I SÉRIE — NÚMERO 80
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O Sr. Fernando Virgílio Macedo (PSD): — Sr. Presidente, Sr. Deputado Carlos Pereira, cada vez que essa
bancada parlamentar fala de economia, mais se parece com a orquestra do Titanic.
Vozes do PSD: — Muito bem!
O Sr. Fernando Virgílio Macedo (PSD): — Todos temos a convicção de que, desde que este Governo tomou
posse, as coisas não têm corrido bem na economia. Todos reconhecem isso, exceto a sua bancada, exceto o
Governo e exceto as bancadas parlamentares daqueles que apoiam o Governo.
Os Deputados dessa bancada deviam estar muito preocupados com os indicadores da economia. Eu diria
mais: os Deputados dessa bancada deviam estar envergonhados com a evolução dos indicadores desta
economia desde que este Governo tomou posse.
Vozes do PSD: — É verdade! Muito bem!
O Sr. Fernando Virgílio Macedo (PSD): — Efetivamente, o Partido Socialista tinha a narrativa de que havia
outra forma de fazer as coisas. É verdade, havia. Efetivamente, havia outra forma, muito pior, e que pôs em
causa a recuperação da nossa economia, que se vinha sentindo desde 2014.
Mas vamos a factos e a números. Crescimento do PIB: no 1.º trimestre deste ano, esse crescimento foi só
0,9%; no 1.º trimestre de 2015, o crescimento tinha sido 1,4%. Nessa ocasião, o que é que os partidos da
oposição disseram? Disseram que esse crescimento era insuficiente. E agora o que dizem esses partidos sobre
esta taxa diminuta de crescimento alcançada por este Governo?
Taxa de desemprego: no 1.º trimestre do ano corrente, a taxa aumentou para 12,4%. Foram, ainda,
destruídos mais de 48 000 postos de trabalho. Com mais desemprego e menos emprego, certamente, todos
concordamos que nem as empresas, nem as famílias, nem a economia em geral pode estar melhor. O que diz
o PS sobre a destruição de empregos? Nega, obviamente, e isso é consequência do seu estado de negação.
Mas há mais más notícias para este Governo. Segundo o INE (Instituto Nacional de Estatística), o
investimento diminuiu 2,2% no 1.º trimestre deste ano, algo que não sucedia desde o 1.º trimestre de 2013, ou
seja, no auge da crise económica e da recessão que tivemos, consequência da bancarrota que o Partido
Socialista nos deixou em 2011.
Não sei aonde o Sr. Deputado foi buscar a visão cor-de-rosa sobre as nossas exportações, porque, em março
deste ano, elas caíram 3,8% e tornaram a cair, em abril, 2,5%. O volume de negócio dos serviços caiu também
em março 5,7% em relação ao ano anterior. Ou seja, todos os indicadores alertam que as coisas não estão a
correr bem na economia e, perante este cenário negro, pergunto: onde está o cenário cor-de-rosa prometido por
este Governo? Mas também respondo: não existe! O que existe é um Governo que tem desbaratado a
credibilidade que Portugal tinha recuperado junto dos investidores.
Vozes do PSD: — Muito bem!
O Sr. Fernando Virgílio Macedo (PSD): — O que existe é um Governo que tem desbaratado a confiança
das empresas e dos investidores nacionais e internacionais.
Por isso, Sr. Deputado, questiono: reconhece ou não essa bancada parlamentar que, perante esses
indicadores económicos, algo vai mal na nossa economia? Reconhece essa bancada que urge o Governo
inverter a sua política, sob pena de, se não o fizer, estar a levar outra vez o País para as dificuldades financeiras?
Ou será que essa bancada vai continuar a comportar-se como a orquestra do Titanic e continuar a tocar,
continuar a tocar até a água chegar aos pés, aos joelhos ou ao pescoço dos portugueses, como em 2011?
Aplausos do PSD.
O Sr. Presidente: — Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado Paulino Ascenção, do Bloco
de Esquerda.