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I SÉRIE — NÚMERO 8

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Tinha a paixão pela política, pelas causas políticas em que acreditava e foi incansável na defesa de uma

solução pacífica e justa do conflito israelo-palestiano, baseada no reconhecimento mútuo da existência, em

segurança, do Estado de Israel e do futuro Estado da Palestina.

Intolerante ao extremismo, via no diálogo e na moderação o caminho para a paz dos dois povos. Foi esse

espírito de dedicação e compromisso que conduziram, sob a liderança exemplar de Yitzhak Rabin, à assinatura

dos Acordos de Oslo de 1990, e que lhe mereceram o Prémio Nobel da Paz, em 1994.

Não obstante os resultados dos acordos não terem correspondido às expectativas iniciais, permanecerá o

seu legado de esperança e de compromisso como bússola para uma solução sustentável, duradoura e

mutuamente vantajosa.

Assim, a Assembleia da República:

1 — Expressa o seu pesar pela morte de Shimon Peres, manifestando sentidas condolências à sua família e

ao povo israelita;

2 — Recorda Shimon Peres como uma figura incontornável da política internacional e como um dos grandes

defensores de uma solução pacífica e justa para o conflito israelo-palestiniano.»

O Sr. Presidente: — Srs. Deputados, vamos proceder à votação.

Submetido à votação, foi aprovado, com votos a favor do PSD, do PS e do CDS-PP, votos contra do BE, do

PCP e de Os Verdes e a abstenção do PAN.

Vamos agora passar ao voto n.º 133/XIII (2.ª) — De pesar pela morte de Shimon Peres (PS e PSD).

Peço à Sr.ª Secretária Deputada Idália Serrão para ler o voto.

A Sr.ª Secretária (Idália Salvador Serrão): — Sr. Presidente, Srs. Deputados, o voto é do seguinte teor:

«Faleceu na passada quarta-feira, em Israel, aos 93 anos, Shimon Peres, o último sobrevivente dos políticos

tidos como fundadores do Estado de Israel.

Político com intensa atividade ao mais alto nível de representação política do Estado, Shimon Peres

desempenhou, por três vezes, as funções de Primeiro-Ministro e de Ministro dos Negócios Estrangeiros, tendo

igualmente ocupado o cargo de Presidente do Estado de Israel entre 2007 e 2014.

Apesar da forte instabilidade e conflitualidade geopolítica que o Médio Oriente tem conhecido desde o final

da I Guerra Mundial e, em particular, após a criação do Estado de Israel, é justo relembrar o incansável esforço

de Shimon Peres em busca de soluções de paz para a região, desde as negociações com o Egipto para a

estabilização do Sinai até à assinatura do Tratado de Paz com o Reino da Jordânia, passando pela interlocução

direta que fez questão de protagonizar nas conversações que promoveu com a Autoridade Palestiniana, em

busca de uma solução pacífica para o problema da Palestina, trajeto este que haveria justamente de culminar

com o seu agraciamento, em 1994, com o Prémio Nobel da Paz, então partilhado com Yitzhak Rabin e Yasser

Arafat.

Ilustre social-democrata e cofundador do Partido Trabalhista de Israel, distinguiu-se também enquanto

parlamentar, tendo sido eleito para o Knesset, pela primeira vez, em 1959. O seu pragmatismo, aliado a uma

peculiar persistência, visão e empenho políticos, deixaram, por momentos, antever o caminho possível para uma

paz duradoura na sua região, infelizmente, ainda por alcançar.

Pensador profundo sobre os problemas do Médio Oriente e do posicionamento de Israel no contexto

geográfico onde se insere, sempre privilegiou o sonho da paz e da convivência entre todos, destacando-se,

numa ambiência geopolítica de extrema agitação e conflitualidade, como um homem do seu tempo, alguém que,

como chegou a referir, pertenceu a uma era em que à perda de um mundo se impôs o início da construção de

um novo.

Nestes termos, expressa a Assembleia da República o seu profundo pesar pelo falecimento de Shimon

Peres, endereçando à sua família, às instituições e ao povo de Israel sentidas condolências.»

O Sr. Presidente: — Vamos proceder à votação, Srs. Deputados.

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