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I SÉRIE — NÚMERO 68

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A Assembleia da República, reunida em sessão plenária, expressa o seu mais veemente repúdio pelas

declarações proferidas pelo atual Presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, e exige a sua imediata

retratação.

O Sr. Presidente: — Passamos ao voto n.º 255/XIII (2.ª) — De repúdio pelas declarações públicas do

Presidente do Eurogrupo (CDS-PP).

Submetido à votação, foi aprovado por unanimidade.

É o seguinte:

No passado dia 19 de março, o Presidente do Eurogrupo e Ministro das Finanças da Holanda, pelo Partido

Socialista, Jeroen Djisselbloem, afirmou que «não se pode gastar todo dinheiro em álcool e mulheres e, de

seguida, pedir para se ser ajudado», referindo-se a determinados países do sul da zona euro.

Estas declarações proferidas pelo Ministro holandês, membro de um partido integrado na família socialista

europeia, são inadmissíveis.

Em primeiro lugar, porque se baseiam num preconceito de natureza sexista.

Em segundo lugar, porque assentam num estereótipo inaceitável que ofende todos os povos dos países do

sul, nos quais se incluem os portugueses, como pode induzir uma divisão e uma fratura entre supostos

gastadores e pagadores, minando a confiança entre os Estados-membros da União Europeia.

A disseminação de visões simplificadoras e segregadoras, como aquela que foi expressa pelo Presidente do

Eurogrupo, afigura-se um arcaísmo perigoso de quem não aprendeu nada com a crise da zona Euro. As crises

financeiras são dolorosas e demoram anos a resolver, mas preconceitos de natureza cultural ou com a pretensão

de serem civilizacionais podem resultar em cisões muito sérias.

A Europa exige respeito entre todos e os esforços e sacrifícios feitos pelo povo português, com muita

dignidade, na superação de uma das mais difíceis e graves crises económicas e financeiras pela qual o País

passou, devem ser respeitados.

Até ao momento, o Presidente do Eurogrupo não só não se retratou como não apresentou, como deve fazer,

um pedido de desculpas. No entanto, e independentemente de o fazer no futuro, ficou evidente que o Ministro

socialista holandês não tem condições para continuar à frente do Eurogrupo.

Nesse sentido, a Assembleia da República expressa o seu mais veemente repúdio pelas declarações

públicas produzidas pelo atual Presidente do Eurogrupo, reprova a disseminação de preconceitos de natureza

cultural e civilizacional entre países do norte e países do sul e insta à demissão imediata do Presidente do

Eurogrupo.

O Sr. Presidente: — Segue-se o voto n.º 256/XIII (2.ª) — De condenação pelas declarações inaceitáveis

proferidas pelo Ministro das Finanças holandês, e Presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem (PSD).

Submetido à votação, foi aprovado por unanimidade.

É o seguinte:

O atual Ministro das Finanças do Governo holandês, e que atualmente preside ao Eurogrupo, Jeroen

Dijsselbloem, proferiu declarações que, na sua forma e no seu conteúdo, são insultuosas e inaceitáveis para

Portugal.

Na forma, as declarações são inaceitáveis porque recorreram a graçolas de mau gosto que atentam contra

a dignidade dos Europeus e do próprio cargo que o Presidente do Eurogrupo ainda exerce.

No conteúdo, as declarações são desapropriadas e insultuosas por amesquinhar o esforço feito pelos

portugueses, e por outros povos que tiveram de atravessar processos de ajustamento com grande sacrifício e

dignidade.

Além disso, depois da publicação das suas declarações, o Presidente do Eurogrupo, tendo oportunidade de

as lamentar ou clarificar, acabou por reiterá-las.

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