O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

I SÉRIE — NÚMERO 87

46

Isso não significa que estejamos de acordo com as várias posições que foram sendo tomadas quanto ao que

se passou na ex-Jugoslávia. Eu estou, pessoal e particularmente, à vontade para dizer isto porque, enquanto

autarca de Lisboa, fui convidado pelas autoridades da Sérvia, democraticamente eleitas contra Milošević durante

o seu período na Sérvia, então ainda Jugoslávia. Aliás, fui o único presidente de câmara de uma capital da União

Europeia que foi a Belgrado, à capital da Sérvia, durante o período em que a Sérvia, nomeadamente Belgrado,

esteve a ser bombardeada pelos aviões da NATO.

Portanto, estou à vontade quanto a esta matéria para dizer que me revejo profundamente, como, aliás, o

Grupo Parlamentar do Partido Socialista, naquilo que tem sido o trabalho das missões das forças de paz das

nossas Forças Armadas, nomeadamente nos Balcãs, na Bósnia-Herzegovina e também no Kosovo.

Foi no Kosovo, sobre o qual se podem tecer as mais variadas considerações, e eu também já tive

oportunidade de exprimir a minha posição pessoal — e estive lá várias vezes enquanto membro da Comissão

Parlamentar de Defesa Nacional e da Assembleia Parlamentar da OSCE, num quadro de responsabilidades

muito particulares —, onde os nossos militares dos três ramos das Forças Armadas desempenharam com um

profissionalismo, com uma qualidade e uma coragem as suas missões num quadro que aguenta a comparação,

para muito melhor, com todas as forças armadas da União Europeia que lá estiveram presentes. É neste plano

do respeito e da dignificação do trabalho notável que as nossas Forças Armadas têm feito na afirmação da

imagem de Portugal no plano internacional, ao serviço da paz, da liberdade e do diálogo, que votamos

favoravelmente esta moção.

Aplausos do PS.

O Sr. Presidente: — Tem a palavra o Sr. Deputado Luís Campos Ferreira.

O Sr. Luís Campos Ferreira (PSD): — Sr. Presidente e Srs. Deputados, este é, sem dúvida nenhuma, um

voto pela paz.

As imagens que entravam pelas nossas casas, antes da intervenção da KFOR, eram imagens, essas sim,

de guerra, de profunda crueldade. Eram imagens que a comunidade internacional teria de evitar e de pôr cobro,

a bem dos direitos humanos e da preservação da dignidade dos povos.

Vozes do PSD: — Muito bem!

O Sr. Luís Campos Ferreira (PSD): — Por isso, esta era uma força de manutenção e de imposição de paz,

quer o Partido Comunista e o Bloco de Esquerda queiram ou não. Para estes dois partidos, tudo o que meta

NATO é para votar contra! É isto que concluo.

Protestos do BE e do PCP.

Quero dizer que a dimensão dos militares portugueses é, além da sua competência militar, como aqui já foi

referido, também uma grande dimensão humana, a dimensão de conseguir interagir com as populações e com

as diferentes comunidades,…

O Sr. Luís Montenegro (PSD): — É verdade!

O Sr. Luís Campos Ferreira (PSD): — … e é isto que também deve ser salientado neste voto e servir de

exemplo. Para ameaças globais, a resposta deve ser global. Foi isto que fizemos e é isto que devemos continuar

a fazer.

Por isso, temos muita honra e muito orgulho neste voto.

Por último, também queremos lamentar a morte do militar nesse território.

Homens simples, capazes de feitos extraordinários! — é a mensagem que deixo ficar para os militares

portugueses.

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

Páginas Relacionadas
Página 0041:
12 DE MAIO DE 2017 41 anos depois dos acontecimentos de Chicago, o 1.º de Maio cont
Pág.Página 41