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I SÉRIE — NÚMERO 63

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escondiam histórias arrepiantes da vida governativa portuguesa durante esse período sombrio da governação

PSD/CDS.

Mas, à medida que se vai fazendo claridade sobre estes tempos, vamos conhecendo, paulatinamente, esses

tristes episódios e vamos entendendo melhor por que razão o esforço do atual Governo não pode refrear, não

pode parar.

Sr. Presidente, no meio de tanta herança que ainda amaldiçoa Portugal, há um aspeto que ocupa um lugar

central pela sua importância: a situação da banca portuguesa e as razões que impediram uma intervenção mais

enérgica e mais decisiva, capaz de contrariar as fragilidades do sistema financeiro português. Sobre isto não

podem existir leituras muito distintas ou perceções douradas da realidade: o BES (Banco Espírito Santo) e o

BANIF (Banco Internacional do Funchal) desapareceram do sistema financeiro português e nenhum deles tem

uma história que ilibe de responsabilidades o PSD e o CDS.

Pior ainda: mesmo que, com supremo esforço, fosse possível encontrar opções acertadas nesses anos

negros do Governo da direita, o que observamos quase sempre é um fio condutor que é impossível esconder

ou esquecer. Prevaleceu a simpatia pelas dialéticas que beneficiavam o interesse externo, em detrimento do

empenho assertivo pela salvaguarda do País; dominou a conceção ideológica neoliberal da crise, em prejuízo

da perspetiva social das condições que permitiam a proteção dos mais fracos; ganharam a ligeireza e o

amadorismo, em contraponto com o necessário sentido de responsabilidade, profissionalismo e resiliência em

contrariar as teses que humilhavam Portugal e os portugueses.

Aplausos do PS.

Imagino que alguns dos Srs. Deputados poderão estar a pensar que exagero na caraterização da situação…

O Sr. Carlos Abreu Amorim (PSD): — Não…!

O Sr. Carlos Pereira (PS): — … e que esta mensagem não é sustentável na realidade nem cola ao

conhecimento que temos da situação.

Voltemos, por isso, à banca e aos factos que conhecemos.

Perante um rombo de 5000 milhões de euros, a atual líder do CDS e anterior ministra do Governo PSD/CDS

declarou, para todos os portugueses escutarem, sem qualquer rebuço, preto no branco, que assinou de cruz a

solução para o BES e que o fez assim, com uma insustentável leveza, porque estava em tempo de férias. E

ainda acrescentou, para não deixar cair, para já, o ex-parceiro de coligação, que atuou assim porque a Sr.ª Ex-

Ministra Maria Luís Albuquerque, sempre ela, lho pediu em situação de urgência.

Aplausos do PS.

Foi assim, com a sua assinatura eletrónica, mas sem ler o que assinava, numa prosa solarenga e leve, que

a atual líder do CDS informou o País da forma como se juntou ao PSD para, minutos antes de ir para a praia,

dar origem a um exército de lesados, causar prejuízos a milhões de contribuintes portugueses e, não menos

importante, deixar sem chão centenas de funcionários.

Aplausos de Deputados do PS.

As surpresas, contudo, não ficam por aqui.

Ficámos a saber também que, no Conselho de Ministros de então, não se falava dos problemas da banca.

Havia 12 000 milhões de euros reservados para reestruturar o sistema financeiro português, mas Passos Coelho

estava entretido com o aumento colossal de impostos, com as graves afrontas às instituições da República,

nomeadamente ao Tribunal Constitucional, com a endiabrada e insolente obsessão de empobrecer o País ou

privando gente pobre das prestações sociais que lhes mantinham mínimos de dignidade humana — aliás, devia

ser disso que falavam no Conselho de Ministros.

Ora, sabemos agora que nada se falava em Conselho de Ministros sobre o sistema bancário. O País tem,

por isso, o direito de saber quem, por ação mas também por omissão, fez abalar todo o sistema financeiro e fez

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