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I SÉRIE — NÚMERO 20

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99,5% nos impostos já existentes e são criados ainda novos impostos. Onde está a redução de impostos que

os senhores tanto prometeram?

Se, como disse a Bruxelas, por carta, a receita fiscal vai aumentar, e se, ao mesmo tempo, os setores

beneficiários da geringonça vão receber mais, a conclusão é evidente: as famílias, a classe média, os

trabalhadores por conta de outrem, e, em particular, os do setor privado, vão pagar mais, nomeadamente para

pagar a agenda das esquerdas e a da CGTP.

Aplausos do CDS-PP.

A verdade, Srs. Deputados, é que, em matéria fiscal, este é o segundo Orçamento das esquerdas unidas em

que não baixa o IRS, não baixa o IRC, não baixa o IMI, não baixa o tão falado IVA da eletricidade e do gás.

O Sr. Filipe Neto Brandão (PS): — Descemos tudo!

O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): — De resto, à exceção da parcela do IVA relativa à restauração, e, mesmo

assim, é apenas uma parcela, o IVA não baixa. Ao contrário do que os senhores diziam e das expectativas

criadas pela geringonça, aumenta o imposto sobre os produtos petrolíferos, aumenta o imposto sobre o álcool,

aumenta o imposto sobre veículos, aumenta o imposto sobre o alojamento local. Qualquer coisa que mexa na

economia é para tributar imediatamente. E, não contentes com isso, ainda criam novos impostos,

designadamente sobre o património, sobre as bebidas açucaradas, sobre as munições ou os chumbos.

A propósito de chumbos, era mesmo de um chumbo que este Orçamento precisava!

Aplausos do CDS-PP.

Mesmo a vossa promessa de eliminação imediata, e não progressiva, da sobretaxa falhou e não vai ser

cumprida. Continuamos a ter sobretaxa em 2017.

Em conclusão, este Orçamento soma ao enorme aumento de impostos que foi necessário para afastar a

troica novos impostos que servem para pagar o preço da geringonça.

Este é mais um Orçamento de austeridade, com cortes e cativações que já levaram, como foi dito ontem, a

falhas nos serviços públicos, ao caos nos transportes, a problemas nos hospitais e até ao encerramento de

escolas.

A grande surpresa, Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, Sr. Primeiro-Ministro, é que agora, perante estas

situações, a esquerda à esquerda já não se indigna, já não há, sequer, manifestações!

A Sr.ª Mariana Mortágua (BE): — Organizem vocês!

O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): — Os senhores, que tanto gostavam de teorizar sobre a nossa paixão pela

austeridade, como se fosse uma espécie de submissão ao calvinismo radical — quem sabe, de origem

germânica — o que têm para dizer quando um cidadão, que, legitimamente, não queira ser penalizado pelas

vossas opções e pela vossa tributação, tem como opção viver numa casa sem sol, sem vistas, só andar a pé,

quando fumar ou beber, nem pensar e quando nem o prazer de uma bebida açucarada lhe resta?

Isto não será calvinismo, mas é, no mínimo, a descrição de um monge trotskista, Sr. Deputado.

Aplausos do CDS-PP.

É evidente que o Sr. Primeiro-Ministro virá aqui em breve, finalmente, explicar-nos que a maioria está coesa

e que conta com a lealdade absoluta dos seus partidos auxiliares, verdadeiros partenaires do grande ilusionista.

O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Já ouvimos isso no ano passado! Está a repetir-se, Sr. Deputado!

O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): — Se quiser, interrompo, Sr. Deputado Pedro Filipe Soares. Se tiver alguma

coisa para dizer, posso interromper.

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