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2 DE JULHO DE 2016

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que os senhores queiram fazer transparecer isso para tentar encobrir a realidade —, o que é motivo de

divergência é a incapacidade total do Partido Socialista em lidar com a situação.

O PS não consegue substituir uma administração. A administração está a sair aos poucos, a enfraquecer o

Banco, e o Partido Socialista não consegue nomear uma nova administração e não consegue ter um plano de

gestão, e a missão do acionista é definir um plano de gestão para um banco. O acionista não só não tem

administração como não tem plano de gestão, e deixou que se gerasse toda esta instabilidade junto da Caixa

Geral de Depósitos, porque há seis meses que não consegue resolver o problema.

Vozes do CDS-PP: — Muito bem!

O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — Tão grave quanto isso é não só ser incompetente, totalmente

incompetente, como também ser incapaz de responder à fiscalização, que este Parlamento tem competência

para fazer, sobre as decisões políticas que o Governo toma. Deixa que toda a especulação se faça e, mais uma

vez, hoje, não esclarece absolutamente nada. Hoje, seria o momento para sabermos aquilo que o Ministro das

Finanças não esclareceu numa conferência de imprensa. Ou seja, se está em causa uma alteração de

governação, nós só sabemos que haverá mais administradores e que vão ganhar mais, não sabemos

absolutamente nada sobre a alteração do modelo de governação. Sabemos que haverá mais e que vão ganhar

mais — deve ser isto que contenta o PCP e o Bloco de Esquerda.

Sobre a recapitalização, sabemos que é mais do que é preciso. Sabemos, provavelmente, que

recapitalização não é uma decisão estratégica do acionista, é uma exigência da equipa de gestão, e isso faz

com que o acionista esteja capturado pela gestão, o que é um dos maiores erros de governação.

Vozes do CDS-PP: — Exatamente!

O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — E é exatamente aquilo que os senhores dizem, no primeiro

ponto, que querem resolver e que, no segundo ponto, estão imediatamente a incorrer num erro, que é ficarem

totalmente capturados pela equipa de gestão.

Terceiro exemplo, os senhores não são minimamente capazes de explicar o que é esse plano de gestão, o

que vai ser a Caixa Geral de Depósitos, porque, se a Caixa Geral de Depósitos seguir o caminho que parece

estar a ser negociado com Bruxelas, então, estamos a seguir uma estratégia, que é a defendida pelo Primeiro-

Ministro, que é a da concentração bancária em dois grandes blocos, em que o enfraquecimento que os senhores

estão a fazer da Caixa Geral de Depósitos beneficia o outro bloco a quem já tiveram oportunidade, durante esta

governação, de oferecer o BANIF.

Esta estratégia, Srs. Deputados, é omissa e errada. Para além disso, os senhores, com as «lavandarias»

que os acompanham, tentam esconder dos portugueses tudo aquilo que se passa. Não vale a pena dizer que

há factos futuros ou factos passados. A Caixa Geral de Depósitos, infelizmente, tem muitos factos passados que

merecem escrutínio e tem factos presentes, e não futuros, que merecem escrutínio. O processo que está em

curso é um processo presente, não é um processo futuro; futuro é uma eventual decisão de capitalização, mas

essa será apenas uma decisão em função de todo um processo, que, neste momento, está em curso e que

deveria ser escrutinado por este Parlamento.

O Sr. Presidente: — Peço-lhe que conclua, Sr. Deputado João Almeida.

O Sr. JoãoPinhodeAlmeida (CDS-PP): — Vou terminar, Sr. Presidente.

Por isso é que temos a obrigação de concluir neste debate que, mais uma vez, o Partido Socialista tentou

iludir este Parlamento e a opinião pública. Não há esclarecimentos, nem há conhecimento sobre aquilo que se

passa, a não ser que recorramos, como recorremos, a uma comissão de inquérito para que, de uma vez por

todas, os senhores e as «lavandarias» que os acompanham sejam responsabilizados por aquilo que estão a

fazer à Caixa Geral de Depósitos e ao País.

Aplausos do CDS-PP e do PSD.

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