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I SÉRIE — NÚMERO 99

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de gestão do território e da floresta. Uma ação que sabe que as alterações climáticas tornam o clima no nosso

maior inimigo e, por isso, os esforços têm de ser redobrados. Uma ação que se foca na sensibilização para a

mudança de comportamentos humanos, que estão na origem da esmagadora maioria dos incêndios. Uma ação

que encontre modelos eficazes e coordenados de prevenção e combate. Uma ação que a todos convoque em

torno de consensos estáveis e duradouros.

Pedrogão Grande, Figueiró dos Vinhos, Castanheira de Pera, terras do distrito de Leiria, que me orgulho de

representar no Parlamento, e as demais regiões da zona centro que se debatem, ainda, com o drama dos

incêndios, vão vencer este combate e hão de renascer fortes e mais fortes. A vida voltará a compor-se até

porque os portugueses sempre fizeram da resiliência e da superação uma forma de vida, mas neste momento

de profundo luto e tristeza é fundamental que se saiba que no dia em que tudo voltar ao normal teremos

respostas em relação a questões fundamentais. Desde logo, teremos resposta quanto à questão essencial:

como foi possível que esta tragédia acontecesse? Mas também teremos respostas concretizadas sobre

prevenção dos incêndios e proteção das pessoas. E, mais do que respostas, teremos de ter uma garantia de

que tudo o que tiver de ser feito — ou alterado — será feito para que uma tragédia destas não volte a ocorrer.

A tudo isto o CDS diz presente! Não baixaremos os braços!

Aplausos do CDS-PP e de alguns do PSD.

O Sr. Presidente: — Tem a palavra a Sr.ª Deputada Catarina Martins.

A Sr.ª Catarina Martins (BE): — Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, Srs. Membros do Governo, Sr.as e Srs.

Deputados: Não conhecemos ainda a total dimensão da tragédia dos incêndios de Pedrógão Grande, Figueiró

dos Vinhos, Castanheira de Pera, Pampilhosa da Serra, Alvaiázere, Sertã, Penela e Góis, mas sabemos já que

é insuportável.

Pelas dezenas de pessoas que perderam a vida, pela impotência de todos os meios para lhes valer, por tudo

o que foi destruído, pelos feridos a lutar pela vida, por quem procura pelos seus desaparecidos e porque neste

momento ainda arde, há ainda quem seja obrigado a deixar tudo para trás e ainda há quem esteja a combater

as chamas.

O choque e a dor são avassaladores. A necessidade de apoiar as vítimas e de debelar o fogo concentram

os esforços e a atenção do País. Populações, bombeiros, GNR, INEM, proteção civil, todos os que estão no

terreno: devemos-lhes tudo. Devemos-lhes a solidariedade, gratidão, respeito. Devemos a solidariedade na dor,

na perda, na luta. E a forma como Portugal se organizou para apoiar desinteressadamente é emocionante.

Individual e coletivamente, o País está espontaneamente a organizar-se para apoiar bombeiros e populações,

dar meios às instituições que acolhem quem teve de abandonar a sua casa, acudir aos animais. Será preciso

mais, para acolher no imediato mas também para reconstruir as vidas e a economia, e o Estado deve começar

desde já essa tarefa.

Devemos-lhes gratidão. Aos bombeiros porque respondem sempre para lá dos limites das suas forças e,

apesar da insuficiência dos meios, a cada vizinho que ajudou quem estava perto, a cada comunidade que

combate as chamas e acorre a quem mais precisa, civis e militares, do pessoal médico aos trabalhadores das

autarquias, devemos-lhes gratidão.

Devemos-lhes também respostas. Como foi possível? Como chegámos a uma tragédia destas dimensões?

O que falhou? Agora é o tempo da solidariedade e da dor, mas também do compromisso inequívoco de que

chegaremos ao tempo das respostas precisas e da responsabilidade rigorosa.

Este não é só um problema do tempo ou do clima. Seguramente, condições climatéricas especialmente

agrestes colocam problemas de muito difícil resposta e seguramente que o aquecimento do planeta e as

mudanças climáticas nos confrontarão, cada vez mais, com condições adversas. Mas as questões mais

complicadas são as da escolha política: ordenamento do território, desertificação e abandono, modelo de

proteção civil, política florestal e o domínio do eucalipto.

Devemos respostas porque devemos respeito. Ser consequentes, honrar cada vítima deste incêndio e dos

tantos incêndios, incêndios demais, impõe-nos agir com determinação e com lucidez corajosa para que não se

repita a tragédia.

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