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I SÉRIE — NÚMERO 20

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Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Membros do Governo, Sr.as e Srs. Deputados: O caminho que tem sido percorrido,

sem a libertação do País do euro e das regras do Pacto de Estabilidade e Crescimento, sem a renegociação de

uma dívida pública insustentável, sem a rutura com a política de direita, ficará cada vez mais estreito e tenderá

a esgotar-se. Os problemas estruturais de que o País padece reclamam respostas estruturais e exigem, de facto,

outra política, uma política patriótica e de esquerda que o PCP tem vindo a propor ao povo português.

Face às dificuldades, aos limites e contradições da atual situação, a grande questão que está colocada não

é a do regresso ao passado, o regresso ao Governo do PSD e do CDS. A grande questão que se coloca ao País

é a de agir com todas as forças, com toda a determinação para enfrentar os constrangimentos externos e os

interesses dos grupos monopolistas, abrindo caminho para um Portugal com futuro.

É neste combate e nesta direção que, mais do que tudo, o PCP está empenhado, reafirmando o seu primeiro

e principal compromisso com os trabalhadores e com o povo português.

Aplausos do PCP e de Os Verdes.

O Sr. Presidente: — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Telmo Correia.

O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, Srs. Membros do Governo, Sr.as e

Srs. Deputados: Chegámos ao final deste debate e o que já se sabia confirmou-se. Apesar de algumas

encenações de exigências ou, mesmo, de divergências, no seio da maioria, não se passa nada e o Orçamento

tem, naturalmente, aprovação garantida neste Parlamento.

Existe, no entanto, Srs. Deputados, um ponto que merece atenção e que ficará na história deste debate e

deste Parlamento: o silêncio do Chefe do Governo e líder da coligação das esquerdas unidas ao longo de todo

o debate.

É um silêncio mais surpreendente ainda se pensarmos que António Costa chegou precisamente a Primeiro-

Ministro tendo perdido as eleições e que a esquerda gosta muito de falar na democracia em movimento como

explicação para a sua união. É por isso mais surpreendente que se tenha furtado ao contraditório e às perguntas

das Sr.as e dos Srs. Deputados.

Esta postura só pode ser entendida, Sr. Primeiro-Ministro, como uma atitude muito arrogante e muito pouco

democrática.

Aplausos do CDS-PP.

No início do seu consulado, Sr. Primeiro-Ministro, lembro-me de um jornal espanhol o apresentar aos seus

leitores como sendo «António Costa, o grande ilusionista», o que, olhando os seus orçamentos, não é uma má

ideia, nem está muito longe da verdade.

O que estávamos longe de pensar, Sr. Primeiro-Ministro, era que V. Ex.ª levasse tão longe essas artes de

ilusionista a ponto de se fazer desaparecer a si mesmo do debate para só aparecer no final quando já não há

perguntas, quando já não há debate, quando já não há contraditório.

Aplausos do CDS-PP e do Deputado do PSD Carlos Abreu Amorim.

É um enorme ilusionista, Sr. Primeiro-Ministro!

Considerando até que talento parlamentar é coisa que não lhe falta, e estamos à vontade para o reconhecer,

por que razão escolheu V. Ex.ª o Sr. Ministro das Finanças para responder aos pedidos de esclarecimento?

O Sr. João Oliveira (PCP): — Surpreendeu o CDS-PP?

O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): — Poder-se-ia pensar que o fez procurando assim um debate mais técnico,

menos político, mais de números, com maior rigor financeiro. Nada mais errado! A prestação de ontem do Sr.

Ministro das Finanças neste debate foi o contrário disso mesmo. Foi um ensaio de marketing, estilo «ministro da

propaganda, autoelogio a despropósito e irrealismo absoluto».

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