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5 DE NOVEMBRO DE 2016

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de esclarecimentos. Pretendia saber se a Sr.ª Deputada responde a conjuntos de dois ou à totalidade dos quatro

pedidos.

A Sr.ª Maria Luís Albuquerque (PSD): — Respondo aos quatro pedidos, em conjunto, Sr. Presidente.

O Sr. Presidente (José de Matos Correia): — Então, antes de prosseguirmos para o próximo pedido de

esclarecimentos, queria apenas aproveitar para, em meu nome pessoal e, seguramente, no da Câmara, felicitar

a Sr.ª Deputada Regina Bastos pelo seu aniversário.

Aplausos do PSD e de Deputados do CDS-PP.

Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado João Oliveira.

O Sr. João Oliveira (PCP): — Sr. Presidente, Sr.ª Deputada Maria Luís Albuquerque, depois da sua

intervenção, a primeira pergunta que deve ser feita é no sentido de saber se o PSD defende hoje o contrário

daquilo que defendia e fez durante quatro anos, se o PSD defende hoje a reposição dos salários que, antes,

cortou, se o PSD defende hoje a reposição das pensões que, antes, cortou ou o aumento das pensões que,

antes, congelou, se o PSD entende hoje que deve ser reduzida a carga de IRS sobre os rendimentos do trabalho,

que, antes, aumentou em mais de um terço e só num ano, se o PSD defende hoje que deve ser respeitado o

direito ao subsídio de desemprego e ao subsídio de doença que, antes, cortou — e só foi travado por um acórdão

do Tribunal Constitucional —, se o PSD já defende hoje que, afinal de contas, as pensões não devem ser

cortadas definitivamente, como, antes, aprovou, numa lei que votou nesta Assembleia da República e que foi

chumbada pelo Tribunal Constitucional.

Sr.ª Deputada, estas perguntas, obviamente, são meramente retóricas, porque nós sabemos que os

senhores não defendem hoje o contrário do que fizeram durante quatro anos. Nós sabemos que hoje, se os

senhores continuassem no Governo, continuariam a fazer exatamente o mesmo que fizeram durante quatro

anos.

O Sr. António Filipe (PCP): — Ora bem!

O Sr. João Oliveira (PCP): — E, de resto, a sua intervenção, Sr.ª Deputada, acaba por confirmar isso

mesmo.

Da tribuna, a Sr.ª Deputada, com algum descaramento, confesso, insistiu novamente na ideia de que só é

possível crescer economicamente se se continuar a liquidar direitos sociais, se se continuar a confiscar

rendimentos aos portugueses, evitando as devoluções e reposições que estão feitas. Isto confirma que os

senhores se mantêm agarrados àquilo que fizeram durante quatro anos no Governo e contra o qual os

portugueses tanto lutaram, acabando mesmo por derrotar.

Aplausos do PCP.

Mas, Sr.ª Deputada Maria Luís Albuquerque, se é verdade que os senhores continuam a defender o mesmo

que fizeram no passado e se hoje defendem o regresso a esse passado, não é menos verdade que os senhores

tentam esconder essa opção para não pagarem o custo político que isso significa.

Esse é um perigo que está presente neste debate e nós queremos sublinhar a dimensão da gravidade que

ele representa, porque a sua intervenção, Sr.ª Deputada Maria Luís Albuquerque, confirma, de facto, esse

perigo: dar crédito às afirmações e às propostas do PSD, e também do CDS, que hoje procura dar uma ideia

diferente daquilo que fez no Governo, é contribuir para a reabilitação do PSD e do CDS e para a reabilitação da

política de agravamento e exploração que os senhores levaram a cabo durante quatro anos.

Portanto, não é possível dar crédito ao vosso discurso e às vossas propostas, porque isso significa abrir a

porta à recuperação dessa política de agravamento da exploração e do empobrecimento, que os portugueses

rejeitaram e que está a ser revertida.

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