O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

7 DE DEZEMBRO DE 2016

25

O Sr. Presidente: — Para pedir esclarecimentos, tem agora a palavra o Sr. Deputado João Ramos, do Grupo

Parlamentar do PCP.

O Sr. João Ramos (PCP): — Sr. Presidente, Sr. Ministro, Sr.as e Srs. Deputados, a floresta tem uma

importância estratégica para o País. É o elemento fundamental de combate à desertificação dos solos e à

manutenção de reservas de água.

A forma como as políticas florestais têm sido desenvolvidas tem efeitos nas alterações significativas no meio

rural, em profundo despovoamento. A monocultura florestal, em área de extensão muito além do que seria

desejável, é um problema que tem entre os seus maiores reflexos os dramáticos incêndios que, ano após ano,

lavram no espaço florestal, consumindo cada vez mais área.

A floresta portuguesa está em declínio, com a redução de área e a redução de algumas espécies,

nomeadamente as autóctones, em detrimento do eucalipto.

O anterior Governo PSD/CDS-PP deu um importante contributo para que isto acontecesse, retirando 150

milhões de euros ao ProDer (Programa de Desenvolvimento Rural) para a área da floresta, liberalizando a

plantação de eucalipto e atacando os baldios. O avolumar destes problemas na floresta portuguesa ocorre

apesar dos milhões de euros afetos ao setor por diferentes quadros comunitários.

As matérias relacionadas com a floresta têm tido, grosso modo, aprovação unânime da Assembleia da

República. É, pois, evidente que tem faltado ação governativa e decisão.

A sobreposição de interesses do negócio da transformação de madeira ao interesse nacional vai contra as

necessidades do País. Ultimamente têm-se multiplicado as notícias e informações relativamente a floresta criada

para alimentar celuloses, produzida através de regadio, nomeadamente em regadios públicos.

Pode até ser uma medida importante para a indústria deficitária em matéria-prima, mas o País tem défices

profundíssimos em várias produções estratégicas e, por isso, não é admissível retirar recursos tão importantes

como a terra ou a água à produção alimentar para os afetar ao desenvolvimento de uma estratégia empresarial

privada.

Isto, porque a soberania alimentar não é um valor menor. O País tem condições para produzir madeiras

nobres de maior valor acrescentado, mas isso não é estimulado, nem a madeira é valorizada.

A indústria para a produção de mobiliário, de grande importância no País, também precisa de produção

florestal, mas, por exemplo, o pinho não é corretamente valorizado.

A valorização da floresta tem também de passar pela diversificação e pela valorização de espécies que

podem alimentar outras indústrias ou em que o País é inigualável produtor, como a cortiça.

A floresta enfrenta hoje um grave problema fitossanitário, não controlado em muitas áreas, e que condiciona

não só o valor como a atividade da indústria transformadora. Tanto o pinho como o montado, nomeadamente

de sobro, atravessam grandes problemas sem fim ou controlo à vista.

Entende o PCP que os problemas da floresta portuguesa e paralelamente do mundo rural, fortemente atingido

pela desertificação económica e pelo despovoamento, não se resolverão sem uma significativa mobilização de

recursos públicos, nomeadamente sem a indispensável intervenção do Estado, com meios financeiros e

recursos humanos à altura da gravidade dos problemas e dos estrangulamentos existentes.

Aplausos do PCP.

O Sr. Presidente: — Para pedir esclarecimentos, em nome do Grupo Parlamentar de Os Verdes, tem a

palavra o Sr. Deputado José Luís Ferreira.

O Sr. José Luís Ferreira (Os Verdes): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, Sr. Ministro, a proposta do

Governo relativa ao RJAAR vai, na nossa perspetiva, permitir travar a expansão do eucalipto que foi liberalizada

pelo Governo anterior do PSD e do CDS. Mas vai fazer mais: vai permitir recuperar áreas abandonadas de e

com eucaliptos, criar oportunidades para a sua recuperação através da reflorestação com espécies autóctones

e corrigir erros de arborização anteriores que permitiram plantações em áreas totalmente impróprias e que

acentuaram as manchas contínuas de eucalipto, que, por sua vez, agravaram a dimensão dos incêndios.

Porém, como certamente o Sr. Ministro já se apercebeu, estas alterações têm sido alvo de constantes e

violentos ataques, com grande realce na comunicação social, por parte dos grandes interesses económicos

Páginas Relacionadas
Página 0028:
I SÉRIE — NÚMERO 26 28 O Sr. Presidente: — Srs. Deputados, damos por
Pág.Página 28
Página 0029:
7 DE DEZEMBRO DE 2016 29 O Sr. Hugo Lopes Soares (PSD): — Muito bem!
Pág.Página 29
Página 0030:
I SÉRIE — NÚMERO 26 30 empresas do Estado, por respeito para com o di
Pág.Página 30
Página 0031:
7 DE DEZEMBRO DE 2016 31 Mais: nunca fomos coniventes com o jogo de, pura e simples
Pág.Página 31
Página 0032:
I SÉRIE — NÚMERO 26 32 exclusivamente ao PSD, porque o CDS não votou
Pág.Página 32
Página 0033:
7 DE DEZEMBRO DE 2016 33 problema ao Governo e a esta maioria; os senhores estão a
Pág.Página 33
Página 0034:
I SÉRIE — NÚMERO 26 34 Portanto, Sr. Deputado, esses são artifícios q
Pág.Página 34
Página 0035:
7 DE DEZEMBRO DE 2016 35 Monteiro foi para o Banco de Portugal receber 30 000 € por
Pág.Página 35
Página 0036:
I SÉRIE — NÚMERO 26 36 sólido e merece que este debate seja feito com
Pág.Página 36
Página 0037:
7 DE DEZEMBRO DE 2016 37 O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — Não foi! O S
Pág.Página 37
Página 0038:
I SÉRIE — NÚMERO 26 38 Aplausos do CDS-PP. O Sr. Preside
Pág.Página 38
Página 0039:
7 DE DEZEMBRO DE 2016 39 O Sr. MiguelTiago (PCP): — E não nos lembramos de o CDS fa
Pág.Página 39
Página 0040:
I SÉRIE — NÚMERO 26 40 A Sr.ª Mariana Mortágua (BE): — Portanto, esta
Pág.Página 40
Página 0041:
7 DE DEZEMBRO DE 2016 41 Albuquerque que, hoje, se manifestou contra os projetos de
Pág.Página 41
Página 0042:
I SÉRIE — NÚMERO 26 42 O Sr. Paulo Trigo Pereira (PS): — Diga uma! Di
Pág.Página 42