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I SÉRIE — NÚMERO 41

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experimentação, assim como na garantia de que as políticas de substituição, redução e aperfeiçoamento sejam

levadas a cabo em cada estabelecimento.

Deverão ser estes órgãos a promover o debate ético, a incentivar um clima de cuidados e a fornecer

instrumentos para a aplicação prática e a execução oportuna dos mais recentes conhecimentos técnicos e

científicos. Vários laboratórios já possuem estes comités de ética. Porém, estão afastadas destes espaços

organizações que partilham visões éticas diferentes, defendendo métodos científicos alternativos à

experimentação animal.

É necessário garantir que a sociedade civil e as organizações em defesa destas alternativas possam figurar

nestes mesmos comités, promovendo, assim, uma abordagem plural que não fique confinada a uma lógica de

fechamento.

O outro aspeto essencial que garante a pluralidade e a liberdade de criação científica passa por um debate

profundo sobre o papel do Estado e do financiamento público ao estudo e à investigação de métodos alternativos

à experimentação animal.

Os fundos públicos para a investigação científica, nomeadamente os da FCT, sejam eles orientados para

bolsas de investigação ou para projetos, deverão proporcionar a possibilidade de existir, em Portugal, uma

ciência livre e capaz de estudar e ter instrumentos que aprofundem o tema.

Sr.as e Srs. Deputados, nesse sentido, o Bloco propõe que haja um financiamento da FCT para projetos que

optem por métodos alternativos; que haja uma revisão da composição da Comissão Nacional para a Proteção

dos Animais Utilizados para Fins Científicos e do Órgão Responsável pelo Bem-Estar Animal (ORBEA), no

sentido da inclusão obrigatória de elementos da sociedade civil e, em especial, das associações de proteção

animal; uma escala objetiva de dor, sofrimento e angústia dos animais submetidos a procedimentos científicos;

e, também, uma base de dados nacional de especialistas das diversas áreas de saúde humana, disponível para

os comités de ética.

Aplausos do BE.

O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Alexandre

Quintanilha, do PS.

O Sr. Alexandre Quintanilha (PS): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Começo por cumprimentar os

peticionários.

Dar a entender que a utilização de animais para fins de investigação científica não é relevante e pode ser

simplesmente descontinuada é não valorizar os enormes avanços no domínio da saúde humana e animal e dos

quais todos temos beneficiado e continuamos a beneficiar.

Dezenas de Prémios Nobel tiveram como origem esse tipo de experimentação animal, experimentação, essa,

feita em diversos modelos animais, desde os mais simples — organismos celulares e moscas da fruta, por

exemplo — aos mais complexos — invertebrados, vertebrados e até primatas.

Por outro lado, é mais do que justo reconhecer que a estratégia dos 3R, que já foi aqui referida, tem tido um

impacto muito positivo nessa mesma experimentação animal. Esta estratégia tem sido, felizmente, reconhecida,

defendida e implementada a vários níveis nacionais e internacionais. Mas pensar que domínios da fisiologia

humana, como as patologias associadas ao envelhecimento, às doenças autoimunes, ao comportamento, à

diabetes e tantas outras cuja complexidade é reconhecida, podem ser estudadas sem acesso ao organismo

inteiro é desconhecer tudo o que o conhecimento acumulado nos tem vindo a revelar.

Percebemos, hoje, que os organismos vivos são ecossistemas extraordinários. Por exemplo, 90% das células

do nosso corpo não são humanas e devem ser estudadas de forma holística. Usar células e órgãos isolados ou

modelos computacionais é extremamente útil para responder a muitas perguntas importantes, mas não

consegue responder a questões que envolvem a interação entre vários sistemas fisiológicos onde residem

atualmente os maiores desafios.

Pensar que se possam testar novos medicamentos, especialmente novos dispositivos, diretamente em

humanos sem que tenham sido testados primeiro em animais não parece razoável. Os riscos envolvidos exigem

estudos longos e detalhados, quase sempre inicialmente em modelos animais.

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