O PCP sempre defendeu que essas autoestradas deveriam ser devolvidas ao povo. Batemo-nos ao longo
destes anos pela abolição das portagens, denunciámos o aumento de tráfego e dos acidentes rodoviários nas
estradas nacionais e o rombo que esta medida produziu no tecido económico das regiões muito deprimidas.
Recentemente, foi aprovada, na Assembleia da República, uma resolução que recomenda ao Governo a
redução do valor das portagens.
O Sr. Presidente: — Sr. Deputado, tem mesmo de concluir.
O Sr. Jerónimo de Sousa (PCP): — Apenas 10 segundos, Sr. Presidente.
Sr. Primeiro-Ministro, para quando e de que forma é que o Governo procura concretizar esta justa
recomendação da Assembleia da República?
Muito obrigado pela sua tolerância, Sr. Presidente.
Aplausos do PCP e de Os Verdes.
O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — De acordo com a ordem das perguntas, tem agora a palavra o Sr.
Deputado Luís Montenegro.
O Sr. Luís Montenegro (PSD): — Sr. Presidente, Srs. Membros do Governo, Sr.as e Srs. Deputados, Sr.
Primeiro-Ministro, tem havido, de facto, muito tempo para um folclore noticioso acerca da Caixa Geral de
Depósitos, mas tem havido muito pouco tempo e, sobretudo, muito pouca vontade de esclarecer o País e o
Parlamento. Coisa que, de resto, não é nova!
Passaram três meses e o PSD ainda não recebeu as respostas do Sr. Primeiro-Ministro sobre perguntas
diretas e concretas que lhe dirigimos acerca da sua intervenção, que nunca desmentiu e nunca explicou, nas
negociações de acionistas privados de um banco privado.
Depois, Sr. Primeiro-Ministro, no último debate quinzenal também lhe colocámos uma questão sobre a Caixa
Geral de Depósitos e o Sr. Primeiro-Ministro não respondeu.
Mais recentemente, enviámos-lhe 30 perguntas sobre o processo de recapitalização da Caixa Geral de
Depósitos, a que o Sr. Primeiro-Ministro também não respondeu.
Queria dizer-lhe o seguinte: em primeiro lugar, para tranquilizar o Sr. Deputado Jerónimo de Sousa…
O Sr. Jerónimo de Sousa (PCP): — Muito obrigado!