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22 DE JUNHO DE 2017

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interesses económicos sobre a exploração florestal que conduz à degradação das condições de vida das

populações, ao desordenamento do espaço florestal e ao agravamento dos riscos de incêndio.

Não é possível olhar para esta catástrofe iludindo as consequências de anos de integração na União Europeia

e a submissão às suas políticas comuns.

A prioridade é o apoio e assistência às vítimas, mas nenhuma destas questões pode ser deixada em aberto

nas medidas que é preciso concretizar.

Da parte do PCP, reafirmamos o nosso sentimento de pesar e solidariedade, e também o nosso

empenhamento, para que se avance decididamente nas medidas que há muito são necessárias para prevenir

os incêndios florestais.

Sr. Presidente, Srs. Deputados, quando se apagarem os holofotes mediáticos não permitamos que se volte

a cair no esquecimento.

Aplausos do PCP, de Os Verdes e de Deputados do PSD e do BE.

O Sr. Presidente: — Para uma intervenção, tem a palavra a Sr.ª Deputada Assunção Cristas.

A Sr.ª Assunção Cristas (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, Srs. Membros do Governo, Sr.as

e Srs. Deputados: É funda a dor que nos invade o coração perante a tragédia abatida sobre as famílias e os

amigos de cada um que perdeu a vida de forma tão cruel.

Unimo-nos neste luto nacional, na consternação, expressando os nossos sentimentos profundos e solidários

a cada uma das famílias e amigos, que, nas aldeias ou na estrada, viram desaparecer os seus mais queridos.

Certamente, a sua dor é mais profunda e dura do que alguma vez podemos imaginar. Que o nosso pesar e as

nossas orações possam contribuir, por pouco que seja, para aliviar a sua dor.

Unimo-nos no pesar pela perda da vida de Gonçalo Conceição, bombeiro caído em missão para salvar

pessoas e bens.

Fazemos luto pelos que partiram e lembramos os que ficaram, tendo perdido, em muitos casos, o centro da

sua vida, da sua razão de existir. A estes queria deixar uma palavra de esperança e o desejo de que, com o

tempo, a brutalidade da perda possa ir dando lugar à memória consoladora.

Lembramos todos os que estão feridos e, em alguns casos, com prognósticos tão reservados e desejamos

que tudo corra pelo melhor.

Lembramos todos os que estão no teatro de operações e queremos manifestar todo o apoio às centenas de

operacionais no terreno, bombeiros e demais forças envolvidas, homens e mulheres que deram e dão o seu

melhor, num combate sem tréguas e em condições tão adversas. A sua coragem, dedicação e generosidade

faz deles verdadeiros heróis nacionais.

Sublinho o esforço das autarquias e de toda a rede social num trabalho notável que, em parceria, tem

desenvolvido no terreno para apoiar as pessoas que choram os seus familiares e amigos e que, em tantos casos,

perderam todos os seus bens. E sublinho também o exemplo extraordinário de toda a sociedade civil, de tantos

e tantos portugueses que se estão a mobilizar, ajudando de formas muito diversas, como lembro o apoio da

União Europeia e de tantos países amigos de Portugal nesta hora difícil.

Este é o tempo do luto e da palavra solidária. Para a política é ainda o tempo da quietude e do recolhimento.

Chegará o tempo das perguntas e das respostas, das responsabilidades políticas e técnicas, dos

esclarecimentos e do apuramento das razões. E o luto também se ajudará a fazer com essa verdade. Verdade

que nos merecem todos os que partiram, todos as famílias e amigos, todos os portugueses. Não podemos faltar

a estas pessoas. A busca de respostas é uma exigência do respeito a todos os que hoje sofrem. O Estado, o

Parlamento, todos nós temos de procurar, e havemos de procurar, essas respostas para que nenhuma pergunta

fique sem ser respondida.

Esse será o tempo de apurar tudo sobre este trágico episódio que marcará a nossa memória coletiva, para

com ele aprender e melhor nos prepararmos para o futuro. Se a nossa memória coletiva ficará indelevelmente

cinzelada por esta tragédia, que a possamos, ao menos, transformar em luz iluminadora de ação firme e

consistente. Uma ação que parta do Portugal que temos para o Portugal a que queremos chegar. Uma ação

que realisticamente sabe que não é possível — e porventura nem desejável — voltar ao modelo de ocupação

que fomos abandonando na segunda metade do século passado, mas uma ação que encontre formas renovadas

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